A banda apresentará repertório com influências afro-amazônicas, como samba de cacete, rap, ritmos latinos e samba. Haverá participação das crianças do grupo de capoeira da Terra Firme Sou Angoleiro, das cantoras do Afoxé Axé Dudu, do rapper Pelé do Manifesto, das atrizes negras – AmÉrika EstÉrika, Kassandra Bony e Katty Nunes, além dos alunos da Escola Brigadeiro Fontenelle. O espetáculo será apresentado no Teatro Margarida Schivasappa, nesta quarta-feira, 26, às 20h, por meio do edital Pauta Livre 2017.
Nascida nas ruas de Belém, a banda dedica-se a narrar a trajetória de reconhecer-se negro na Amazônia. A banda é composta por Jeff Moraes, voz, que tem em seu repertório sambas, afoxés, música regional e black music, e é ator, contador de histórias e estudante da Escola de Teatro e Dança da UFPA; Wendell Raiol, violonista, também professor de violão da Fundação Carlos Gomes e atuante em projetos sociais como a República de Emaús; Ney Trindade, baixo, publicitário com trajetória em bandas de reggae e na noite de Belém; João Paulo Pires, percurssão, professor de música reconhecido na cena local; e Edivaldo Filho, trompete.
“Nós somos artistas de rua. Quando eu começo a cantar e me encontro enquanto pessoa negra e militante, eu tenho esse encontro nas batucadas das ocupações que rolam artísticas da Praça da República, do Ver-o-Peso e de São Brás. Então é muito importante e simbólico ocupar o teatro Margarida Schivasappa, que abriga grandes shows, de grandes artistas da terra, a maioria brancos. Esse processo de levar pessoas pretas com música preta música da rua artistas da rua para esse espaço está sendo a realização de um sonho”, afirma Jeff Moraes.
Foto: Bruno Carechesti |
A ideia do espetáculo é levar a música dos artistas de rua, de performance e resistência, para o que os integrantes da banda chama de ‘caixa preta’ – um espaço de apresentação fechado. Segundo o baixista Ney Trindade, o espetáculo busca retratar, especificamente, a realidade do negro nesse contexto urbano amazônico, de ocupação de beira do rio mas de grafite contexto amazônico que se vê em Belém.
“Nossas músicas já perpassam por várias questões nacionais, como empoderamento, genocídio da juventude negra, mesmo que seja nacional é também regional, porque a gente vivencia isso, então a maior importância de levar esse espetáculo é poder levar várias linguagens vistas da rua para dentro do teatro. É legitimar todo o movimento de resistência preta de rua só que agora numa caixa preta. A gente está muito feliz, empolgado e cuidando com muito carinho desse trabalho”, conclui Ney.
Zimba Groove é a tradução do próprio nome: Zimba significa brincadeira, roda; Groove se apresenta em todas as vertentes das influências sonoras negras apresentadas. A banda que se formou a partir de encontros nas ruas da cidade de Belém, se comporta como parte da comunidade que aqui habita, transitando e ocupando com arte e música os espaços abandonados, violentos e históricos da capital paraense.
Foto: Bruno Carechesti |
Apesar da recente formação, o grupo surgiu no início de 2015, a trajetória artística da banda já conta com apresentações importantes como a abertura do show da banda conhecida nacionalmente "Liniker e os Caramelos" (Novembro/2016) e outros shows de âmbito regional como o Boulevarte 2016, Tatto Day Pará 2016 e XXII Auto do Círio. A banda também já conquistou espaço na mídia local e foi citada em artigos de cultura de blogs nacionais.
No final do ano de 2016, um web vídeo da música “Menino Preto” foi lançado e já tem mais de mil visualizações. Das músicas autorais, sete já foram apresentadas ao grande público. Algumas já repetidas em coro pelo plateia, as músicas têm letras que falam sobre o empoderamento das mulheres negras, o momento atual do movimento negro no Brasil, dos batuques que ocupam e resistem a violência policial na capital paraense e faz duras críticas ao genocídio da juventude negra nas periferias de Belém.
Serviço
Banda Zimba Groove apresenta espetáculo “Identidade Preta” pela primeira vez no teatro Margarida Schivasappa no dia 26 de abril, às 20h. Ingresso: R$ 20,00. Locais de Venda: Ná Figueredo (Estação das Docas) e Art Ato Tatuaria (Av. José Malcher, 2666). Informações nos telefones (91) 98366-6494 e (91) 98321-2011.
3 comentários:
Vale a pena ir assistir essa banda. Totalmente original e diferente de tudo que já conheci.
Uma banda incrível. Som envolvente, diferente de tudo que já conheci. Vale a pena ir assistir um show deles.
Maravilhosos ♡
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