"O Ruy encantava a juventude, sempre, e todas as pessoas que hoje o homenageiam, foram seus alunos, conviveram com ele ou são os filhos de quem ele era amigo. Vai ser um show com roteiro para se emocionar de várias formas, rir, chorar, bater palmas”, afirma Tito, em entrevista ao blog. “Convidamos artistas do circuito dos barzinhos e da música instrumental para fazer uma retrospectiva das músicas dele com o Paulo André, contando algumas historinhas sobre elas, mas não vou contar os detalhes, haverá muitas surpresas”, diz o jornalista e também filho de Ruy Barata.
A iniciativa conta com o apoio do Governo do Pará e da Fundação Cultural do Pará, além de amigos e parlamentares. Toda a renda será revertida para instituições de apoio aos mais vulneráveis. Uma delas é a Cooperativa Social de Trabalho de Arte Feminina Empreendedora – COOSTAFE, que reúne mulheres detentas do sistema penitenciário. Elas também estão confeccionando os adereços e acessórios que os artistas usarão no espetáculo, compondo os figurinos assinados por Maurity Ferrão.
“Também receberão parte da renda, a República do Pequeno Vendedor, o Centro Nova Vida e a Biblioteca Rosa Luxermburgo”, complementa Tito que comemora todas as demais iniciativas programadas para homenagear Ruy Barata este ano. "Em 2020 iríamos marcar o centenário de nascimento do Ruy com todas elas mas não deu por causa da pandemia. Este ano tudo melhorou, os teatros reabriram e em janeiro resolvemos que não daria mais para esperar", diz Tito.
A personalidade múltipla de quem não se rendia ao obvio e nunca fez a poesia pela poesia ou a arte pela arte, também será revelada em maiores detalhes ao público. Está saindo a biografia de Ruy Barata, que está sendo escrita pelo roteirista e biógrafo Denilson Monteiro, um paraense que mora no Rio de Janeiro, autor também das biografias do Chacrinha, Carlos Imperial, Cartola, Erasmo Carlos, entre outros. É um cara experiente e está trabalhando há um ano e meio nisso. Em maio, ele deve finalizar entrevistas aqui em Belém”.
Ele se refere a quando Ruy passa a frequentar a roda de papo do Central Café, no centro de Belém, liderada pelo professor Francisco Paulo do Nascimento Mendes, que reunia a sua volta a mais brilhante geração de intelectuais paraenses, formada por Mário Faustino, Paulo Plínio Abreu, Benedito Nunes, Haroldo Maranhão, Waldemar Henrique, Machado Coelho, Nunes Pereira, Cauby Cruz, Napoleão Figueiredo e Raimundo Moura, entre outros, em 1943.
Tito também diz que é muito importante para ele como filho, poder produzir algo que possa salvaguardar essa obra. "Hoje confesso que estou preparado e consigo lidar melhor e de forma mais distanciada, embora haja sempre um envolvimento emocional. Fico orgulhoso, no bom sentido disso tudo, e feliz de estar divulgando a obra dele, que acho muito rica do ponto de vista estético e filosófico”, conclui.
Serviço
“Para sempre Ruy”, show em homenagem a Ruy Barata, nos dias 28 e 29 de abril às 20h30, no teatro Margarida Schivasappa (Centur). Ingresso a preço única: R$ 50,00. Venda antecipada na bilheteria do teatro: dias 19, 20, 23 25, 26 e 27 de abril, horário comercial. Para outras formas de pagamento, entrar em contato: (91) 98088.95.21.
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