Fotos: Tamara Saré |
O cantor participa pelo quarto ano consecutivo, do Festival de Ópera do Theatro da Paz, desta vez, encarnando o astuto vilão, que joga com as fraquezas dos personagens para manipulá-los. Uma das sensações da peça escrita por William Shakespeare, na qual se baseia Arrigo Boito, autor do libreto da ópera, Iago desperta dúvidas, ódio e raiva no público, por ser um personagem hábil e por conhecer a fraqueza humana a ponto de manipular os sentimentos de todos os envolvidos na trama.
Ele parece um doce amigo e conselheiro, aquele que ajuda a todos a resolverem seus dilemas, mas por trás, trabalha na queda de cada um, pelo simples prazer de destruir. Estevez conta que para assumir o papel de Iago, precisou de pelo menos um ano de preparo, entre leituras do original de Otello, obra escrita por Shakespeare por volta de 1603.
Ele parece um doce amigo e conselheiro, aquele que ajuda a todos a resolverem seus dilemas, mas por trás, trabalha na queda de cada um, pelo simples prazer de destruir. Estevez conta que para assumir o papel de Iago, precisou de pelo menos um ano de preparo, entre leituras do original de Otello, obra escrita por Shakespeare por volta de 1603.
Ele revela que precisou fazer também um mergulho em sua memória emotiva para buscar algo que pudesse ser útil ao perfil psicológico do personagem.
“É necessário um trabalho interior para resgatar, em algum momento da sua vida, algo que tenha feito você sentir inveja de alguém. Depois, é não ter escrúpulos no palco”, relata o solista, que também elogia a direção de Mauro Wrona e a parceria dos cantores que contracenam com ele.
“É necessário um trabalho interior para resgatar, em algum momento da sua vida, algo que tenha feito você sentir inveja de alguém. Depois, é não ter escrúpulos no palco”, relata o solista, que também elogia a direção de Mauro Wrona e a parceria dos cantores que contracenam com ele.
O cantor diz que são os pequenos gestos que enriquecem o personagem, para que o vilão se revele aos poucos, em cada ato da cena. “Iago é um homem muito inteligente que tem o dom de manipular todos. Ele conhece as pessoas, pelo olhar, pela maneira de se vestir, conhece seus objetivos, mas no fundo é uma pessoa muito infeliz”.
Trajetória - Morando há 22 anos na Espanha, ele participa do festival de ópera do Theatro da Paz desde 2012. Das quatro vezes consecutivas que veio a capital paraense, esta será a terceira em que arrume um papel de estreia na carreira. Em Belém, ele interpretou pela primeira vez, o personagem João Batista, em “Salomé” (2012) e o Holandês, de “O Navio Fantasma” (2013).
Entre muitos desafios da carreira, o barítono carioca se lembra da atuação na ópera “O Barbeiro de Sevilha”, em São Paulo, que considerou “musicalmente muito difícil de fazer”. Outra vez, no Japão, teve que superar o cansaço físico na maratona de cidades que estava escalado para cantar.
“Sempre digo que o artista é como um atleta. Tem que manter o nível ou fazer melhor. É claro que a experiência ajuda muito. Há 20 anos quando comecei a carreira, com certeza tinha mais dificuldade”, comparou. Aclamado pela crítica pela beleza de sua voz, naturalidade e rica interpretação, Rodrigo Esteves já tem uma carreira sólida no exterior e é reconhecido como um dos melhores barítonos brasileiros.
Trajetória - Morando há 22 anos na Espanha, ele participa do festival de ópera do Theatro da Paz desde 2012. Das quatro vezes consecutivas que veio a capital paraense, esta será a terceira em que arrume um papel de estreia na carreira. Em Belém, ele interpretou pela primeira vez, o personagem João Batista, em “Salomé” (2012) e o Holandês, de “O Navio Fantasma” (2013).
Entre muitos desafios da carreira, o barítono carioca se lembra da atuação na ópera “O Barbeiro de Sevilha”, em São Paulo, que considerou “musicalmente muito difícil de fazer”. Outra vez, no Japão, teve que superar o cansaço físico na maratona de cidades que estava escalado para cantar.
“Sempre digo que o artista é como um atleta. Tem que manter o nível ou fazer melhor. É claro que a experiência ajuda muito. Há 20 anos quando comecei a carreira, com certeza tinha mais dificuldade”, comparou. Aclamado pela crítica pela beleza de sua voz, naturalidade e rica interpretação, Rodrigo Esteves já tem uma carreira sólida no exterior e é reconhecido como um dos melhores barítonos brasileiros.
