28.10.21

Banda Florisse disponibiliza novo clipe no Youtube

"Fora do Eixo" é um grito de liberdade de expressão. Coragem para mudar o que pode e deve ser mudado. Ser autêntico o suficiente para ser mostrar quem você é. E tudo isso acompanhado de uma sonoridade marcante, um baião de suwing paraense. Trazendo várias participações especiais, o clipe foi lançado na semana passada e pode ser conferido a um clic no canal de Youtube da Florisse. A direção é do publicitário e baixista Neyvicton Trindade, e da vocalista Gabriela Maurity. O projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc, no edital de música da Secretaria de Cultura do Estado (Secult-Pa).

A faixa visual faz parte do primeiro EP intitulado Florisse, o mesmo nome da banda que, por sua vez, é carregado de singnifcados, como fazer florescer através da música, mergulhar no fluxo dos rios em confluência com a urbanidade belenense, perceber detalhes e pluralidades que formam uma identidade amazônica. Para protagonizar o videoclipe foram convidades Flores Astrais, Layse Almeida, Mametu Nangetu, Heitor Sebastian e Lorena Savedra. 

A construção criativa do roteiro, partiu de referências que  Gaby tinha de imagens metafóricas que falavam do nascimento e outras imagens que achava que seria essencial pra expressar parte de muitas personalidades que compõem nosso mundo. “Também deixamos a Flores assumir uma parte disso no momento em que pedimos uma performance que no fundo seja ela”, explica a cantora. Flores à quem Gaby se refere é a artista e produtora Flores Astrais.

Atuando no audiovisual há 5 anos, ela foi a protagonista do videoclipe. "Produzir arte em Belém do Pará é desafiador e cansativo, devido as adversidades históricas do investimento e valorização da arte e cultura, como também é ao mesmo tempo revigorante e fortalecedor pelos encontros com tantas pessoas incríveis que insistem e resistem na produção artística na cidade. Com a Banda Florisse tive um encontro potente de produções de fora do eixo que se fortalecem em suas narrativas. Acredito que é na força dessas trocas que a cena artística e cultural de Belém tem se mantido viva”, afirma a artista.

Neyvicton Trintade além de segurar o groove no baixo da banda, atua no audiovisual paraense há 6  anos, dirigindo comerciais, documentários e alguns clipes. Ele afirma que a criação do roteiro do clipe vem da ideia de um nascimento social, onde pessoas vão se descobrindo com convivência, vivência e experiências, num processo natural que cria e molda  identidades. “Tivemos cuidado em deixar as pessoas livres, para não alterar suas respectivas identidades. Conversamos com a Flores e pedimos uma perfomace, como ela se sentia com a música”, finaliza o também editor do videoclipe.

Jornada intensa na trajetória de quatro anos

A Florisse nasceu no início de 2017 e traz em suas composições, um passeio na cultura popular, marcada pelo uso dos tambores e de instrumentos como guitarra, bateria e baixo. Em suas letras autorais, a forte presença de temas da região amazônica, como a água, o pescador, a mata e a dança. 

A sonoridade da banda é composta de forma coletiva pelas influências musicais de Ney Victon, no baixo; Dayvid Campos e Carlos Almeida, na percussão; Paulo Henrique na bateria, Diogo Craveiro na guitarra e Gabriela Maurity como compositora e cantora. 

Na cena musical de Belém já se apresentou no espaço cultural Apoena, Núcleo de Conecções Ná Figueredo e Casarão do Boneco pelo projeto Circular Campina e Cidade Velha, entre outros. No ano de 2019, a banda Florisse participou de eventos como Amazônia Comicon e esteve entre os finalistas do festival Outros Nativos.

No mesmo ano foi contemplada com o edital de patrocínio do Banco da Amazônia para gravar o primeiro EP, no qual teve o show de lançamento no Teatro Experimental Waldemar Henrique, pelo premio “Pauta por todo Pará”. Em seguida lançou o clipe da música “ Tento Carolina” com as imagens do show. Este ano, dando continuidade ao trabalho, mas cumprindo o distanciamento social, participou do festival “Embalando a arte na rede”, promovido pela Fumbel, com a música e vídeo “Suindara”. 

