13.4.16

Meu Amigo Hindu entra em cartaz no Cine Estação

“O que você vai assistir é uma história que aconteceu comigo e a conto da melhor forma que eu sei, que é fazendo um filme, em que não necessariamente é tudo real”.  É com esta declaração que o cineasta Hector Babenco nos apresenta seu novo filme: “Meu Amigo Hindu”, que estreia hoje (13), às 18h e 20h30 no Cine Estação das Docas. O filme marca a volta do cineasta aos sets de filmagens após um hiato de oito anos e fica em cartaz até o final do mês de abril.

O longa narra a saga de Diego (Willem Dafoe), um bem-sucedido diretor de cinema que, ao se ver diante de uma doença grave, enfrenta o medo da morte. Desse modo, casa-se com sua mulher de muitos anos, despede-se de seus amigos e entra numa rotina de longas jornadas num hospital. Lidando com a dor e conversando com a morte, conhece um menino hindu, que se torna seu mais novo amigo. Certo dia, ele conhece uma nova mulher...

Segundo o psicanalista e escritor, Sérgio Telles, “a ousadia de Babenco está em utilizar no filme fatos conhecidos sobre sua pessoa, numa propositada confusão entre vida e arte, personagem e autor. Babenco demole a casa de sua vida e usa os tijolos para construir outra casa: a do filme”.

Aliado a um elenco e uma equipe de ponta, a história de “Meu Amigo Hindu” transcende o rótulo de autobiografia e se torna uma rica fabulação sobre a vida e a paixão pelo cinema. Filmes que marcaram o imaginário cinéfilo de Hector Babenco pontuam o história por meio de referências e homenagens, como “O Sétimo Selo”, de Ingmar Bergman (o personagem de Willem Dafoe joga xadrez com Selton Mello) e aos musicais “Cantando na Chuva” e “Top Hat”  (Bárbara Paz dançando como Gene Kelly e Dafoe cantando “Cheek to Cheek”).

O fato mais revelador da história é que Diego, para não morrer, negocia com a morte sob a condição de que não seja ele o escolhido, para que ainda possa fazer um próximo filme. Neste pacto, a morte se revela como afirmação da vida e o amor ao próprio cinema. “Achei o roteiro belíssimo. A história de um homem que driblou a morte. Fui na dele porque eu confio em Babenco. Servi a um diretor que admiro muito”, declara Selton Mello, que vive a morte (O Homem Comum), no longa.

Babenco - Em 1975, Hector Babenco dirigiu seu primeiro longa de ficção: “O Rei da Noite”, com Paulo José e Marília Pêra. Em seguida, mergulhou no universo do lendário “Lúcio Flávio – o passageiro da agonia”, que levou mais de cinco milhões de pessoas aos cinemas. Em 1980, o filme “Pixote, A Lei do Mais Fraco”, chocou e comoveu o mundo com a interpretação de Fernando Ramos da Silva (então com 10 anos) como um garoto abandonado no mundo do crime.

Com “O Beijo da Mulher Aranha” (1984), o diretor faz sua primeira incursão no cinema internacional e recebe quatro indicações ao Oscar: diretor, filme, roteiro adaptado e melhor ator para William Hurt, que levou a estatueta. “Ironweed”, lançado em 1986, rendeu grandes interpretações de Jack Nicholson e Meryl Streep e “Brincando nos Campos do Senhor” (1990), desbravou o coração do Brasil para contar a loucura de um casal de evangélicos (Aidan Quinn e Katty Bates), que adentra a selva amazônica com a missão de catequizar os índios. Depois de superar um câncer linfático, Babenco continuou escrevendo e dirigindo filmes, como “Coração Iluminado” (1998), “Carandiru” (2003), com um público de mais de 4 milhões de espectadores; e “O Passado”, com Gael García Bernal, lançado em 2007.

Selecionado para abrir a última edição da Mostra internacional de Cinema de São Paulo, “Meu Amigo Hindu” marca a parceria de Babenco com o ator Willen Dafoe. 

“Há pessoas com quem a gente se identifica e quer dizer ‘este cara sou eu’. Mas há outros personagens que desafiam o ‘sou eu’. Acho que os dois tipos de papel são lindamente interessantes e de alguma forma nos elevam. É sempre interessante ir para um lugar além”, declarou o ator durante o lançamento de “Meu Amigo Hindu” no Brasil. 

Dafoe deixou sua marca em diversos personagens no cinema: o sargento Elias de “Platoon”, de Oliver Stone; Jesus em “A Última Tentação de Cristo”, de Martin Scorsese; e o perturbado terapeuta de “Anticristo”, de Lars von Trier. 

“Meu Amigo Hindu”( 124 min. Cor. 14 anos) ainda conta com as participações de Ary Fontoura, Dalton Vigh, Dan Stulbach, Guilherme Weber, Maitê Proença, Reynaldo Gianecchini e Selton Mello. Direção: Hector Babenco. Veja o Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Lf9u3rs1RXc

Datas e horários

13 (quarta), às 18h e 20h30
14 (quinta), às 18h e 20h30
17 (domingo), às 10h, 16h, 18h e 20h30
18 (segunda-feira), às 18h e 20h30
19 (terça-feira), às 18h e 20h30
21 (quinta-feira), às 18h e 20h30
22 (sexta-feira), às 18h e 20h30
24 (domingo), às 10h, 16h, 18h e 20h30
27 (quarta), às 18h e 20h30
29 (sexta-feira), às 18h e 20h30

Serviço
Ingressos: R$ 12, 00 (com meia para estudantes). Cine Estação das Docas - Teatro Maria Sylvia Nunes - Estação das Docas  - Boulevard Castilho França, s/n. Realização: Governo do Estado, Secult e Os Pará 2000.

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