Um papo com Iva Rothe sob o signo do "Dançará"

Tendo como maior força a música paraense e sua veia dançante, Iva Rothe sobre ao palco do Teatro Gasômetro (Parque da Residência, entrada pela Rua Três de Maio, entre Gentil e Magalhães Barata), nesta sexta-feira, 03, a partir das 20h, para realizar o show Dançará. E ela não estará sozinha. Além do público que acompanha seu trabalho, o show ganha participação das cantoras Aíla, Juliana Sinimbú e Natália Matos, além do guitarrista Manoel Cordeiro e do bailarino Diego Pompeu. A direção é de Waldete Brito. Ingresso R$ 10,00 (R$ 5,00, a meia).

A apresentação se antecipa na cidade, antes das circulações que estão previstas para acontecer até o ano que vem, por meio de patrocínios de leis de incentivo. “Estamos com circuitos de shows aprovados no Programa Estadual Semear e no Programa Municipal Tó Teixeira de Incentivo à Cultura e em etapa de captação. Esses shows darão origem ao novo disco futuramente. Estamos visitando empresas, viram empresas! Queremos vocês conosco nesse Dançará’, avisa Iva, com muito bom humor e verdade.

Investindo na carreira, Iva vem ninando, gestando este projeto como um filho. “E um filho muito querido e esperado, que vai literalmente tomando corpo, a cada novo show, a cada nova música minha gravada, a cada música que escuto e que sirva de referência na pesquisa do projeto, a cada nova gestualidade encontrada junto com a Waldete Brito no meu repertório de movimentos corporais... a cada nova etapa do processo”, diz.

A dança, presente em todo o planejamento, na verdade sempre fez parte de sua trajetória. "Na Banda Nova, por exemplo, onde fui tecladista, dançava bastante no palco, enquanto tocava e fazia backing vocal, diante de um salão lotado de gente dançando”, conta. “Naquela época pude conhecer mais de perto a música do Pinduca; tocar versões de músicas de origem caribenha ou da Guiana Francesa. Esse é um dos embriões importantes da música que agora tenho feito no Dançará, muitos anos depois”, explica. 

Iva vem revisitando tais sonoridades com olhar mais atual e com a atenção favorecida pelo distanciamento. “Agora é possível que muitas das referências que pude ter naquele momento, alimentem as canções que agora surgem, inspiradas naquelas sonoridades e naqueles jeitos de dançar e de gostar de festa”, continua. 

O show está cheio de convidados, que farão boas participações. “Aíla meteu corda em mim e no Felipe Cordeiro pra gente aprontar músicas, que ela queria inscrever no Festival da RBA. Dessa fornada saíram ‘Trelelê’ e ‘Pedrada de Amor’. A primeira é faixa título do CD dela, e temos cantado juntas de vez em quando, em participações inesquecíveis, uma no show da outra. Agora, será mais um desses momentos especiais de companhia musical”.

Natália Matos e Juliana Sinimbú também gravaram músicas de Iva em seus discos de lançamento. “’Maria do Pará’ é a faixa que a Natália gravou e que cantaremos juntas no show”, revela a cantora. 

Dançará quer dizer Festa - Anos depois de ter tocado na Banda Nova, conhecido o trabalho de Mestre Vieira e gravado com os Mestres da Guitarrada, a cantora e instrumentista ampliou seus horizontes dentro desta seara da música paraense. “A música do Vieira é instrumental, paraense e dançante!”, comenta.

Dançará traz marcas do trabalho da cantora, mas acaba se diferenciando dos demais, como Aluguel de Flores e Aparecida, pra falar de dois CDs queridos, por conta dos caminhos que vem percorrendo em sua construção. 

“Cada projeto meu, é único e, por isso, muito diferenciado dos demais. Mas se tem uma coisa que o Dançará tem de diferente dos outros projetos autorais é o fato de eu estar compondo todas as músicas para ele numa mesma fase criativa. No Aluguel de Flores e no Aparecida, eu juntei músicas de fases diferentes de criação, de acordo com a temática de cada projeto. No Dançará está tudo sendo composto agora, às vezes sozinha, às vezes em parcerias incríveis”, diz ela referindo-se a Manoel Cordeiro e Felipe Cordeiro.

“Manoel é admirado por mim desde o Warilow. Depois de tudo que contei sobre a Banda Nova, só resta dizer que ele já era extremamente respeitado desde aquela época, por sua musicalidade. Agora, convivendo com ele de perto, vejo o porquê: Manoel é muito bom na música que faz além de estar produzindo meu trabalho de uma maneira incrível!”, complementa.

Fundamental também, no Dançará, como não poderia ser diferente, é o papel da dança. “Agora eu me movimento no meu show, como nunca antes visto sequer por mim. Está sendo uma experiência maravilhosa o trabalho  de preparação corporal que a Waldete Brito tem feito comigo”, enfatiza.

A parceria com a coreógrafa se deu através do projeto “Festa na Cidade”, em 2012, em que ela canta “Três Beijos”, música dela e de Vivian Zeidemann, e “Ao Por do Sol”, de Teddy Max. Mesmo envolvida com o Dançará, Iva está de malas prontas para seguir viagem com companhia de Wadete Brito e apresentar o “Festa na Cidade”, em Fortaleza, no dia 16 de outubro.  “A direção da Waldete no meu show é de um diferencial impressionante! Trabalho diário de pesquisa e realização artística! Um presentão mesmo”, finaliza.