Vai começar mais uma edição desta que tem sido uma das mais importantes mostras de cinema realizadas no país. Trazendo filmes com abordagens sobre pessoas com deficiência, população LGBT, infância e juventude, idosos, negros, mulheres, combate à tortura, situação prisional, democracia, saúde mental, cultura e educação, a 11ª Mostra Cinema e Direitos Humanos chega em 27 cidades brasileiras e tem como tema principal, este ano, as questões de gênero. De 1⁰ a 6 de junho, no Cine Líbero Luxardo da Fundação Cultural do Estado. A realização é do Ministério de Direitos Humanos, com produção nacional do Instituto Cultura em Movimento – ICEM e patrocínio da Petrobras e do Itaú.
A programação é dividida em mostras: Panorama – com diversos temas ligados aos direitos humanos selecionados a partir de uma convocatória pública aberta no site do projeto, Temática – que abordará questões de gênero, e Homenagem – com foco na obra da cineasta Laís Bodansky (Bicho de Sete Cabeças, As melhores coisas do mundo, Chega de Saudade). Uma novidade este ano é a Mostrinha, realizada dentro de escolas públicas, voltada para o público infanto-juvenil, que exibirá curtas-metragens.
A Mostra Temática deste ano abordará a questão de gênero. Para esta categoria, foram selecionados 7 títulos que abordam temas relacionados às mulheres, orientação sexual e identidade de gênero, como, por exemplo, empoderamento feminino, violência contra a mulher, estereótipos de gênero, LGBTfobias, conquistas sociais, políticas e econômicas, o direito à igualdade e à não discriminação, dentre outros.
O Mapa da Violência de 2015, sobre o homicídio de mulheres no Brasil, identificou que, entre 1980 e 2013, houve crescimento no número de mulheres vítimas de homicídio, com uma taxa de 13 homicídios diários em 2013.
As estimativas sobre a violência baseada no gênero mostram uma relação com aspectos étnicos e de classe: o número de mulheres negras assassinadas aumentou no período de 2003 a 2013 e o perfil da população vítima de LGBTfobia no Brasil é de jovens gays e travestis/transexuais, pretos de média e baixa renda, moradores de periferias das grandes e médias cidades brasileiras. O racismo é um agravante nos casos de violência baseada em gênero. Por esse motivo falar sobre esse assunto através do audiovisual é tão fundamental.
No dia (3), às 16h30, no Cine Líbero Luxardo, após a exibição de Mulheres Olímpicas (Laís Bodansky), haverá um debate sobre a mulher negra, branca, cisgênera ou trans, no mercado de trabalho. Quais as dificuldades que ser mulher impõe na caminhada profissional ou na busca por uma profissão?
As debatedoras serão Márcia Carvalho, jornalista, social media e pesquisadora feminista e Lorenna Montenegro, que é jornalista, crítica de cinema e roteirista, atuando há treze anos no mercado audiovisual, com a mediação da pesquisadora em gênero e escritora Monique Malcher.
A Mostra Homenagem tem como tradição homenagear cineastas cuja filmografia explora a temática Direitos Humanos. A homenageada desta edição é a cineasta Laís Bodansky. A obra da cineasta aponta para o debate sobre um mundo onde todos possam se reconhecer e viver a igualdade e direitos de oportunidade. Serão cinco filmes: Bicho de Sete Cabeças, As Melhores Coisas do Mundo, Chega de saudade, Mulheres Olímpicas e Cartão Vermelho.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
11ª Mostra Cinema e Direitos Humanos.
http://mostracinemaedireitoshumanos.sdh.gov.br/2015/programacao/
No Cine Líbero Luxardo. De 1 a 6 de junho. Gratuito.
Evento no facebook:
Outras informações: 91 983471698.
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