Fotos: Caio Romano
Atuando na última década mais nos bastidores da música
paraense, o músico, compositor e produtor cultural Márcio Macedo estará
novamente na mira do público, mostrando “Coisas belas pra dizer”, show que
marca o seu retorno aos palcos. Será, segundo o autor, “um show leve, com uma
sonoridade um pouco diferente e nem por isso tão ousada. A musica pela música”.
Nesta quinta-feira, 16, e na próxima semana, dia 23, sempre às 19h, no Centro
Cultural Sesc Boulevard, com entrada franca.
Mais de uma década fora dos palcos, Márcio Macedo, porém,
nunca se afastou do setor musical.
Fundador da MM Produções, ele vem realizando
inúmeros projetos que sempre estão ligados e fundamentados na música, como o
Festival Ver o Peso da Nossa Música, que acaba de levar centenas de pessoas
(dias 11 e 12) ao Centur, onde foi realizada a segunda edição, em homenagem ao
aniversário de Belém, assim como o Música na Estrada que leva a música paraense
a municípios do interior, com apresentações em uma carreta palco, e sessões de
bate papo.
“Tenho me dedicado a este projeto da MM há dez anos.
Consegui chegar a um lugar próximo do que sonhei. Realizamos projetos
importantes, sempre com mais acertos que erros. Difundindo a música, tentando
trabalhar de forma coletiva. Mas acho que o lado criativo ta pedindo socorro.
Preciso cantar pra me sentir mais feliz. Isso não quer dizer que vou parar com
os projetos e nem que é um retorno definitivo”, reflete o artista.
Os projetos continuam, mas a ideia e a necessidade de
retornar à produção musical autoral foi falando mais alto. “Cheguei à conclusão
de que todo trabalho que tenho feito todo um esforço pra dar força ao projeto
da produtora, tem no fundo o objetivo de estabilizar bases pra no futuro minha
música possa acontecer de alguma forma. Achei que já poderia começar a
conciliar as coisas e ir voltando. Também tenho um certo medo de me afastar
muito dos palcos e perder o tino. Perder a força que ainda pulsa”, comenta.
Márcio Macedo retornar à cena para retirar da
gaveta músicas inéditas, que só aguardavam esta oportunidade. E também quero
atender as pessoas que me cobram isso. “Talvez grave o áudio do segundo show,
para fazer um EP e dar início a uma produção maior em maio”, revela.
Além de gravar e difundir sua produção, saindo um pouco do
território, a ideia agora é viabilizar espetáculos futuros (médio prazo) com
uma produção "como manda o figurino, do jeito que tem de ser", diz
Márcio. “Quero realizar em 2014 pelo menos mais um show em teatro e organizar
outro repertório para espaços ao ar livre como festivais. Gosto de brincar com
ritmos ‘pra frente’, esquentar a plateia”, (risos).
O show - Em “Coisas belas pra dizer”, o compositor estará
acompanhado por Ziza Padilha (violões, arranjos e direção musical), Herivelton
de Souza (Piano Digital), Elias Coutinho (sopros) e Kleber Benigno
(Percussão).
No repertório, 90% das músicas são autorais, como “Negro
sol”; “Bandeira do lugar”, “Clarão de Azular”, “Cidade Senhora”, uma homenagem
à cidade de Bragança e “Desejo”, um lundu que fala um pouco da negritude de
nossa gente), além de canções vencedoras de festivais e inéditas.
“Tem um poupurri de coco, que foge do autoral, com Gonzagão,
Waldemar Henrique, Ronaldo Silva e Pinduca. Algumas de minhas referências. Mas
tudo sem pretensão. São temas praianos. Ainda sou muito ligado à atmosfera
cabocla. Fiz parte de grupo Parafolclórico quando bem jovem. Isso não sai da
gente”, diz Márcio, que iniciou a carreira aos 15 anos, ou seja, este show
acaba sendo uma celebração aos seus 20 anos de estrada.
Carreira - Márcio foi estudante do curso de
Educação Artística com habilitação em música, pela Ufpa em 1997.
Foi quando teve oportunidade de participar das primeiras edições da Bienal de
cultura da UNE (em Salvador-BA (99) e Rio de Janeiro (2001),
apresentando músicas autorais nas mostras do evento.
A carreira profissional, porém, começou antes, em 1994. Em dez anos de intensa produção, Márcio participou festivais de música
como compositor e intérprete, destacando-se no vigésimo
primeiro Festival da Canção de Boa Esperança (MG), com a canção
vencedora “Negro Sol” - 2001.
Também teve premiações no Festival da Canção de Icoaraci (Melhor música – 2006), no XXV Festival Ouremense (melhor arranjo, melhor musica, melhor interprete, melhor letra), com Bandeira do Lugar (2008.) e no X Festival Terra Firme (Melhor arranjo, melhor musica, melhor interprete, melhor letra), com Clarão de azular (2010).
Outros momentos importantes foram os shows
“Cores e bandeirinhas”, do qual participou com a música “Tanguru-Pará”, no
Teatro do Centur (Projeto ¼ de Música - 1997); integrando o “Trio Guapo”, com Allan
Carvalho e Fabio Cavalcante, no Teatro Waldemar Henrique (Projeto Seis e meia -
1998) e “Coração e terra” (Teatros CCBEU e Waldemar Henrique – 2000).
Foi atração no Circuito Cultural
Banco do Brasil (2004), “Quinta cultural do Banco da Amazônia”, com
Lucinha Bastos e Patrícia Bastos. Em 2013, sua música Clarão Azular foi gravada pelo
grupo CaBoclo Muderno, com participações de Paulinho Moska e Pedro Luis, a
composição Clarão de azular.
Serviço
Márcio Macedo apresenta “Coisas belas pra dizer”. Nos dias
16 e 23 de janeiro, sempre às 19h, Centro Cultural Sesc Boulevard. Entrada
franca.
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