25.4.23

Simões abre exposição na Galeria Benedito Nunes

Simões - Foto: Walda Marques

“A Pele da Cor Expandida”, exposição individual de Simões, foi contemplada com o Prêmio Branco de Melo, da Fundação Cultural do Pará. O vernissage é nesta quarta-feira, 26 de abril, a partir das 19h, na Galeria Benedito Nunes, no Centur. Entrada gratuita. A visitação seguirá aberta até dia 26 de maio, sempre de segunda a sexta, das 9h às 17h. O artista celebra, ainda, 47 anos de trajetória, exposições e premiações.

A Pele da Cor Expandida traz sequências de cores e formas. São ao todo 87 obras, todas na técnica da acrílica, sendo 32 sobre tela e 55, sobre papel (Canson). “É a primeira vez que reúno tantas obras assim”, espanta-se o próprio artista, cuja produção sempre foi variada. 

Nesta exposição, as pinturas sobre tela e papel indicam, mais uma vez, mudanças e experimentações.“São suportes com os quais venho desenvolvendo uma pesquisa formal, ancorada na cor, elemento sempre presente na minha obra, porém, aqui, dissociada dos elementos que, de certa maneira, sempre caracterizaram o meu trabalho - a figura humana e elementos do cotidiano - uma obra alicerçada no figurativo. Nesta nova pesquisa eu abandono tudo isso e me lanço em experimentações onde a abstração geométrica ocupa e define o ‘território visual’, sem dispensar a cor, muito pelo contrário, aqui ela afirma-se como centralidade incontornável”, explica Simões.

A Pele da Cor Expandida 
Galeria Benedito Nunes
Foto: Walda Marques

Simões se interessou por arte, cedo, e aos 17 anos realizou a sua primeira exposição. Tornou-se um dos expoentes da geração oitentista da arte paraense. Carregando consigo  “poéticas do misticismo, de naturezas-mortas”, nutre-se do tempo presente. Premiado em vários salões, entre eles, o Salão Pequenos Formatos da Unama, ele despertou o interesse da pesquisadora Vera Pimentel, que o pesquisou para sua tese de Doutorado em Comunicação, Linguagens e Cultura (UNAMA - 2022).

Para ela, o artista é um ser humano inquieto, "que se desconstrói e se desnuda ao transpor para as telas, toda emoção interior que pulsa nas veias, um autodidata e curioso, cujo verbo experimentar é a essência do seu trabalho. Simões apresenta concepções e ideias que se materializam a partir do seu olhar e da técnica da policromia”, continua Vera. 

Simões também possui hiatos em sua produção, como entre 2000 e 2010, quando esteve à frente do emblemático Café Imaginário, bar e espaço cultural temático que fez cena em Belém naquele período e que revelou, ainda, uma outra aptidão do artista, a cozinha. Simões é responsável pelo surgimento da Pizza de Jambú, hoje comum nos estabelecimentos paraenses. De fato, Simões nunca se afastou do seu fazer artístico, que esteve e segue presente em tudo que ele construiu e constrói, hoje, em seu atelier situado na ilha de Mosqueiro, distrito de Belém.

"Convido o público para dividir comigo as emoções que por ventura minhas obras possam despertar. Não acredito na crença ingênua de que as pessoas se elevem espiritualmente só por estarem diante de uma "Obra de Arte". As pessoas podem experimentar essa evolução se forem verdadeiramente educadas no convívio cotidiano com a arte e suas dimensões espirituais. É preciso que a convivência com a Arte seja a mais estreita possível. O Artista e o público devem viver um verdadeiro "caso de amor" e que esses amantes sejam os mais ardentes do Mundo", finaliza Simões.

Serviço

Abertura da exposição “A Cor da Pele Expandida”, de Simões. Nesta quarta-feira, 26 de abril, às 19h, na Galeria Benedito Nunes, do Centur. A mostra segue aberta até 26 de maio. Realização: Prêmio Branco Melo, Galeria Benedito Nunes, Fundação Cultural do Pará e Governo do Estado. 

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