Para ver o clipe na íntegra, acesse o canal Florisse:

27.10.21

Corredor de conexões culturais chegando ao Rebujo

O “Corredor Cultural 2021” é um evento independente, surgido por meio da união de artistas e produtores de Bragança, Castanhal e Belém (PA), e acontecerá no próximo domingo, 31 de Outubro, no Rebujo (Cidade Velha), a partir das 16h.

A ideia é conectar o radar entre os Km que ligam Belém a Bragança, numa viagem física, estética e simbólica, por meio das partilhas de vivências e criações. Nesse Corredor é possível verificar produções independentes em diferentes segmentos artísticos, fruto do estudo e pesquisa dos participantes. Serão abordadas temáticas como Tecnologia do possível, Cosmo poética, paisagem onírica e ressignificação do cotidiano através da dança e da música. 

O evento reunirá diversas linguagens. Dança, Música, Teatro, Astrologia, Terapia, Audiovisual, Marketing e Fotografia, com objetivo de promover o intercâmbio artístico que fortaleça a interculturalidade e proporcione troca de saberes através do diálogo entre os fazedores de cultura e os seus participantes. 

Entre as atrações estão shows, performances, oficinas e projeções.  Oficinas como “O oráculo como disparador poético”, com Lu Borgges; “Terapia Fotográfica”, com Dri Trindade; de “Corpo Voz & Composição”, com Bê Paixão (Dançarina) e Fernanda Marés (musicista); além de shows com Vj multimídia Astigma (Castanhal), com a pianista Fernanda Marés e  Participação do grupo Beneditas Batuques (Bragança), O Carimbó Cobra Venenosa de Priscila Duque, o som “porrada seca” de Luizan Pinheiro / Tamaruteua e o regionalismo quentíssimo do grupo de percussão Tamboiara.

Serviço

Acompanhe tudo pelas nossas redes e pelo insta @Rebujo.  Faça sua reserva para oficinas, vagas limitadas. Informações Gerais: (91) 99156-4581. Reservas de oficinas : (91) 98565-9123. O Rebujo fica na Rua São Boa Ventura, 171.  Valor Combo / Oficinas + Shows: R$25,00. Ingresso individual: R$15,00. R$ 15,00. Pagamentos via Pix: CPF 828.702.502-82.

Rádio Margarida homenageada pelos seus 30 anos

A ONG será protagonista de uma sessão especial na Câmara Municipal de Belém, em homenagem aos seus 30 anos de história. Haverá programação especial, lúdica, com a participação de algumas personagens da Rádio Margarida além de autoridades ligadas aos direitos da criança e do adolescente.

A Rádio Margarida estará presente com alguns dos seus personagens para mostrar um pouco do método que é aplicado pela ONG há 30 anos na promoção dos direitos humanos e defesa do meio ambiente: o Método de Educação Popular – Rádio Ação, que trabalha com as linguagens artísticas e os meios de comunicação para abordar temas muitas vezes difíceis e alcançar os mais diversos públicos. Também estarão presentes representantes de algumas instituições ligadas aos direitos da criança e do adolescente, um dos principais eixos de atuação da Rádio.

Para Osmar Pancera, fundador da Rádio Margarida e professor de Serviço Social, esse tipo de condecoração é muito importante, pois é um desafio e uma luta trabalhar com educação num país onde ela não é valorizada. “É muito difícil, hoje em dia, qualquer entidade da sociedade civil sobreviver por 30 anos, trabalhando com direitos humanos, arte, educação, cidadania. E não apenas sobreviver, mas também ter o respeito da sociedade e ser considerado um serviço de utilidade pública, como é o caso da Rádio Margarida. Então essa solenidade vem dar destaque a esse tipo de atividade”, comenta.

Rádio novel.as educativas 

O vereador Fernando Carneiro (PSOL), que fez o requerimento para a sessão especial em homenagem à Rádio, reiterou a importância de entidades que trabalham pela defesa e garantia dos direitos humanos, e que conseguem aliar a isso uma linguagem e abordagem acessível. 

