9.2.15

"O Que Traz Boas Novas" no Cine Estação

Detentor de mais de 20 prêmios internacionais, “O Que Traz Boas Novas” (Monsieur Lazhar), quarto trabalho de Philippe Falardeau, estreou neste final de semana e segue em cartaz no Cine Estação das Docas, a partir da próxima semana, com sessões nas quartas e quintas, às 18h e 20h30, e no domingo, às 10h.

Uma reflexiva visão do comportamento dos pais e do sistema educacional do Ocidente, a película trata da chegada de um professor argelino, Bachir Lazhar (Muhammad Fellag), a uma pequena escola infantil do Canadá, a qual encontra-se em estado de choque devido ao fato de um aluno ter encontrado uma professora enforcada em sala de aula. Lazhar assume a vaga deixada pela professora suicida e procura, além de suas tarefas com o currículo escolar, lidar com a dor e trauma das crianças, com idade entre os 12 e os 14 anos.

Na percepção de Bachir, as crianças devem ser levadas a conversar entre si sobre a questão da morte e as circunstâncias que levaram a professora ao ato de renúncia da vida. Exorcizar o trauma.  Mas a escola decide entregar o caso a uma psicóloga e passar uma régua no assunto. Orientado para apenas se ocupar das matérias do cotidiano escolar, Bachir percebe que Juliette (Nicole-Sylvie Lagarde), a psicóloga encarregada de tratar da turma, não consegue aliviar a tensão e o choque entre os alunos. Ninguém, da diretoria aos professores efetivos da escola, sabe como lidar com o caso.

Bachir decide transgredir, aceitando conversar sobre o assunto quando as crianças se manifestam. Ele aplica um texto de Balzac em sala de aula e conversa sobre o tema com os alunos. O resultado é a repreensão. Um pai, ao tomar conhecimento, repreende o professor: trate apenas de ensinar que nos cuidamos da educação, diz. 

A diretora, por sua vez, não perguntou sequer o tema, de qual livro ele tirara o texto e Balzac está proibido. Situações que engessam questões fundamentais para que as crianças possam compreender melhor as questões relativas e  vida e, especialmente, a morte, vista como o fim de tudo pelos ditames comuns.

Na escola, é proibido qualquer ato de afeto entre professores a alunos, mesmo que seja um simples toque no braço e um simples abraço. É o medo da pedofilia, provocando um preocupante distanciamento entre o professor e seus alunos.

A lente de Falardeau questiona: Será a instituição apenas um mero repassador do conteúdo da grade curricular ou ser o âmbito da educação? O ensino bitolado ou o lugar de aprendizado do conhecimento e da formação cultural e moral do indivíduo? Como fica a questão da missão de escola no quesito de preparar o aluno para enfrentar os desafios da vida fora dos muros escolares? Como viver sem o conhecimento e da gama de questões sociais, filosóficas e políticas que envolvem o mundo?

“O Que Traz Boas Novas” pode ser uma produção canadense, mas a escola, a família e a educação são temas universais, assim como o tema de um homem movido pela paixão por ensinar, a conquista da confiança da turma, a empatia com uns e os pequenos conflitos com outros.

Veja mais:

O Que Traz Boas Novas
Direção: Philippe Falardeau. 94 minutos. 12 anos
https://www.youtube.com/watch?v=CUk9PAXsbVE

Sessões em fevereiro

  • 18 (quarta), às 18h e 20h30
  • 19 (quinta), às 18h e 20h30
  • 22 (domingo), às 10h, 18h e 20h30
  • 25 (quarta), às 18h e 20h30
  • 26 (quinta), às 18h e 20h30

Ingressos: R$ 10,00 (com meia-entrada para estudantes)

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