15.3.11

Extremo Norte convida Carlos Correia Santos

Programação festeja os 25 anos de trajetória do autor que, hoje, reúne prêmios em nível regional, nacional e internacional

O Instituto Cultural Extremo Norte realiza, nesta quarta, dia 16, a partir das 20h, no Espaço Cultural Bar São José Liberto, o encontro literário No Princípio Era o Verbo. 

O convidado especial é o escritor Carlos Correia Santos, que, em 2011, comemora 25 anos de carreira literária. A programação tem entrada franca. Responsável por várias ações de fomento à arte poética, o Extremo Norte tem defendido, nos últimos anos, o ideal de promover integração entre escritores e público leitor através de saraus, rodadas de bate papo e seminários.

A entidade foi criada em 2009 e é fruto do Movimento Literário Extremo Norte que congrega diversos autores paraenses e desenvolve atividades diversas no cenário cultural de Belém desde fevereiro de 2004. 

A diretoria conta hoje com os poetas Rui do Carmo, na presidência, e Rita Melém, na vice-presidência. Um dos colaboradores do Instituto, o também poeta e letrista Renato Gusmão explica: “Queremos mostrar a qualidade da nossa literatura. Realizamos esse e outros projetos, como o Palavra do Escritor e o Canoa de Sonhos”. A trajetória de Correia servirá como ferramenta para mais uma dessas iniciativas.

Um concurso de colégio foi o marco inicial de uma história que hoje contabiliza vários prêmios regionais, nacionais e internacionais. “Foi em 1986. Eu tinha onze anos. Resolvi participar de uma iniciativa criada pelos meus professores de redação e literatura. 

Quem escrevesse o melhor poema ganharia um prêmio singelo: o trabalho seria afixado na biblioteca da escola. Acabei vencendo. Considero esse, portanto, meu primeiro prêmio como escritor. O poema foi colocado no quadro da biblioteca. A maioria dos colegas não sabia que eu era o menino que tinha criado aqueles versos. Então, eu me sentava perto do poema e fica observando as pessoas reagirem ao que tinha posto naquele papel. Percebi que eu podia me comunicar com as pessoas através das letras. Nunca mais parei”, conta Carlos, hoje poeta, contista, dramaturgo e romancista.

Situações peculiares não faltaram ao longo do caminho. Aos 16 anos, em busca de alternativas incomuns para começar a se sustentar, tornou-se trovador de aluguel. “Hoje, isso parece muito engraçado. Inventei um serviço de poesias personalizadas. As pessoas me procuravam, contavam suas histórias, amores, perdas, tentativas de conquistas, homenagens para datas especiais e eu transformava isso em poemas particularizados que eram embalados em saquinhos de crochê feitos pela minha mãe. Eu acabava funcionando como um psicólogo poético. Deu tão certo que virei notícia não só aqui em Belém, mas na mídia nacional. A revista Raça Brasil, por exemplo, fez uma matéria comigo”, relembra.

Mas a aposta na lírica exclusivamente artística logo tomou seu devido lugar e Correia passou a conquistar láureas respeitáveis. Venceu o Prêmio Dalcídio Jurandir 2008, na categoria romance, com a obra "Velas na Tapera", concurso de vulto nacional criado para celebrar o centenário do romancista Dalcídio Jurandir. É autor do premiado livro de poemas “O Baile dos Versos”, obra que ganhou especial saudação da Academia Brasileira de Letras, em 1999. Também são de sua autoria as obras “Poeticário” (poemas), “No Último Desejo a Carne é Fria” (coletânea de contos), “Nu Nery” (teatro), Ópera Profano (teatro / Prêmio Cidade de Manaus) e “Batista” (teatro).

Dramaturgia - Como escritor na área de artes cênicas, coleciona importantes láureas como a tripla classificação no Edital Estadual de Fomento às Artes Cênicas 2008, da Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Prêmio Cláudio Barradas) com os espetáculos “Adoro Theodoro”, “Duelo do Poeta com Sua Alma de Belo” e “Uma Flor Para Linda Flora”, o Prêmio IAP de Edições Culturais Categoria Dramaturgia (2008), o Prêmio IAP de Literatura Categoria Teatro (2004), o Prêmio Funarte de Dramaturgia por três anos consecutivos (2003, 2004 e 2005), o Prêmio Funarte Petrobras de Fomento ao Teatro (2005), o Prêmio Funarte Petrobras de Circulação Nacional (2006) e o Edital Seleção Brasil em Cena do Centro Cultural Banco do Brasil.

Incluídos no Catálogo da Dramaturgia Brasileira da renomada autora Maria Helena Kühner (iniciativa detentora do Prêmio Shell), seus textos teatrais já ganharam diversas montagens e já foram apresentados em Belém, São Luís, Natal, Recife, Camaçari, Piracicaba, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Suas peças já foram traduzidas para o francês e espanhol. Importantes artistas brasileiros, como Stella Miranda (que interpretou a síndica do humorístico "Toma La, Dá Cá", de Miguel Falabella, exibido na TV Globo), já assinaram direção de suas obras.

Em 2009, foi o autor vencedor da categoria dramaturgia, com o texto “Não Conte com o Numero Um No Reino de Numesmópolis”, do III Concurso Literatura para Todos, promovido pelo Ministério da Educação entre autores do Brasil e da África. É o dramaturgista do projeto Solo de Marajó, que marcou o retorno aos palcos do ator e diretor Cláudio Barros. A montagem do monólogo, inspirado na obra do romancista paraense Dalcídio Jurandir, contou com a direção de Alberto Silva Neto.

No cinema, foi agraciado com o Prêmio do Edital Curta Criança do Ministério da Cultura. Também violinista e letrista, Correia é parceiro de importantes nomes da música nortista, como Nilson Chaves e Lucinha Bastos. Gestor e Produtor de Eventos Culturais, formado pela Universidade da Amazônia, já coordenou diversos e bem sucedidos projetos de fomento à leitura na região Norte, como o “Café com Verso e Prosa” e o “Estrada de Letras”. Já foi colaborador, com seus contos, do jornal O Estado do Acre e dos sites BV News (Roraima), Amapá Digital (Amapá), Manaus On Line (Manaus), Madeira On Line (Rondônia) e Timor On Line (Timor Leste).

Serviço
Projeto No Princípio Era o Verbo, do Instituto Cultural Extremo Norte. Convidado especial: Carlos Correia Santos. Nesta quarta, dia 16, às 20h, no Espaço Cultural Bar São José Liberto: Praça Amazonas com Cesário Alvim (antigo Carpe Diem). Entrada franca.

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