Em sua 5ª Edição, o evento vai acontecer no mês de maio, simultaneamente, em mais duas cidades
brasileiras, São Paulo (SP) e Floripa (SC), e talvez ainda chegue a Vitória da Conquista (BA). O prazo para a inscrição de filmes vai até 30 de março.
A ideia é mostrar que o Brasil não se resume a um pólo cultural (somente), localizado em meio a uma imensidão, e unir o país de norte a sul com cultura diversificada, de alto nível e de graça.
O Festival aceita inscrição de curtas em animação, ficção ou documentário com duração máxima de 20 minutos. Visite o blog (http://festivalartdeco.blogspot.com.br) e acesse o regulamento para inscrever seu filme. Não há restrição quanto à data de produção. Os filmes deverão ser classificados em uma das categorias criadas pelo Festival ArtDeco de Cinema, durante a inscrição.
Todo o processo é online através de um link.
Os filmes podem ser enviados por correio, em DVD, ou disponibilizados através de upload na internet (Youtube, Vimeo ou similares), bastando somente informar o link e senha (no caso de filmes com bloqueio). Em Belém, a mostra competitiva acontecerá de 14 a 19 de maio, no Sesc Belém, sempre a partir das 19h.
Daniel Torres, um dos coordenadores do Festival Art Déco, conversou com o Holofote Virtual sobre o festival e antecipou informações de como tudo vem sendo desenvolvido. Junto ao sócio Roberto Christo e Kelly Lima, pela Exotique Filmes, ele conta que o festival tem parceria de Paulo Oliveira e Thogun Teixeira, da Insane Mind Films, e de Haroldo Joseh, da Baba de Komodo Produções, além de Fernando Haro e Christian, da Contágio Filmes em SP.
Daniel Torres também é ator de teatro e de cinema e diretor. Estreou na direção com o curta "Solitude" e não parou mais. Sócio na Exotique Filmes, que já conta com mais de 10 curtas
realizados, todos sem patrocínio ou qualquer tipo de incentivo, e assume a organização do festival ArtDeco.
Daniel Torres (à direita), no set de "Salada de Frutas" |
Holofote Virtual: Fazer um evento simultâneo, não é brincadeira. Como vocês estão se organizando pra isso?
Daniel Torres: Vamos nos dividir, em duplas pelas cidades, junto com uma equipe local. Mas ainda estamos precisando de patrocínio e apoio. Em nosso blog estão todas as informações das edições anteriores, como fotos do encerramento, participação de artistas na entrega de prêmios, que podem ser acessados para entender melhor.
Holofote Virtual: O nome do festival faz referência a uma belo movimento artístico arquitetônico, aliás, Belém tem ainda diversos vestígios do ArtDeco, mas o que isso tem a ver com o evento?
Daniel Torres: O movimento de design ArtDeco aconteceu na década de 1920 e foi até a quase 1940. Influenciou as artes, sobretudo a arquitetura. O ArtDeco focava as linhas retas, estilo menos rebuscado, o simples. O festival nasceu da intenção de abrir espaço para as produções independentes de baixíssimo orçamento que até então só encontravam barreiras diante dos demais festivais nacionais, que abrisse os braços para receber o simples, porém sempre preservando a essência artística. E esse se tornou o âmago do evento.
Holofote Virtual: O Festival recebe inscrições de filmes que não tenham tido apoio financeiro, é isso mesmo? É a produção independente, de fato, que vocês querem focar?
Daniel Torres: Esse é o cerne do festival. Por isso há um gênero específico para esses filmes intitulado MEDC (Mostra Expressão e Diversidade no Cinema). Mas com o decorrer das edições, o festival cresceu assustadoramente e decidimos, mais uma vez, abrir os braços para receber todos esses novos gêneros, formatos e produções com custos variados. Já tivemos até filmes que concorreram em Cannes, Berlin etc!
Holofote Virtual: Qual é a dinâmica?
Daniel Torres: Será uma semana para exibição e uma noite com a cerimônia de encerramento e entrega do "Troféu Flor de Lotus" (nome dado devido ao significado da Flor de Lotus no oriente: Nascido da Lama - na minha interpretação: Nascido da Lama e muito belo). Haverá um corpo de três jurados de cada região, representada no festival.
Em Belém, nos cinco primeiros dias teremos a exibição de curtas nas diferentes categorias do Festival e, no último, estamos vendo a possibilidade de exibir um longa convidado ou uma mostra de filmes regionais. Em breve teremos a confirmação através do blog e fanpage no facebook.
Holofote Virtual: Como você vê esta produção independente no país?
Daniel Torres: A indústria do cinema brasileiro renasceu há pouco tempo, em contrapartida ela veio repleta de jovens talentos com muita criatividade para turbinar as produções. Aliado ao fato, temos a evolução dos equipamentos de produção que, hoje em dia, são mais simples de se manusear, mais baratos e apresentam resultados incríveis no quesito qualidade final do produto.
Temos ainda a internet para veicular obras que ficariam mofando nas prateleiras das distribuidoras, caso não existisse a rede mundial. Por outro lado, o público passou a ser mais exigente com as produções, mas o mesmo público ainda não aprendeu a consumir arte e cultura, continuam a consumir entretenimento (somente) e isso dificulta muito a captação de recursos para obras fora do "main stream".
Os empresários só querem patrocinar o entretenimento que lhes renderá um retorno do marketing investido. A produção do cinema independente será menos árdua no dia que o mercado consumidor passar a consumi-la.
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