18.12.23

Vai começar a 4a edição do Tapajazz Mostra Belém

Andrea Pinheiro (Foto: Walda Marques)
Hamilton de Holanda (Reprod. Internet)
De 19 a 21 de dezembro no Teatro Margarida Schivasappa (Centur), sempre a partir das 20h. São seis shows, todos imperdíveis, com venda de ingressos pelo Sympla e na bilheteria do teatro - valores variam entre R$ 20,00 e R$ 60,00.

O quarto ano do festival na capital paraense traz grandes atrações. No primeiro dia, vamos conferir duas apresentações que se definem no jazz! 

A apresentação da cantora paulista Vanessa Moreno e pelo pianista paraibano Salomão Soares, um dos mais expressivos duetos de jazz brasileiro da atualidade, traz canções de diferentes estilos, improvisos na voz e no piano, como se ouve no primeiro trabalho em estúdio lançado em 2019.  

Nesta terça-feira, 19, a abertura também conta com a orquestra Zarabatana Jazz Band, criada pela cantora Dayse Addario e pelo compositor Ziza Padilha, que assume todos os arranjos, e regida pela maestra Cibelle Donza. Formada em 2010,  com diversas apresentações já realizadas, esta será a primeira apresentação da "big" neste ano, e tem novidade. 

"Diminuímos os metais e trouxemos madeiras", diz Ziza Padilha. "Trabalhamos com 5 saxes, 4 metais e 3 madeiras - flauta, oboé e clarinete, deixando o som mais amadeirado, espero que gostem", conclui.

O segundo dia traz mais duas atrações. O instrumentista bandolinista Hamilton de Holanda, que simplesmente iniciou sua carreira profissional em 1982, aos seis anos de idade, como um prodígio do bandolim em um programa de TV nacional. Hoje, como compositor, educador e improvisador,  sua música transcende os gêneros e encanta o público. Vamos ver ainda a sensacional Veropa Sessions,  banda paraense que mistura o jazz aos gêneros clássicos da música afro paraense amazônica.

Já no terceiro, as duas últimas atrações, a cantora paraense Andréa Pinheiro, que apresenta músicas de Walter Freitas, um dos compositores mais emblemáticos da música paraense amazônica, com uma camerata de 16 cordas no palco, regida pelo maestro Luiz Pardal, e quatro percussionistas.  

A cantora lançou recentemente o álbum "Desencantares", no qual faz releituras de obras do compositor. O álbum já está em todas as plataformas. Após sua apresentação, entra em cena, o Boca Livre! 

"Cantar Walter Freitas é se arriscar, é sair de uma zona de "conforto" e bater no seu limite. Estou numa ansiedade imensa porque um trabalho desse te chama pra uma grande responsabilidade, mas é imprescindível que se faça. E dividir a noite com o Boca Livre aumenta mais ainda essa adrenalina! Um dos maiores grupos vocais do Brasil, do qual sou e sempre fui fã... vai ser uma noite de desafios e de muito aprendizado:, diz Andrea Pinheiro.

Último dia traz show de retomada do  Boca Livre 

Foto: Leo Versa
As cortinas se abrem também, nesta terceira noite, para a banda vocal Boca Livre, que retorna aos palcos. A retomada acontece em grande estilo com a execução de novos projetos e o relançamento de álbuns de sucesso. Esse será também o primeiro show do grupo vocal no Brasil, que saiu recentemente de uma apresentação em Montevidéu, no Uruguai.

Vamos celebrar, pois em 2021, as tensões políticas no país, atingiram em cheio um dos grupos mais aclamados do Brasil, levando à saída de dois integrantes do grupo. O anúncio na época foi feito pela empresária e produtora do quarteto, Memeca Moschkovich, pelas redes sociais. Irmã do cantor e compositor Zé Renato, ela avisou aos fãs e ao mercado que ele e o colega Lourenço Baeta decidiram deixar o Boca Livre.