“Acho de suma importância que a gente tenha entidades, ONGs, associações que trabalhem pelos direitos humanos, principalmente de crianças e adolescentes. E principalmente com uma linguagem que possa ser acessível. Por que além do conteúdo, precisamos pensar em como a gente vai fazer esse diálogo, abordar os temas. A Rádio Margarida consegue juntar duas coisas que são muito importantes: o conteúdo bastante correto, coerente, urgente, com uma forma que permite a compreensão dessa mensagem de maneira muito tranquila e natural”, explica o vereador.

Fernando Carneiro também fala sobre como essa iniciativa pode ajudar a sensibilizar mais a sociedade e os vereadores para a causa dos direitos humanos, mas que ainda é apenas um passo para alcançar essa meta. 

“É um evento comemorativo aos 30 anos, mas ao mesmo tempo a gente quer fazer um momento onde a gente dê visibilidade não só à Rádio Margarida, mas às suas causas. Então eu espero que a gente possa reverberar a sessão, que ela possa servir para estimular a luta por direitos humanos, valorizando as entidades que trabalham com essa matéria. Espero sim que a sessão possa servir para sensibilizar vereadores e vereadoras que ainda sejam resistentes a essa causa, mas é um processo”, comenta.

25.10.21

Felipe Cordeiro narra curta sobre música paraense

Felipe Cordeiro - Alter do Chão - Santarém (PA).
Foto: Thasya Barbosa.
“Várzea Wave: Rios” aborda a música regional feita por artistas indígenas e quilombolas. Narrado por Felipe Cordeiro que navega pelos rios da Amazônia paraense para mostrar esse cotidiano, o documentário em curta metragem foi lançado no último final de semana e está disponível no Youtube.

O Norte do País, conhecido pelas paisagens verdes e diversidade gastronômica, também ganha destaque a partir de produções culturais. Dirigido por Diego Orix Farias, o filme é uma produção do coletivo Várzea Wave, composto por artistas paraenses que misturam ritmos urbanos, como o eletrônico e synthwave, com os mais diversos ritmos tradicionais da região, que vão além do carimbó. Foi a partir da soma do estilo popular amazônico com o pop que o cantor e compositor paraense Felipe Cordeiro ganhou destaque no cenário nacional. 

No filme, o artista navega pelas comunidades ribeirinhas próximas aos rios Tapajós, Amazonas, Arapiuns e Jauari, para mostrar que não é só nos grandes centros urbanos que se faz música. Nessas comunidades, agricultores, quilombolas e indígenas são também artistas. Para impulsionar a visibilidade artística desses povos, o diretor definiu o objetivo central do filme. “Queremos trazer a cultura do povo indígena e quilombola para mais perto da sociedade urbana. Para fortalecer a música paraense, é preciso mostrar às novas gerações as canções regionais e incluir os povos tradicionais nesse processo”, declara Diego.

Tendo em vista que, de acordo com o IBGE, 96% da mandioca produzida vem da agricultura familiar e que a castanha ocupa o segundo lugar do ranking dos produtos não madeireiros mais extraídos da região Norte, é natural que as canções produzidas no local sejam reflexos deste universo.

A importancia da música na rotina do trabalho

Através da música, os personagens do curta falam não só sobre a rotina de trabalho, como fazer a farinhada ou produzir castanhas, mas também ressaltam a força da mulher indígena, falam sobre a resistência dos quilombolas ao perpetuar tradições africanas, além de expressarem seus sentimentos de amor à natureza e da urgência de preservá-la.

O documentário prova que fora dos holofotes da mídia e fora dos trending topics das redes sociais, existe uma cultura rica e contemporânea que precisa ganhar espaço. Ainda sobre os objetivos da obra, Felipe Cordeiro, que faz a narração no curta-metragem, destaca um outro ponto importante: desmistificar a ideia de que as músicas tradicionais estão ligadas ao passado.

“Quando você faz arranjos urbanos, não é que você esteja ‘atualizando’, você está fazendo elos de uma contemporaneidade com outra”. O cantor ainda afirma que mencionar a cultura do passado no Pará é falar sobre uma cultura recente, considerando que o processo de colonização da região foi tardio em comparação às regiões litorâneas. “A música popular é, sem dúvida nenhuma, um dos principais eixos de formação dessa noção de identidade cultural amazônica. Ela se fortalece a partir dos anos 50 e segue forte até hoje”, pontua.

