Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) reconhece o Siriá como patrimônio cultural e imaterial do estado do Pará. De autoria da deputada estadual Dilvanda Faro (PT), o Projeto de Lei 391/2021 foi aprovado por unanimidade pelos deputados e deputadas, nesta terça-feira (12). Agora, o PL segue para sanção do Executivo.
Depois da Guitarrada e do Carimbó, é a vez do Siriá, enquanto gênero musical, ser reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Pará. O gênero foi reinventado pelo cametaense Mestre Cupijó na década de 1970, ao misturar diversos ritmos tradicionais da região do Baixo Tocantins, como o Samba de Cacete. A notícia se espalha e é comemorada por músicos e familiares do mestre.
"É muito importante que a cultura do nosso povo seja reconhecida. O Siriá vem da manifestação do Samba de Cacete mas o papai foi quem, a partir dos anos 70, repaginou o ritmo que ficou como hoje a maioria das pessoas conhece”, diz Osvaldo Castro, um dos três únicos filhos vivos de Mestre Cupijó, que aprendeu a tocar com o pai e o acompanhava em algumas de suas apresentações.
"Fico muito feliz em saber que algumas pessoas se importam com isso. Esse reconhecimento é importante não só para o Mestre Cupijó, mas para todo o povo cametaense e do estado também. Nossa musica é autêntica, precisa ser preservada e fomentada para que continue sendo repassada para as novas gerações", conclui.
Jorane Castro, cineasta e sobrinha de Cupijó, contou a história do músico em seu documentário “Mestre Cupijó e seu Ritmo”, um projeto que se desdobrou em DVD e num baile, que circula em casas de show e festivais de música. O longa traz depoimentos de pessoas que eram próximas ao Mestre e uma mescla de imagens de arquivo que apresentam as falas de Cupijó, bem como de seus filhos e de várias integrantes do projeto.
Além de músico e compositor, Cupijó foi vereador e advogado. Morreu em Belém no dia 25 de setembro de 2012, acometido por um câncer. Afastado dos palcos por conta da doença, ele reclamava do ostracismo.
Vamos aguardar que o PL seja sancionado, tornando o Siriá patrimônio e que a partir disso sejam criadas políticas públicas que fomentem essa cultura no Pará. Isso vale para todos os demais gêneros musicais já reconhecidos como patrimônio cultural imaterial.
(Imagens desta postagem são reproduções da Internet)
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