5.8.17

Cláudio Castro abre a exposição "Chão e Um Olhar"

A exposição, que reúne peças produzidas a partir de sucata, é resultado da residência vivida pelo artista no espaço Sinhá Pureza, espaço cultural situado na Cidade Velha, com sebo, galeria, teatro e restaurante, além de abrir rodas de conversa, saraus e discussões sobre linguagens artísticas. A abertura da mostra será neste domingo, 6, às 10h. 

"Chão e Um Olhar" reúne trabalhos sem títulos, feitos com materiais descartados pela maioria das pessoas, jogados na rua ou em depósitos. De posse deles, Cláudio os ressignifica. 

É como materializar o cotidiano, olhando pelo chão das ruas da Cidade velha, em busca de possíveis elementos. “O chão é esta coisa do cotidiano, de estar olhando para rua, observando coisas e fazendo uma análise do que representaram e ainda representam. O que é lixo para muitos, para mim é material precioso. Recolho o que muitos chamam de sucata e trago para o atelier. Ai começa o processo criativo, cortando, se entrelaçando e chegando num produto final, que é a obra” destaca Claudio Castro.

O processo de pesquisa que o artista vem desenvolvendo há alguns anos, inclusive fora do Brasil, caminhou paralelo ao trabalho técnico em cinema e televisão. Esta residência já deu outros frutos. Recentemente fez a fotografia de um curta metragem, de sua autoria. 

A locação foi o Porto do Sal, envolvendo um quadro significativo de profissionais paraenses e que em breve entrará no circuito dos festivais nacionais e internacionais. Ele também expôs, recentemente, "Signos pelo Mundo", trabalho com linhas e desenhos, na galeria da Casa do Fauno.

Experiências do olhar em outras cidades e países

Cláudio Castro é paraense, 42, natural de Belém. Começou sua trajetória com iluminação cênica, em Belém, e depois seguiu carreira no cinema. Nas artes plásticas, a primeira incursão foi em 1997, quando participou de uma oficina com o artista plástico Vinicius Pacheco, na Fundação Curro Velho. 

Em 99 participou da exposição coletiva Novos Talentos, na galeria Teodoro Braga, já com peças autorais e nunca mais parou, expondo em pequenos espaços, de maneira alternativa na cidade. Logo em seguida, se mudou para São Paulo e mesmo trabalhando em espetáculos teatrais, televisão e cinema, continuou produzindo peças e sempre que possível expondo em pequenos espaços. 

Em 2013, mudou-se para Dublin (Irlanda) onde morou por três anos. Mesmo trabalhando diretamente com cinema, ela continuou produzindo e expondo em espaços alternativos. 

“O que me chamou a atenção em Dublin foi a forma inteligente de como o governo de lá trabalha com a arte e a cultura. Eles sabem que são mecanismo de ganhar dinheiro e dar visibilidade ao lugar, graças ao turismo. Divulgam seus artistas, seus materiais de forma sistemática e respeitosa. Lá continuei produzindo, em outro suporte (papel) mas sempre ligado aos signos e o que estes objetos que estão pela rua representaram e ainda representam”, diz o artista plástico.

Serviço
Chão e um Olhar, exposição de Claudio Castro. Abre neste domingo, 6, às 10h, no Espaço Sinhá Pureza - Rua Rodrigues dos Santos, 305 – Cidade Velha - Entre Av. Almirante Tamandaré e Rua de Óbidos. Entrada Franca.

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