"O Topo do Nada”, da banda amazonense, terá lançamento
on line, nesta quarta-feira, 29, quando o público que acessar o site www.mezatrio.com, encontrará
o disco disponível para streaming e, futuramente, para download. Antes, haverá shows de lançamento em Belo Horizonte, São José dos
Campos e na capital paulista, já nesta primeira semana de fevereiro.
A banda Mezatrio já tocou em Belém. O ano era 2006, no
primeiro Se Rasgum Festival. Estava no início da carreira que, em abril
de 2014, completa 10 anos e vem se afirmando, com a ideia de se consolidar no cenário, com este novo
álbum, investindo na divulgação mais focada, apostando na circulação.
Em 2004, a banda era na verdade um power trio. Guitarras distorcidas e letras recheadas de sentimentalismo davam o tom. Depois de passar por várias mudanças, hoje com sete integrantes atuais, incluindo um naipe de metais - Paulo Lins (Voz/Guitarra); Augusto Rodrigues (Guitarra); Abner Canela (Baixo/Voz); Gustavo Machado (Guitarra/Teclado/Voz); Alexandre Lins (Bateria); Marcelo Martins (Trompete) e Nelverton Rodrigues (Trombone) - o grupo apresenta algo diferente e quer mostrar isso ao resto do país.
A partir do dia 6 de
fevereiro o Mezatrio estará nas cidades de Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP) e São
José dos Campos (SP), no Vale da Paraíba. “Faremos turnê de lançamento, com shows
nestas cidades, inclusive com o Macaco Bong, no Hocus Pocus, e também
participando de programas como o Alto Falante, da Rede Minas e o Udigrudi, da
Play TV”, diz Gustavo Machado, em entrevista ao Holofote Virtual.
A ideia é trabalhar também esta divulgação on line, em blogs e sites especializados. “Temos uma presença online bem legal, estando nos principais meios de divulgação e redes sociais, apostamos muito nisso para a divulgação da música, um mix entre divulgação online e física”, diz Gustavo Machado. "Além do álbum em stream, o site www.mezatrio.com, também trará informações e notícias sobre a banda, vídeos e imagens", complementa.
O show de lançamento em Manaus será em março. “Estamos negociando ainda, mas há grandes possibilidades de tocarmos em festivais de norte a sul ao longo do ano, de acordo com o resultado que obtivermos com o lançamento desse novo trabalho”, continua Gustavo que também ressalta que “seria um prazer voltar pra tocar em Belém, quem sabe ainda em 2014”, enfatiza.
Trajetória - Circulando pelos festivais independentes desde 2005, o grupo
já participou do “Calango” (Cuiabá); “Se Rasgum No Rock” (Belém);
“Varadouro” (Rio Branco); “Casarão” (Porto Velho); “Fora do Eixo” (São Paulo);
“Bananada” (Goiânia); “Sesc Fest Rock” e “Tommarrock” (Boa Vista); “Até o
Tucupi” e “Grito Rock” (Manaus-AM); e já fez shows em outras cidades das
regiões Norte, Sul e Sudeste do Brasil.
Dividiu o palco com grandes nomes da música
independente nacional e recebeu indicações a prêmios de grande importância,
como o de melhor show independente e o de banda revelação, por sites
especializados como o da revista Dinamyte (São Paulo), Senhor F (Brasília),
FanRock (Porto Velho) e Espaço Cubo (Cuiabá).
Ao todo possui dois EPs, três singles e um disco, todos,
de acordo com Gustavo Machado, bem aceitos pela crítica especializada. Há participação
do Mezatrio também em coletâneas e em 2013, o lançamento de um single e do
videoclipe da música “Qualquer Um”, anunciava o que seria o novo disco.
“Em uma escala que vai do ‘nada’ ao ‘tudo’, chegar ao ‘topo
do nada’ significa estar no início de alguma coisa, seja começando ou
recomeçando, inventando ou reinventando, transformando-se em algo novo e
iniciando tudo novamente”, acreditam os integrantes da banda.
No bate papo com Gustavo Machado falamos mais sobre o novo
trabalho. Quis saber mais da cena musical de Manaus, enquanto espaço difusão de sua
produção e mercado para se manter um trabalho musical que amadureça e se
projeto para além de suas fronteiras geográficas. E neste sentido, deu para perceber que Manaus e Pará têm muito mais em comum do que a
floresta Amazônica.
No Festival "Até o Tucupi" |
Holofote Virtual: 10 anos de carreira. É um momento
especial? Não é toda banda que dura uma década...
