26.4.12

Lenine chegando em Belém com a turnê "Chão"

Era 1997, quando caiu em minhas mãos o CD “O Dia em que Faremos Contato”, obra que imeadiatamente se tornou a trilha sonora preferida das noites em que reunia os amigos em casa, antes de cair no Baixo Reduto, onde a balada de Belém do Pará fervia na época, somada a um circuito de outros barzinhos memoráveis. "Hoje eu quero sair só" virou hit, claro. 

O disco marcava a estréia solo do compositor pernambunco, e tinha como destaque, ainda, "A Balada do Cachorro Louco" e "Dois Olhos Negros", entre outras canções que já traziam recursos da música eletrônica, fundindo maracatu com funk e pop. Futurista, como se percebe desde a capa do CD, aí acima.

Apesar de Lenine já ter se lançado em dois outros discos, "Baque solto” (1982/1983), em parceria com Lula Quiroga, e Olho de Peixe (1994), em parceria com o percusionista Marcos Suzano, foi só ali, naquele momento derradeiro dos anos 90, que tive a felicidade de ouvi-lo de forma intensa e desbravadora. Depois desses três trabalhos, vieram vários outros, sempre com o toque inventivo do compositor que, através de pesquisa musical apurada de tantas sonoridades espalhadas pelo país, nos traz como diferente um experimentalismo autêntico, que o coloca acima daquilo que se poderia chamar de senso comum da MPB. 

Agora é Chão - Ele já esteve aqui em várias outras ocasiões para nosso deleite, mas neste sábado, 28, Lenine estará novamente entre nós, desta vez com a festejada turnê intitulada “Chão”, que é também o nome do seu novo álbum, lançado em outubro de 2011. O show acontece no Teatro da Paz, às 20h30, e com toda certeza do mundo, é imperdível.

Chão parece ser um show no mínimo inusitado, pelo que já se fala dele em todo o país. A direção musical é do próprio Lenine, em parceria com Bruno Giorgi e JR Tostoi, que estão com ele no palco, e traz a reboque, ainda, uma parafernália de equipamentos eletrônicos e instrumentos, que reproduzem ruídos orgânicos que embalam nove das dez faixas do disco, como “Chão” (Lenine/ Lula Queiroga), “Invergo mas não quebro” e “Isso é só o começo” (Lenine/Carlos Rennó), além de antigos sucessos como “Jack Soul Brasileiro”, “Leão do Norte” (Lenine/Paulo César Pinheiro) e Paciência (Lenine/Dudu Falcão).  

Na última segunda-feira (26), Leline falou ao G1 sobre o show e disse que "Chão" difere bastante de outros trabalhos. "Chão é uma conjugação dos verbos ouvir e ver, necessariamente nesta ordem.

Adequa-se muito a teatros e está carregado de novidades e muitas coisas o diferem dos trabalhos anteriores. Esse show, por exemplo, não tem bateria e percussão porque estamos aproveitando todos os relevos sonoros e isso tem agradado muito ao público por onde a gente tem passado", explicou. 

Na entrevista Lenine falou também que toca as canções do novo CD e músicas já conhecidas, mas se mostrou ciente de que sempre ficam faltando aquelas que público pede na hora e decretou: “Se pedirem, eu vou atender, mesmo que não estejam no roteiro porque eu gosto de atender ao público". Ah, que ótimo saber disso. Assim a gente espera que ele faça aqui em Belém.

Serviço
Chão. No Teatro da Paz, às 20h30.  Informações: 91 4009 8751.

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