A programação começa pela manhã, nesta sexta-feira, 17, quando o grupo realizará a sua xepa – coleta de alimentos – na feira da Ceasa. Durante a ação, artistas farão performances. No final da tarde, a partir das 18h, na Casa Reduto 560 - Trav. Rui Barbosa, 560, será aberta uma exposição, seguida de uma roda de conversa sobre o histórico do projeto e resultados das edições anteriores. Até domingo, as ações também se estendem à Praça da República.
O corpo que se pinta para a guerra e para a festa se traveste dependendo da necessidade e da vontade. Quando o artista Arthur Leandro esboçou o embrião desta ideia, o fez pensando no trabalho realizado pelo coletivo Urucum, conhecido grupo de performance que atuou na cidade de Macapá entre os anos 90 e 2000. Estas palavras atravessaram o rio, ecoaram pelo tempo, e hoje também sintetizam o propósito que une diversos artistas no encontro “Égua - Sarau do corpo poelytico”, aqui em Belém.
Em sua terceira edição, a “Égua” se propõe a ocupar espaços diversos – passando por uma casa, pela feira da Ceasa, até culminar na Praça da República – e tem como foco principal o debate a cerca das resistências poéticas que fervilham no cenário amazônico. “Este ano, escolhemos falar principalmente dos trabalhos e propostas de performance que celebram, que trazem para o debate, os processos de resistência afro-amazônica, trans-amazônica, numa perspectiva de transexualidade mesmo, e também das Icamiabas, mulheres guerreiras que lutam pela afirmação feminina”, conta Wellington Romário, artista e um dos organizadores do evento.
“Vamos montar uma instalação com os resíduos dos trabalhos apresentados nas ‘Éguas’ anteriores, desde pedaços de vídeos a roupas e acessórios usados em performances que foram realizadas. Será uma maneira, inclusive, da gente apreender melhor o que significa este percurso que estamos fazendo e o que ainda pode vir desta ideia”, explica o artista Pedro Olaia, também da organização do encontro. Durante a noite, a partir das 18h, a casa estará aberta ao público, quando haverá a exposição do material preparado pelo grupo, com vendas de bebidas e comidinhas.
No sábado, 18, a programação inicia no fim da tarde, ainda na casa Reduto 560, com um bate-papo entre artistas diversos e coletivos como do grupo feminista Vacas Profanas e do grupo de artistas de terreiro Nós de Aruanda. “A ideia é unir pessoas e coletivos que tenham uma perspectiva de libertação do corpo e o fazem de forma poética e combativa”, diz Wellington.
No domingo, a partir das 19h, começa uma festa itinerante pela praça da República, com a utilização de uma bike som. Presença confirmada dos DJs Sid Manequim e Noite Suja e pocket show da Leona Vingativa. “Nossos corpos fazem guerra e fazem festa porque é assim que respondemos às opressões, que nos jogamos no mundo”, completa Wellington.
Mas que égua é essa? - Com um nome pouco convencional, a “Égua- sarau do corpo poelytico” brinda a fêmea animal, a interjeição popular, o pejorativo e o divertido que há na expressão. A proposta surgiu em uma viagem do artista e professor Arthur Leandro ao Rio de Janeiro, em 2012.
“Na capital carioca encontrei uma turma do grupo goiano EmpreZa, que me disse que estava vindo para Belém para participar de um salão, mas que gostariam de ter uma oportunidade para mostrar outros trabalhos.
O artista norte-americano Raphi Soifer, também estava chegando na cidade. Aí logo pensei em um encontro de troca”, conta Arthur. A primeira edição ocorreu no Gempac – Associação de prostitutas do Estado.
No ano seguinte, o grupo fez uma imersiva de três dias no Sítio Brilho Verde, em Colares, onde realizaram diversas performances e exibiram em vídeo trabalhos de artistas da Bahia, de Brasília e do México. “Abrimos uma chamada na segunda edição e muitos artistas nos enviaram trabalhos, isso já apontou um amadurecimento da ideia. Agora, chegou a vez de fazermos uma ‘Égua’ nômade por Belém”, disse Pedro.
Mais informações, no perfil: http://migre.me/mjhxr
PROGRAMAÇÃO:
- Sexta-feira, 17- Abertura da Exposição das Éguas, às 18h. Instalação, karaokê e venda de comidinhas e bebidas. Onde: Casa Reduto 560 - Trav. Rui Barbosa, 560.
- Sábado, 18 – Roda de Conversa, às 17h. Participação das Éguas + Nós de Aruanda + Vacas Profanas. Onde: Casa Reduto 56.
- Domingo, 19 – Festa Pyrigóticas, às 19h. Com os DJs Sid Manequim, Noite Suja e pocket show da Leona Vingativa. Onde: Praça da República.
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