A produção tem apoio da Lei Aldir Blanc. E está disponível no YouTube. Assista o filme completo: https://www.youtube.com/watch?v=nchDe7WMMeU

Ficha Técnica

Direção: Diego Orix Farias

Produção executiva: Marcos Colón

Direção de Produção: Vinícius Villare

Direção de fotografia: Bruno Erlan

Direção de arte e fotografia still: Thasya Barbosa

Narração: Felipe Cordeiro


(Holofote Virtual, com informações da assessoria de imprensa)

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22.10.21

Elias Hage lança "Sina de Aedo" nas plataformas

Foto: João Augusto Rodrigues

Durante a pandemia, ao inovar em suas aulas virtuais de literatura, o professor e também cantor Elias Hage acabou compondo canções e depois as reuniu no projeto "Sina de Aedo", premiado pela Lei Aldir Blanc. O álbum já está disponível, a partir de hoje (22), em todas as plataformas digitais de música, o lançamento virtual do álbum "Sina de Aedo".

O que seria uma aula de literatura para os alunos durante a pandemia tomou um outro rumo. "Eu não queria apenas ligar a câmera e falar sobre literatura. Resolvi musicar as aulas", conta Elias Hage. "Educação e arte, docência e canto, que muitas vezes pareceram excludentes, em termos práticos, finalmente encontram-se consolidadas num trabalho que me define ao mesmo tempo como artista e como educador", diz ele, sobre o trabalho realizado durante o lockdown. 

Foram meses de aulas e treze canções que falam sobre literatura. A poesia dos românticos Gonçalves Dias e Castro Alves, do parnasiano Alberto de Oliveira, dos simbolistas Alphonsus de Guimaraens e Cruz e Sousa, junto com a prosa de José de Alencar, Manuel Antonio de Almeida, Machado de Assis, Aluísio de Azevedo e Inglês de Sousa inspiraram as canções de “Sina de Aedo”, que ganhou ainda mais brilho com as participações especiais de Nilson Chaves, Vital Lima, Natal Silva, Paulo Santana e Renato Torres.

Quando a pandemia  chegou e jogou a sociedade em um universo de distanciamento social e incertezas futuras, o professor Elias Hage se viu no epicentro de um "furacão" de emoções. "No meio desse processo, me vi em franco desespero por expressão, ao mesmo tempo em que me preparava para experienciar o ensino remoto. Compus, cantei, escrevi, resisti, pesquisei, sonhei, publiquei e perdi pessoas... Tudo de forma intensa", relata. 

E quando anunciaram sobre as voltas remotas das aulas, Elias decidiu que não iria conduzir a docência virtual de maneira tradicional na pandemia. Já que estava diante do “novo normal”. Assim nasceu a web série Sina de Aedo, na qual ele se propôs a compor canções a partir do conteúdo da disciplina Literatura Brasileira I (que incluia os períodos literários que vai do Romantismo ao Simbolismo). As aulas estão inclusive disponíveis no Youtube. 

Elias Hage não pensou duas vezes. Chamou Renato Torres para a parceria e contou com a colaboração do violonista Paulinho Paiva. "Foi trabalhoso e gostoso ao mesmo tempo. Fazer de uma a duas canções por semana, produzir material de vídeo, escrever roteiro, filmar e compartilhar os resultados, ao longo de dois meses, foi intenso e incrível, e o resultado foi a união definitiva, em mim, dos dois polos que nortearam toda a minha vida pessoal e profissional: a música e a literatura", descreve a sensação, o professor e músico.

A referência à literatura não para nos períodos que vão do Romantismo ao Simbolismo e Elias fez uma "viagem" à Grecia Antiga e de lá veio o nome Aedo - cantor que apresentava suas composições religiosas ou épicas, acompanhado ao som da cítara. O álbum "Sina de Aedo" é uma espécie de híbrido lítero-musical, devidamente gravado no Guamundo, com antigos e novos parceiros e com participações mais que especiais. 

