25.10.21

Felipe Cordeiro narra curta sobre música paraense

Felipe Cordeiro - Alter do Chão - Santarém (PA).
Foto: Thasya Barbosa.
“Várzea Wave: Rios” aborda a música regional feita por artistas indígenas e quilombolas. Narrado por Felipe Cordeiro que navega pelos rios da Amazônia paraense para mostrar esse cotidiano, o documentário em curta metragem foi lançado no último final de semana e está disponível no Youtube.

O Norte do País, conhecido pelas paisagens verdes e diversidade gastronômica, também ganha destaque a partir de produções culturais. Dirigido por Diego Orix Farias, o filme é uma produção do coletivo Várzea Wave, composto por artistas paraenses que misturam ritmos urbanos, como o eletrônico e synthwave, com os mais diversos ritmos tradicionais da região, que vão além do carimbó. Foi a partir da soma do estilo popular amazônico com o pop que o cantor e compositor paraense Felipe Cordeiro ganhou destaque no cenário nacional. 

No filme, o artista navega pelas comunidades ribeirinhas próximas aos rios Tapajós, Amazonas, Arapiuns e Jauari, para mostrar que não é só nos grandes centros urbanos que se faz música. Nessas comunidades, agricultores, quilombolas e indígenas são também artistas. Para impulsionar a visibilidade artística desses povos, o diretor definiu o objetivo central do filme. “Queremos trazer a cultura do povo indígena e quilombola para mais perto da sociedade urbana. Para fortalecer a música paraense, é preciso mostrar às novas gerações as canções regionais e incluir os povos tradicionais nesse processo”, declara Diego.

Tendo em vista que, de acordo com o IBGE, 96% da mandioca produzida vem da agricultura familiar e que a castanha ocupa o segundo lugar do ranking dos produtos não madeireiros mais extraídos da região Norte, é natural que as canções produzidas no local sejam reflexos deste universo.

A importancia da música na rotina do trabalho

Através da música, os personagens do curta falam não só sobre a rotina de trabalho, como fazer a farinhada ou produzir castanhas, mas também ressaltam a força da mulher indígena, falam sobre a resistência dos quilombolas ao perpetuar tradições africanas, além de expressarem seus sentimentos de amor à natureza e da urgência de preservá-la.

O documentário prova que fora dos holofotes da mídia e fora dos trending topics das redes sociais, existe uma cultura rica e contemporânea que precisa ganhar espaço. Ainda sobre os objetivos da obra, Felipe Cordeiro, que faz a narração no curta-metragem, destaca um outro ponto importante: desmistificar a ideia de que as músicas tradicionais estão ligadas ao passado.

“Quando você faz arranjos urbanos, não é que você esteja ‘atualizando’, você está fazendo elos de uma contemporaneidade com outra”. O cantor ainda afirma que mencionar a cultura do passado no Pará é falar sobre uma cultura recente, considerando que o processo de colonização da região foi tardio em comparação às regiões litorâneas. “A música popular é, sem dúvida nenhuma, um dos principais eixos de formação dessa noção de identidade cultural amazônica. Ela se fortalece a partir dos anos 50 e segue forte até hoje”, pontua.

A produção tem apoio da Lei Aldir Blanc. E está disponível no YouTube. Assista o filme completo: https://www.youtube.com/watch?v=nchDe7WMMeU

Ficha Técnica

Direção: Diego Orix Farias

Produção executiva: Marcos Colón

Direção de Produção: Vinícius Villare

Direção de fotografia: Bruno Erlan

Direção de arte e fotografia still: Thasya Barbosa

Narração: Felipe Cordeiro


(Holofote Virtual, com informações da assessoria de imprensa)

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