Gustavo Machado: Sim, é um momento que poucas bandas
independentes conseguem passar. Como não podia deixar de ser, durante esses
anos todos como banda superamos diversos desafios e esse novo trabalho que
estamos lançando veio para coroar essa data tão especial para nós.
Holofote Virtual: O que vocês pesquisam e o que
traz no novo disco, intitulado “O Topo do nada”?
Gustavo Machado: Apesar de cada um de nós ter suas próprias
influências musicais, o que nos une é o gosto por bandas de rock internacional
que surgiram a partir da década de 90, mas também curtimos várias coisas do
cenário independente nacional. Nesse novo disco incorporamos um trompetista e
um trombonista, que unido às três guitarras que a banda possui, deram um toque
singular ao disco.
Holofote Virtual: Vocês já vieram ao Se Rasgum. Como foi a
participação?
Gustavo Machado: Participamos do Se Rasgum em 2006 e temos
ótimas lembranças. O público foi bastante caloroso e mesmo depois de todo esse
tempo ainda encontramos pessoas que estiveram naquele show e que comentam
positivamente a nossa participação.
Holofote Virtual: E deu pra conhecer e trocar com a cena
local de Belém?
Gustavo Machado: Como faz muito tempo que fomos tocar em
Belém, tivemos mais contato com os artistas daí em outras localidades. Já
tivemos a oportunidade de tocar. na The Outs em SP, com a Madame Saatan, banda
que curtimos muito e também somos amigos da Marisa (Brito), vocalista da A
Euterpia.
Encontramos também com a Aíla, Felipe Cordeiro e Cristal Reggae &
Juca Culatra, no Festival ‘Até o Tucupi’, entre outros. Certamente uma
participação em algum festival em Belém faria com que estreitássemos mais os
laços com a cena local atual novamente.
Holofote Virtual: E em Manaus? Como é esta cena, quais são as
bandas mais atuantes e como rola este movimento musical?
Gustavo Machado: Nos últimos anos em Manaus, notoriamente as
bandas autorais passaram a conseguir mais facilmente registrar seu trabalho via
gravação. Existem bandas de diversos estilos e com muita qualidade como a banda
Snatch, Alaíde Negão, Malbec, Artigo V, The Dust Road e MB-4. Cada vez mais sai
material com boa qualidade de gravação daqui.
A tendência é que em breve esse
mercado seja descoberto pelo resto do país e acredito que só não foi mais
descoberto por causa da derrocada que a MTV Brasil teve nos últimos anos, que
coincidiu com a decadência da popularização de bandas novas de rock nacional.
Holofote Virtual: Há espaço pra tocar, mercado pra
música aí?
Gustavo Machado: Se você toca em uma banda cover você tem
espaço. Se você tem uma banda de músicas autorais você é obrigado a criar o seu
espaço, acredito que seja uma tendência na maior parte do Brasil. Hoje, são
poucas as casas de show que abrem espaço para bandas de músicas próprias em
Manaus, a não ser que você seja o organizador do evento, produza tudo, divulgue
e garanta o público. É uma batalha contínua que as mesmas estão travando, que
começou há tempos, mas não tem data para terminar.
Holofote Virtual: E em termos de produção, de que forma vocês capitalizam para os projetos?
Gustavo Machado: Captamos recursos através da realização de
eventos criados por nós mesmos, através da produtora Tum Tum, em parceria com
outras bandas.
Também temos parceria com algumas outras produtoras locais, que
realizam eventos com bandas locais autorais. Também através de participação em
projetos e editais da iniciativa pública e privada, como a Secretaria de
Cultura do Estado e da Prefeitura. Inclusive, parte das passagens da Tour estão
sendo custeadas pela Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas, através de um
projeto que submetemos no ano passado.
Holofote Virtual: Então, tem um novo disco e ano passado vocês
também fizeram um vídeo que já tinha a ver com este trabalho. Estão felizes?
Gustavo Machado: Ficamos muito satisfeitos com o resultado
do disco "O Topo do Nada". Foi um trabalho cuidadoso e longo que
fizemos na produção dele. O clipe da música "Qualquer um" foi muito
bem recebido pelo público. Foi um clipe de uma música inédita até então, que
foi realizado em meados de 2013, como forma de divulgação do álbum que iria ser
lançado esse mês. Esperamos fazer muitos shows esse ano, e que o disco consiga
atingir o máximo de pessoas possíveis.
É um álbum diferente do primeiro disco homônimo lançado, e
apresenta nuances diferentes tanto pela inclusão de músicos que tocam
instrumentos de sopro, como também por apresentar músicas mais tranquilas e
pops como "Everest", "Ali" e "Proteção" e chegar
a extremos de dinâmica como em "Fidel", "Robô" e
"Função".
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