O lançamento do álbum vai acontecer virtualmente nas plataformas digitais de músicas como Spotify, Deezer, nesta sexta-feira, dia 22 de outubro, a partir da zero hora. "Sina de Aedo" é um projeto aprovado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura Aldir Blanc, com parceria do Governo Federal e Governo do Estado do Pará.

Serviço

Lançamento virtual do álbum "Sina de Aedo", produzido por Renato Torres no Guamundo Home Studio. A partir de hoje (22), em todas as plataformas digitais de música. 

16.10.21

A arte Naïf de Maria José Batista na Galeria Eneida

A pequena mostra evidencia a riqueza poética e valor artístico da artista, em sua potência narrativa de colocar em cena os aspectos cotidianos da vida de brasileiros afrodescendentes. O público pode conferir até dia 31 de outubro, na Galeria Eneida, recentemente inaugurada no Bar De Bubuia, no bairro da Cidade Velha, em Belém do Pará.

Maria José Batista ocupa importante papel na cultura popular brasileira. A linguagem plástica da artista compreende a pintura, objetos, estandartes e até mesmo instalações a partir da reutilização de materiais, como garrafas pet, jornais e tecidos. Os motivos interpretados são as cenas da vida popular, dentro de uma ampla perspectiva social, histórica e cultural, em uma mistura de religiosidade, marginalidade e resistência.

Paraense e autodidata, sua história é de luta e perseverança, tendo na arte o maior estímulo para o crescimento interior e profissional. O interesse pela pintura vem de criança, influenciada pelo pai, artista plástico que a incentivou. A vida, porém, não foi fácil, e ela teve que trabalhar como empregada doméstica para sustentar os filhos. 

A vontade de pintar não desapareceu, nem mesmo nos momentos mais difíceis e desesperadores. Foi quando ela ingressou nos primeiros cursos da Fundação Curro Velho, nos anos 1990, e a esperança de seguir a carreira artística retornou com força capaz de torná-la a artista de hoje, como grande expressão da arte naïf, numa pintura desvinculada da tradição erudita e convencional, e de característica espontânea e popular.

Lembro de suas primeiras exposições em pequenas galerias de Belém, despertando o interesse do circuito artístico da cidade. Assim, ganhou destaque em grandes galerias e hoje, suas obras de traços simples já integraram dezenas de exposições coletivas e individuais, inclusive na Bienal de Arte Naif em Piracicaba – SP, como convidada e com obras adquiridas por colecionadores nacionais e estrangeiros.

De Bubuia com olhos atentos à arte

De Bubuia - Foto Divugação

A Galeria Eneida foi inaugurada oficialmente, no último dia 2, homenageando celebrando a autora dos célebres livros “Cão da Madrugada” (1954), “Aruanda” (1957) e “Banho de Cheiro” (1962). No dia 23 de outubro, será comemorado o aniversário de 118 anos de nascimento de Eneida de Moraes, faleceu no dia 27 de abril de 1971. 

O Bar De Bubuia, lugar de expressão da cultura underground na cidade, presta um tributo à escritora, reestrutura seu espaço para pequenas exposições, nomeando-o “Galeria Eneida”, e contempla, assim, a questão da construção de imagens-memória de Belém e da Amazônia, sempre tão caras à escritora.  

Militante comunista, Eneida se deixou afetar pelo discurso histórico e político e resistiu ao Estado Novo, período no qual foi presa onze vezes. Seu nome também é ligado à boemia e ao carnaval, não sendo estranha às noites intermináveis dos bares e das rodas de samba em Belém, Rio de Janeiro e pelo mundo. E isso também tem a ver com o de Bubuia. Vai lá e confere! 

Serviço

Exposição: Maria José Batista 

Período: de 02 a 31 de outubro, a partir das 19h.

Local: Galeria Eneida, Bar De Bubuia. Rua Rodrigues dos Santos, 210 Cidade Velha.

Curador: Ney Ferraz Paiva

14.10.21

Série documental aborda arquipélago do Marajó

Marajoando entre Campos e Florestas é uma série documental que retrata em 4 episódios aspectos culturais do Arquipélago do Marajó. O projeto foi selecionado no edital de Cultura Digital da Lei Aldir Blanc. A série está disponível para visualizações no canal do Youtube “Marajoando Cultural” e  pode ser utilizada como ferramenta educativa e de incentivo ao turismo local.

