Foto: David Passinho |
Em 2022, no dia 31 de outubro, logo após as eleições presidenciais e estaduais, o governador reeleito do Pará, Helder Barbalho, fez o anúncio do repasse de 30 milhões para serem investidos na área da cultura. Deste valor, a metade é recurso oriundo de renúncia fiscal, que se refere à lei Semear, e os outros 15 milhões cabem ao novo programa, que entre outras ações, lançou este ano, até o momento, 12 editais, cujos valores variam entre 7 a 50 mil reais.
Por maiores que sejam os esforços em democratizar o acesso e diversificar as entregas, uma luta de várias gestões na FCP, a demanda ainda segue muito maior que a oferta, basta acompanhar as publicações no Diário Oficial do Estado. São milhares de fazedores e produtores de cultura de 144 municípios, em busca do acesso a essa e outras políticas públicas.
“Diversos editais já foram lançados, com critérios que buscam minimizar distorções como a concentração de investimentos para a área metropolitana e a ausência de políticas para as minorias. Outros produtos do programa ainda serão lançados, gerando mais oportunidades para o segmento cultural”.
E complementa: “Nossa expectativa é promover a injeção de mais de 120 milhões de reais no segmento cultural para os próximos quatro anos, sendo a metade deste investimento com recursos próprios da Fundação Cultural do Pará e o restante via incentivo fiscal”, disse.
Ele também ressalta que em paralelo, o Programa Semear recebeu uma ampliação substancial em quatro anos, saindo de 3 para 15 milhões por ano, por meio da renúncia fiscal, numa parceria com a Secretaria de Estado da Fazenda.
"Para a FCP, os editais públicos são instrumentos estratégicos para promover uma política pública democrática e transparente para o setor cultural, garantindo capilaridade, com o alcance as mesorregiões do Estado, e também, contemplando todas as expressões e segmentos do setor cultural”, finaliza.
Mergulho traz inovação à temporada de editais
“Temos trabalhado com mídia regular, mas também procuramos as universidades, faculdades, distribuímos material para várias dessas, tem um técnico especificamente trabalhando nisso e temos conseguido nos conectar às secretarias de cultura do Estado e nos municípios. Já temos inscrições vindas do interior, mas a maioria ainda são da capital, precisamos que isso chegue a mais e mais cidades, aumentando essa participação”, diz Melissa Barbery, Coordenadora de Artes Visuais da Casa das Artes.
Em entrevista ao Holofote Virtual, ela conta que foram meses de pesquisa para se chegar a este formato. O edital fomenta o audiovisual, dialoga com ações educativas e também tem como objetivo ocupar a Casa das Artes.
“Observamos que já tínhamos outros editais no fomento do audiovisual, como o de Incentivo à Cultura e o de Pesquisa e Experimentação Artística. E já tínhamos feito um projeto anterior, a exposição inabalável, que trabalhou com estudantes. Pensamos então em reforçar o exercício do audiovisual como ferramenta de educação. Foi assim que surgiu a ideia do Mergulho e que depois de amadurecida chegou a este resultado", continua.
Cada uma dessas linhas, me diz Melissa, tem um objetivo específico. “Para mostra audiovisual queremos ocupar a Casa das Artes, com exibições e ações educativas. Na linha das ações educacionais transformadoras por meio do audiovisual, queremos entender como pessoas podem, através do audiovisual, realizar uma ação transformadora envolvendo a comunidade, pais, alunos, servidores e os próprios alunos”, explica Melissa.
Já a linha de produção, dá oportunidade a estudantes de graduação, técnicos ou tecnológicos de realizar um trabalho audiovisual com um recurso profissional. “Tem muita gente que utiliza o audiovisual para realizar pequenas produções. Queremos aumentar as possibilidade a jovens realizadores e diretores, que estão em graduação, de ter um recurso para realizar um curta metragem com qualidade e isso gere portfolio para ele seguir com seu trabalho”, finaliza.
O Mergulho oferece 15 prêmios destinados às três linhas de atuação. A Mostra de audiovisual, com 5 prêmios de R$50 mil; Ações educacionais transformadoras por meio do audiovisual, com 5 prêmios de R$ 40 mil e Produção audiovisual, com 5 prêmios no valor de R$50 mil. Espera-se que, como nos demais editais, a demanda supere a oferta.
Outros editais seguem recebendo inscrições
O edital de Experimentação e Pesquisa Artística é o mais antigo dos editais, criado quando a Casa das Artes ainda abrigava o Instituto de Artes do Pará, e segue nos mesmos moldes de origem. Este ano, o aporte financeiro, de 1 milhão de reais, vai premiar até 40 propostas inéditas de pesquisas, nos mais variados segmentos artístico-culturais. As propostas contempladas receberão o valor de 25 mil reais. 40% dos prêmios são destinados aos municípios da Região de Integração do Guajará e os outros 60% aos das demais regiões, como nos demais editais.
Para o Festival açaí serão premiadas até 36 produções audiovisuais nas categorias de curta, média e longa-metragem.As premiações são em âmbito regional e nacional variando de 5 a 15 mil reais. As criações precisam ser inéditas, de qualquer gênero e formato. As obras contempladas no edital ficarão licenciadas para exibição em mostras do Cine Líbero Luxardo ou na plataforma da Sala Virtual.
No edital Tambatajá, voltado para as artes cênicas, serão premiadas até 19 propostas, individuais ou coletivas, para a utilização do Teatro Experimental Waldemar Henrique e de outros espaços culturais localizados nas demais Regiões de Integração do Pará. A premiação total chega a 403 mil reais.
Seguem abertas também as inscrições também ao edital N° 08/2022, referente à Cessão de Obras de Autores Paraenses para bibliotecas vinculadas ao Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, que seguirá até dia 13 de outubro de 2023.
O edital Cultura Livre é a nova versão do edital Pauta Livre e tem como objetivo preencher os espaços culturais no Estado com propostas de apresentações e ações em diversas linguagens artísticas. As premiações variam entre 10 e 16 mil reais. Ao todo são 205 prêmios para todo o estado. São 27 prêmio para teatro, 27 para dança, 27 para circo, 27 para artes musicais, 49 para cultura periférica e 48 para ações de transformação social.
Para o Teatro Margarida Schivasappa, por exemplo, são 05 prêmios, um para cada linguagem, assim como para a Praça do Artista, que receberá 10 propostas. Não há prêmios direcionados ao Teatro Waldemar Henrique, que estará envolvido, no edital Tambatajá. Além dos valores diferenciados dos prêmios, entre outras novidades, está a entrada dos espaços das Usinas da Paz, que receberão 90 propostas de ocupação, em linguagens diversas, além da flexibilidade dada ao proponente de indicar outros equipamentos e espaços culturais, sejam eles privados ou públicos, em qualquer cidade do Pará, para apresentar a sua proposta. Para este tipo de ocupação há 100 prêmios.
Acessem os editais no site da FCP:
https://www.fcp.pa.gov.br/editais
Acompanhe também nossas postagens sobre produção e comunicação de projetos culturais no Instagram, nos perfis:
Nenhum comentário:
Postar um comentário