Mais solistas - Ao lado dele, a paraense Ana Victória Pitts faz sua estréia na ópera, no papel de “Emília”, a amiga e dama de companhia de Desdêmona, interpretada por Gabriela Rossi.
Peça chave da trama, Emília ganha força nos últimos atos da ópera, revelando todas as verdades que sabe do marido, o Iago. “Verdi não escreveu Emília cantando muito. Ela não tem partes cantadas muito longas, mas uma presença cênica muito importante, até maior que a vocal, por estar quase sempre ao lado de Desdêmona”, diz Pitts.
Peça chave da trama, Emília ganha força nos últimos atos da ópera, revelando todas as verdades que sabe do marido, o Iago. “Verdi não escreveu Emília cantando muito. Ela não tem partes cantadas muito longas, mas uma presença cênica muito importante, até maior que a vocal, por estar quase sempre ao lado de Desdêmona”, diz Pitts.
A mezzo soprano paraense que iniciou os estudos de canto lírico no Conservatório Carlos Gomes, sob a orientação da professora Márcia Aliverti, em 2008, agora vive em Rovigo, cidade próxima a Veneza, na Itália, onde estuda canto no Conservatório Francesco Venezze. Em 2010, foi solista da ópera “Dido and Aeneas”, de Henry Purcell, regida pelo maestro francês Phillipe Forget, e já participou de inúmeros concertos na Itália.
Em novembro de 2011 ganhou o prêmio Giovane Promessa, no Concurso Internacional de Música Sacra, em Roma, e em fevereiro de 2013 participou do concurso “Voices of Love”, em Verona. A jovem Pitss considera a atuação na ópera “Otello”, um desafio muito grande na carreira.
“Fazer um papel de maturidade como esse é de uma responsabilidade muito grande. Tem toda uma questão psicológica, dramática e cênica, mas está sendo muito bom trabalhar com tanta gente boa e experiente, porque eu acabo crescendo profissionalmente”, comenta.
“Otello" tem ainda no elenco a soprano Gabriella Rossi, que contracena com o tenor italiano Walter Fraccaro, que interpretam Desdêmona e Otello. “Foi um desafio manter uma voz projetada, sem perder as características da personagem, que é doce, meiga e ingênua. Não poderia ser uma voz muito levinha, nem tão brusca. Teria que manter essa leveza, já que ela é uma pessoa muito inocente, pura e que não sabe o que está acontecendo”, diz a soprano paulista, que é membro da Cia. Ópera Curta, da Casa Ópera, já tendo atuado em “La Bohéme”, de G. Puccini; “Carmem”, de Bizet e “La Traviata”, de Verdi.
“Fazer um papel de maturidade como esse é de uma responsabilidade muito grande. Tem toda uma questão psicológica, dramática e cênica, mas está sendo muito bom trabalhar com tanta gente boa e experiente, porque eu acabo crescendo profissionalmente”, comenta.
“Otello" tem ainda no elenco a soprano Gabriella Rossi, que contracena com o tenor italiano Walter Fraccaro, que interpretam Desdêmona e Otello. “Foi um desafio manter uma voz projetada, sem perder as características da personagem, que é doce, meiga e ingênua. Não poderia ser uma voz muito levinha, nem tão brusca. Teria que manter essa leveza, já que ela é uma pessoa muito inocente, pura e que não sabe o que está acontecendo”, diz a soprano paulista, que é membro da Cia. Ópera Curta, da Casa Ópera, já tendo atuado em “La Bohéme”, de G. Puccini; “Carmem”, de Bizet e “La Traviata”, de Verdi.
“Otello” - A ópera tem libreto de Arrigo Boito, possui quatro atos. A montagem do Da Paz traz a direção musical do maestro Silvio Viegas, na regência da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz e de Vanildo Monteiro, na do Coral Lírico do Festival. O cenário é assinado por Duda Arruk, os figurinos são de Fábio Namatami. O visagismo é de André Ramos e a supervisão artística de Gilberto Chaves.
Serviço
O XIII Festival de Ópera do Theatro da Paz, que iniciou temporada em agosto, encerra neste sábado, 27, com um grande concerto a céu aberto, em frente ao teatro, a partir as 20h. Entrada franca.
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