Com o desafio em retratar as diversas faces do arquipélago do Marajó, a websérie “Marajoando entre Campos e Florestas” faz o registro em 4 episódios sobre a história de cada um dos seus 16 municípios. 

Através da fala dos entrevistados, é possível compreender mais sobre a parte histórica, cultural, política e ambiental da região. Em cada episódio da série, que varia entre 30 e 50 minutos, o público vai conhecer um pouco mais sobre as potencialidades da Amazônia marajoara em entrevistas que mesclam os conhecimentos de pessoas da região com os de especialistas. 

O título “Marajoando entre Campos e Florestas” foi inspirado na obra do historiador Agenor Sarraf com a perspectiva de representar a diversidade de dois “marajós” distintos, mas que se complementam em suas narrativas. Para Luís Marajó, coordenador da websérie, o Marajó é uma região que tem muitos contextos e possibilidades que ainda não foram abordadas. 


“Um dos nossos objetivos com esse projeto é colaborar com as produções audiovisuais da região e trazer à tona os múltiplos ‘marajós’. Era até uma ousadia falar que pretendíamos abordar os 16 municípios do arquipélago, mas buscamos ao máximo retratar, mesmo que de forma rápida, as potencialidades de cada um desses lugares. É um projeto simples, mas com uma riqueza de falas que nos emocionou bastante durante a produção”, comentou Luís.

A obra contemplada pelo edital de Cultura Digital da Lei Aldir Blanc conta com uma equipe de seis pessoas de diversas áreas do conhecimento, além de ter recebido apoio de cinco videomakers em municípios marajoaras onde não foi possível executar as gravações de entrevistas presencialmente, por conta da Covid-19. Como previsto no edital, é preciso oferecer um retorno para a sociedade e a escolha do coletivo foi pela distribuição de um conteúdo educativo audiovisual, para os alunos com baixa ou nenhuma conexão com a internet, nas escolas da região de Anajás Grande, em Ponta de Pedras, no Marajó. 

Serviço

Websérie Marajoando entre Campos e Florestas, disponível no Canal do Youtube “Marajoando Cultural”: https://www.youtube.com/channel/UCC-HDdYOVyaHn-CEJWazr3Q

Equipe

Luis Marajó - Coordenação e Roteiro; 

Elis Tarcila - Produção Executiva; 

Manoel - Filmmaker e Edição; 

Hercílio Delen - Ilustração; 

Hugo Chaves - Fotografia e Roteiro; 

Herlon Leitão - identidade visual/ Redes Sociais. 

12.10.21

Arte une cerâmica tapajônica e medicina chinesa

“Ancestral Comum”, do designer e músico Mael Anhangá, apresenta obras inspiradas na Cerâmica Arqueológica Tapajônica e na Medicina Tradicional Chinesa. São cinco vídeos que correlacionam música, cores e imagens inspiradas na arte amazônica da fase pré-colombiana tardia - especificamente da cerâmica tapajônica – e da origem e influência asiática - em especial a Chinesa. 

Nos cinco videoartes, as imagens da cerâmica tradicional tapajônica dialogam com os 5 elementos da Medicina Tradicional Chinesa, a água, madeira, fogo, terra e o metal, que são a base de todo o pensamento filosófico que embasa as práticas medicinais orientais como a fitoterapia, a acupuntura, as massagens e os treinamentos de energia.

Neste sistema, eles encontram-se em constante mutação (um se transforma no outro, sucessivamente), tanto em nosso corpo como na natureza, e cabe ao terapeuta ajudar o paciente para que este fluxo aconteça harmonicamente. Na Teoria dos 5 elementos da MTC é possível fazer relações sinestésicas dos elementos, por exemplo: 

  • Água -  Azul>Rins/Bexiga>Medo/Acolhimento>Tom Musical (Lá) 
  • Madeira -  Verde>Fígado/Vesícula > Raiva >Tom musical (Ré) 
  • Fogo - Vermelho >Coração/ Int. Degado >Alegria > Tom musical (So) 
  • Terra - Amarelo>Estômago/BaçoPâncreas>Preocupação/Satisfação>Tom musical (Dó) 
  • Metal - Branco > Pulmões > Emoção Tristeza/Suavidade >Tom Musical (MI) 

Através dessas informações, Mael Anhangá se juntou aos músicos Waldiney Machado e Mauricio Panzera para compôr cinco músicas instrumentais que serviram de trilha sonora para os vídeos animados. 

