Viajar divulgando a diversidade cultural local e interagindo com artistas de outras cidades é uma experiência de cidadania, que o Grupo Quaderna terá, pela segunda vez, este ano. O programa Sesc Amazônia das Artes levará a turnê do projeto “Pregões – A Melodia das Ruas” para mais três cidades da região norte e um no nordeste.
O show, que já circulou por cinco capitais nortistas em maio passado, se prepara novamente para pegar a estrada. A nova turnê inicia com um show no Sesc Boulevard, em Belém, na próxima terça-feira, dia 9 de agosto e em seguida, liderado pelos compositores Allan Carvalho e Cincinato Marques Jr., o Quaderna segue para realizar apresentações em Teresina (PI), Cuiabá (MT), Macapá (AP) e Manaus (AM), numa circulação que vai até 18.
Cincinato ressalta a importância da iniciativa do Sesc nesse projeto. “É uma instituição que se destaca hoje na elaboração e execução de atividades culturais na região, e não somente em uma, mas em várias linguagens. Em Ji-Paraná (RO) conhecemos artistas de teatro do Amapá com quem tivemos uma integração interessante. Essa iniciativa de integrar artistas de linguagens diferentes promove a construção de um território cultural com uma linguagem realmente amazônida”, avalia o compositor que também é professor de geografia na UFPA.
O conceito de região é “estendido”, já que a Amazônia legal compreende além dos estados da região Norte, parte do Maranhão e o Mato Grosso. O Piauí, cuja capital está inclusa no roteiro do programa, não é oficialmente um estado amazônico. “Circular pela região nos mostra com clareza o que é o chamado ‘custo amazônico’”, ressalta.
No âmbito dos movimentos culturais o “custo amazônico” é um conceito amplo, que engloba o déficit histórico de políticas públicas culturais na região e evidencia o gasto extra (às vezes, “extravagante”) das produções com a realidade econômica e social para se realizar arte e cultura. “Um exemplo forte disso, que ficou evidente na nossa primeira viagem pela região, são as rotas aéreas disponíveis no Brasil, que por interesse econômico das companhias, tornam nosso trajeto longo e custoso”, observa Allan Carvalho.
Entre shows e aeroportos
Durante onze dias, a dupla, acompanhada de mais cinco músicos, viajou para fazer cinco shows. Os intervalos de dois ou três dias entre as apresentações poderiam ter sido gastos com uma interação maior com o público e os artistas de cada cidade, promovendo redes e intercâmbio mais sólidos como é a proposta do projeto Sesc Amazônia das Artes. Mas eles gastaram mais tempo entre aeroportos e aviões. “De São Luís para Ji-Paraná fizemos os trajetos São Luís-Belo Horizonte, Belo Horizonte-Brasília, Brasília-Cuiabá e Cuiabá-Ji-Paraná. Ou seja, descemos para depois subir de novo”, explica Allan.
Mesmo assim, a dupla teve tempo de fazer algumas apresentações extras no Maranhão e em Rondônia, onde os amigos e artistas locais abriram espaço na pauta de seus projetos para recebê-los. Observando isso o projeto promove, ao final dessa segunda série de shows, um bate papo em Manaus com grupos locais, onde serão debatidas questões culturais. "O Sesc Amazônia das Artes é um dos poucos projetos que possibilita artistas da região circularem pela própria Amazônia. Para nós é excelente porque o ‘Pregões’ é um pedaço de Belém circulando pela região", ressalta Cincinato, observando a característica do show.
Foto: Elielton Amador |
Repertório - O Quaderna leva nessa viagem canções de seus dois premiados discos. O primeiro foi lançado em 2006 como resultado de uma pesquisa para o extinto Instituto de Artes do Pará (IAP) sobre a influência nordestina na produção da música da Amazônica. O segundo surgiu em 2012, também como resultado de bolsa do IAP, e foi lançado em 2014 pelo programa Natura Musical. “Melodia das Ruas” traz referências aos pregões – os gritos “de marketing” dos vendedores de rua.
Mais de 90% do repertório é autoral. São canções em ritmo de boi-bumbá, de xote, modinha e outros estilos tradicionais que ora dialogam com a música contemporânea, como em “Canto Encantado” (Cincinato Jr. e Ronaldo Silva), “Filho Preto” (Allan Carvalho e Aninha Moraes), “Orquestra” (Allan Carvalho e Cincinato Jr.) e “Extra, Extra” (Allan Carvalho e Cincinato Jr.), que dividem espaço com clássicos como “Filho de Tupinambá” (Ary Lobo e Barbosa da Silva) e “Baião Psicodélico” (Zé Gonzaga).
Em Belém, a dupla pretende fazer uma apresentação especial, já que em casa é possível integrar a ação com outros grupos e artistas locais. Os músicos que acompanham a dupla são Alcir Meireles (flauta, teclado e direção musical), Ziza Padilha (violão), Baboo Meireles (contrabaixo), Bruno Mendes (bateria), Harlei Bichara (sax e flauta), além de Allan e Cincinato cantando.
SESC Amazônia das Artes
- 9 de agosto às 19h – Belém - Sesc Boulevard – Entrada Franca
- 11/08 - Teresina (PI)
- 13/08 – Cuiabá (MT)
- 15/08 - Macapá (AP)
- 18/08 – Manaus (AM)
Informações: (91) 3224-5654 e (91) 4005-9584 / 4005-9587 (Sesc no Pará). Outras informações: (91) 98168 7474.
(Holofote Virtual, com informações da assessoria de imprensa)
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