24.5.12

Em marcha contra a violência e opressão à Mulher

De todas as idades, etnias, classes sociais, sejam artistas, jornalistas, empresárias, donas de casa ou de qualquer outra profissão, os desejos são os mesmos: respeito, liberdade e igualdade de direitos. Desejos, estes, que neste domingo estarão latentes na 2ª Marcha das Vadais. Em Belém, a concentração começa às 09h, na praça da Escadinha do Cais do Porto, Estação das Docas.

Muita gente ainda não entendeu ou finge que não está entendendo, porque o viés do preconceito ainda é o que dita, com raras exceções, o mundo machista em que vivemos. Mas não custa explicar. 

O episódio que deflagrou o movimento das Vadias em todo o mundo, aconteceu há duas décadas no Canadá com a escritora e ativista feminina Jaclyn Friedman. Estuprada por colegas na faculdade em uma festa, ela nunca chegou a dar queixa. "Tanta gente disse que eu seria culpada, por estar na festa, por estar bebendo, por me vestir como eu me visto, que eu desisti" , disse depois à imprensa. Os agressores foram inicialmente expulsos da faculdade, mas acabaram readmitidos e impunes. 

A Marcha das Vadias ou Marcha das Vagabundas, SlutWalk, em inglês, teve sua primeira edição em 2011 e volta a acontecer este ano para mostrar à sociedade que o lugar da mulher é onde ela quiser, para lutar pelos direitos de igualdade de gênero e autonomia do próprio corpo. 

É um protesto ao comentário de um policial canadense que orientou os universitários dizendo: "Se a mulher não se vestir como uma vadia, reduz-se o risco de ela sofrer um estupro". 

Desde então, o movimento que teve inicio em Toronto, pipocou em Nova York, Houston, Londres, Johannesburgo, Jerusalém, Los Angeles, Chicago, Coreia do Sul, Buenos Aires, Amsterdã e também no Brasil, em cidades como Belém, São Paulo, Recife, Fortaleza, Vitória, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Pelotas, Rio de Janeiro entre outras.

A escritora canadense participa de várias das ações e sempre reforça que "porque nós vivemos um mundo de mentiras, sempre ouviremos que devemos ser obedientes, discretas, disponíveis e nunca agressivas - se o formos, viramos putas, e essa palavra é usada para nos pôr na linha". 

Em 2012, a Marcha pretende ampliar a discussão, lutando por espaços nos mais distintos âmbitos, sejam culturais, políticos, trabalhistas, estudantis, religiosos ou familiares e mostrando que as conquistas desejadas pelas mulheres independem de raça, orientação sexual, credo, posição social e condição física.  

O que se quer é que a independência da mulher seja respeitada. O grito é para que se possa amar com liberdade a quem se desejar e garantir que esta liberdade de ação, amor e maternidade, seja vivida sem restrições, violência ou preconceitos. 

Mais uma vez homens de verdade e todas nós, que buscamos um mundo melhor para agora e para as próximas gerações estaremos nas ruas para protestar contra o machismo e a opressão à mulher.

Serviço 
A Marcha das Vadias, que tem conquistado cada vez mais adeptos por meio das redes sociais, convida todos a participar da segunda edição em Belém, dia 27 de maio, a partir das 9h, com concentração na Escadinha da Estação das Docas. Mais informações: Nanny – 8256-8214 e Silvia - 8036-6383. Página do Facebook: http://www.facebook.com/events/184197398368830/

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