VEJA

O resultado está disponível no instagram @maelanhanga (IGTV).  A escolha desta plataforma se deu pela maior facilidade de compartilhamento entre o público em geral. O projeto foi contemplado pelo Edital Aldir Blanc, categoria Design – Instituto Ágata, Secult PA, Ministério do Turismo e Governo Federal.

SOBRE O ARTISTA

Maécio Monteiro (Mael Anhangá) é designer, ilustrador e músico. Graduado em Design pela UEPA em 2008, tornou-se especialista em design ecológico em 2010 pela mesma instituição. 

De lá para cá desenvolveu inúmeros projetos ligando o design à cultura popular como a criação das fontes de computador inspiradas das letras dos barcos da Amazônia (UEPA, 2010) e também os dingbats do Carimbó: um estudo sobre a iconografia do carimbó do nordeste (IAP, 2014) e do oeste paraense (FCPa, 2018). 

Também criou diversos materiais gráficos, com destaque para as ilustrações da nova edição do livro ‘Chove Nos Campos de Cachoeira’ de Dalcídio Jurandir (Pará.grafo, 2019) e os desenhos das manifestações paraenses da cultura imaterial patrimonizada – Círio, Capoeira, Festa de São Sebastião, Carimbó e Cuias de Santarém (IPHAN-PA, 2019). Como músico já trabalhou com vários grupos de carimbó de Belém e Santarém e atualmente se dedica ao Grupo Cipó, como cantor e compositor.

Festival Amazônia Mapping lança edital nacional

As inscrições são online e vão de 15 de outubro a 15 de novembro. Cerca de 20 obras serão selecionadas. Este ano, o FAM será híbrido: com uma macro projeção no centro histórico de Belém (PA), além de shows e mappings na ilha virtual do festival, acessível de qualquer lugar do mundo.

Combinando artes visuais, tecnologia e realidades mistas, o FAM coloca a Amazônia na rota dos grandes festivais de mapping do mundo. E em 2020, o Festival foi o grande vencedor da categoria "Inovação: Música e Tecnologia" no renomado prêmio da Semana Internacional de Música de São Paulo (SIM SP), a maior feira do mercado da música da América Latina.

Na sua trajetória de quatro edições - anos 2013, 2016, 2017 e 2020 - o Festival movimentou o Pará com arte e tecnologia nos espaços urbanos de Belém e Santarém, e já alcançou um público de mais de 20 mil pessoas, promoveu dezenas de oficinas e cursos gratuitos com artistas visuais de destaque internacional, além de shows com artistas da Amazônia, Brasil e Peru, fomentando também encontros inéditos. O FAM 2021 é promovido pela 11:11 ARTE, com patrocínio da Oi e apoio do Oi Futuro via Lei de Incentivo à Cultura Semear, do Governo do Estado do Pará e Fundação Cultural do Pará.

Este ano, cerca de 20 obras serão selecionadas e exibidas na ilha virtual do FAM, com três prêmios de R$ 2 mil cada. Podem participar os mais diversos tipos de linguagem visual: vídeo mapping, vídeos, fotografias, vídeo-performances, vídeo-dança, vídeo arte, remixes audiovisuais, vjing, vídeos compostos por desenhos, gravuras, pinturas, arte digital e gravura digital, animações 2D, 3D, gifs, entre outras. O edital recebe inscrições de 04 de outubro a 15 de novembro.

“A ideia de lançarmos um edital com chamada aberta é uma forma de ampliar o alcance e a participação de mais artistas no Festival. Vamos disponibilizar o blueprint (guia de mapping) de um dos prédios da nossa ilha virtual, que receberá as projeções da chamada aberta”, explica Roberta Carvalho, idealizadora e curadora do Amazônia Mapping.

