23.5.14

Bate papo com Janduari Simões no Museu da UFPA

O convidado desta 5ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, vai falar de sua trajetória, muito rica, construída, em parte, em viagens na Amazônia. Ele também vai falar sobre o processo de criação para a exposição “Cidade Invisível". Na terça, 27, às 19h, com Mediação de Marisa Mokarzel, no Museu da UFPa.

Não tenho a menor dúvida de que o papo vai render e muito. Janduarí nasceu em 1949, em Itabuna, no interior da Bahia, e chegou a Belém em 1975, querendo viver a vida. Naquela época tinha uma câmera Pentax SP a tiracolo, era fotógrafo autodidata e aprendia muito do que sabe hoje devorando livros e revistas de fotografia. Entre as muitas indas e vindas de sua trajetória, se fixou na cidade, trabalhou para o Museu Paraense Emílio Goeldi e viajou muito pela Amazônia, pelas capitais e pelos interiores.

Em seu trabalho autoral, ele revela o resultado de sua pesquisa sobre a cultura popular brasileira, envolvendo música, dança e atividades presentes com múltiplos desdobramentos culturais. Janduarí constituiu um grande acervo de imagens sobre cultura e o homem da Amazônia, de onde se destacam as produzidas no estado do Pará, que chamaram a atenção de Mariano Klautau Filho, curador do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, e resultou em um convite para ter uma mostra individual nesta edição.

O encontro, nas palavras do fotógrafo “será um relato de experiência, falando sobre o começo de trajetória em Belém, ilustrado com fotos e paginas das publicações nas quais foi veiculado meu trabalho jornalístico, sem muita teoria acadêmica”.

Cidade Invisível - A exposição reúne 50 fotografias. Em uma parte um recorte pontual de sua sensibilidade sobre o espaço urbano e as mutações que ocorrem na arquitetura, com um olhar atento para a estrutura formal das moradias, e as semelhanças que anulam o limite entre centro e periferia. 

Do outro lado, um trabalho muito significativo e tocante: o registro da destruição da quadra que abrigava a Fábrica Palmeira, no final dos anos 70. A destruição marca também o nascimento de uma das maiores cicatrizes urbanas que Belém já produziu e que hoje tem o nome de "Buraco da Palmeira".

“As pessoas preferem ver os desenhos, rótulos, marcas dos antigos catálogos da Palmeira como se fossem bibelôs românticos e com isso poderem suspirar exercitando seu gozo nostálgico, mas não querem enxergar que houve um massacre de uma quadra inteira e que isso está relacionado hoje com o poder das construtoras e incorporadoras que continuam destruindo a cidade diante de gestões e institutos de patrimônio subservientes. As fotografias de Janduari vão muito além disso, e recolocam nesse contexto a invisibilidade de uma cidade, uma cidade que a gente não quer ver ou não consegue mais ver”, diz Mariano.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará. Patrocínio: Shopping Pátio Belém e Vale. Apoio institucional: Casa das Onze Janelas - Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA -, Sol Informática, Instituto de Artes do Pará (IAP) e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA).

Serviço
Palestra com Janduari Simões. No Museu da UFPA, na próxima terça-feira, 27, às 19h - Av. Governador José Malcher (esquina com Generalíssimo Deodoro). Informações:  (91) 3355-0002; 8367-2468; premiodiario@gmail.com e http://www.diariocontemporaneo.com.br.

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