Isso foi logo após a vinda de Maurício Maestro por aqui, para participar do 1º Tapajazz Mostra Belém, realizado em plena pandemia, no Teatro Waldemar Henrique. Ainda não sabíamos mas o músico, vinha fazendo postagens contra a vacinação contra a Covid-19. E assim, a retomada do grupo, parado há décadas, que já vinha sendo construída na época, caiu por terra. Tudo parecia ser definitivo, sendo impossível uma volta,  afinal... mas aconteceu, o Brasil saiu do buraco bolson@rista, a cultura voltou e o quarteto está junto novamente. 

Grammy e projeto de documentário

Maurício Maestro, 2021, no Wademar Henrique
Foto: Sérgio Malcher
Em 2022, porém, mesmo com o anúncio da dissolução, o Boca Livre lançou o álbum 'Pasieros', gravado há 10 anos, em 2011, e que em fevereiro deste ano,  deu ao grupo o troféu de melhor álbum pop latino da 65ª edição do Grammy. 

Em entrevista ao Correio Brasiliense, um dos integrantes disse que a retomada também se deve a “saudade que tínhamos de tocar juntos, da superação das dificuldades dos brasileiros, baixando as tensões política-ideológicas, da nossa convergência, enquanto amigos”.

Em outubro deste ano, mais uma novidade. O grupo lançou o single inédito 'Rio Grande', feito em parceria com Nando Reis, dos Titãs. Há planos também de um documentário sobre o grupo.  Os arranjos instrumentais, e principalmente, vocais, fogem da métrica convencional utilizada por outros grupos, através do uso de acordes vocais dissonantes e revezamentos nos solos.

Formado no no Rio de Janeiro, em 1978, composto por Maurício Maestro (contrabaixo e vocal), Zé Renato (violão e vocal), Cláudio Nucci (violão e vocal) e David Tygel (violão e vocal). Lourenço Baeta (voz, violão e flauta) entra depois no grupo, saindo Nucci. O primeiro disco lançado em 1979, tornando-se o disco independente que mais vendeu até então.

Venda de ingressos e solidariedade

Assim como no ano passado, a arte e a solidariedade fazem parte do TapaJazz. Frente a um ano desafiador para as comunidades ribeirinhas da região oeste paraense, os organizadores do festival iniciaram uma mobilização para arrecadar alimentos não perecíveis para as famílias vítimas da estiagem, que ainda encontram dificuldades em manter o próprio sustento.

“Belém está nos abraçando de uma forma ainda mais carinhosa porque nunca cobramos acesso ao TapaJazz, mas esse ano cobramos a entrada e a doação de 1 kg de alimento não perecível para ajudar as comunidades ribeirinhas que foram atingidas pela estiagem e que sofrem até hoje. Só a gente, que vive naquela região, sabe o que elas passam por conta da seca. Então eu agradeço Belém por, mais uma vez, nos receber com tanto carinho e promover essa solidariedade ao povo do oeste do Pará”, enfatiza Guilherme Taré, criador do festival.

O TapaJazz Mostra Belém é uma realização da Fábrica de Produções e conta com o apoio cultural da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), da Fundação Cultural do Pará (FCP) e Casa do Saulo.

Programação

19/12 (1º Dia)

  • Vanessa Moreno e Salomão Soares 
  • Zarabatana Jazz Band

20/12 (2º Dia) 

  • Hamilton de Holanda 
  • Veropa Sessions

Shows 21/12 (Último Dia)

  • Boca Livre
  • Andréa Pinheiro e Camerata de Cordas

Serviço

De 19 a 21/12, no Teatro Margarida Schivasappa (Centur) às 20h - Belém (PA). Venda de ingressos virtual e presencial, valores variam entre R$20 e R$60,00 - Pelo Sympla: clique aqui - ou na bilheteria do teatro, das 14h às 19h.

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