Cada artista poderá realizar até três inscrições de obras distintas. Os trabalhos podem ser inéditos ou não, e devem ter tempo mínimo de 60 segundos e máximo de 90 segundos, além de conter trilha original. Outra novidade é que esta edição do FAM integra o Amplifly, uma parceria com o Britsh Council, instituição pública cultural do Reino Unido. 

O Amplifly busca promover conexões e networking que destacam a prática artística e questões sociais, ao mesmo tempo que oferece oportunidades de exposições que transcendem o eixo geográfico norte-sul. “Receberemos apresentações artísticas fruto dessa parceria, contemplando duplas de artistas que farão interação entre imagem e som. Além disso, o FAM somará na indicação de artistas brasileiras para compor a colaboração em outros Festivais internacionais”, comenta Roberta Carvalho. 

Serviço

Edital Festival Amazônia Mapping 2021. Inscrições abertas de 15/10/2021 a 15/11/2021. No site oficial do Festival: www.amazoniamapping.com

Ana Clara e Meio Amargo lançam o segundo clipe

Ana Clara e Meio Amargo acabam de apresentar mais uma canção em parceria, “Ruído Branco”, faixa-título do disco que vem aí e que, à exemplo de “Golpe de Sorte” (lançada em maio), a nova música também ganhou vídeo dirigido por Erik Lopes e Tita Padilha. Estreia nesta quinta, dia 14.

Realizado de forma independente, o clipe foi pensado com uma abordagem bastante direta e desdobrando a estética das produções anteriores do grupo. Segundo Tita, “o processo veio muito inspirado na atmosfera visual do álbum, com os registros fotográficos que fizemos e a identidade visual criada por mim para o projeto [capas dos singles, peças de divulgação e arte do disco]”.

Pensando na sonoridade do trabalho, Tita e Erik tomaram como referências videoclipes de bandas dos anos 90, segundo ela “mais ‘simples’, com cenas de banda e cenas cantadas”, numa espécie de “homenagem a esse período tão influente nas nossas escolhas artísticas”.

Ainda sobre escolhas estéticas, Tita complementa: “As cores estão todas nesse território do ‘ruído branco’ e o projeto foi todo em parceria constante minha e do Erik. Acho que a gente é meio deslocado dessa criação muito pautada nas redes, em viralizar ou absorver alguma tendência visual que esteja em alta. A gente gosta de poder fazer um vídeo sem grandes ‘pirotecnias’, só com o necessário: a casa, a banda e o duo.”

Banda completa após períodos mais difíceis da pandemia

A participação da banda foi um aspecto especial na concepção do vídeo, sendo o primeiro reencontro da formação completa, que vinha gravando em grupos separados por conta da pandemia. Com o avanço da vacinação e algumas precauções, foi possível reunir todos para o registro.

“Ruído Branco”, composta por Ana Clara e Lucas Padilha entre 2016 e 2017, foi gravada no primeiro semestre por Assis Figueiredo no estúdio Apce Music e traz Ana Clara (voz e microkorg), Lucas Padilha (voz e guitarra), Rodrigo Sardo (guitarra), Eduardo Feijó (guitarra), Manuel Malvar (baixo) e Deni Melo (bateria). 

A mixagem e a masterização são de Iuri Freiberger, também produtor da faixa, junto com Ana Clara e Lucas. A produção do álbum que chegará em breve foi possível graças a um projeto realizado pela UFPA, PROEX, EMUFPA e FADESP, por meio do apoio de emenda parlamentar do então deputado federal Edmilson Rodrigues.

Serviço

Lançamento do videoclipe Ruído Branco, de Ana Clara + Meio Amargo, com direção de Erik Lopes e Tita Padilha, quinta, dia 14 de outubro. O single está disponível nas plataformas digitais.

Canal Ana Clara + Meio Amargo

https://www.youtube.com/channel/UCrJdlAgPoI7ve7oonElc7iQ

Ana Clara: 

https://www.instagram.com/anaclara.nm

Meio Amargo:

https://www.instagram.com/meioamargo


(Holofote Virtual com assessoria de imprensa)