A musicalidade indígena chega ao Pará nesta semana com a 22ª edição do projeto Sonora Brasil, do Sesc. Com o tema “A música dos povos originários do Brasil”, o grupo indígena “Wiyae” se apresenta nesta semana, 5, no Sesc em Castanhal, e dia 06 no Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso, em Belém sempre às 19h, com entrada é franca.
Este é o maior projeto de circulação musical do país. Já alcançou 750 mil pessoas, com 6.098 concertos, de 85 grupos, em mais de 150 cidades brasileiras. Ao todo, 431 músicos já se apresentaram no circuito, que a cada biênio aborda duas temáticas diferentes e promove a circulação dos artistas por todas as regiões brasileiras. Em 2019/2020 os temas apresentados serão “A Música dos Povos Originários do Brasil”, nesta semana em Belém e Castanhal, e “Líricas Femininas - A presença da mulher na música brasileira”.
A música é um dos elementos mais ricos da cultura e arte indígena e uma porta de entrada privilegiada a um universo tão diversificado ainda desconhecido. Com cantos, danças e instrumentos de cordas, sopro e percussão, três circuitos trazem grupos tradicionais, apresentando suas tradições culturais e cotidiano das aldeias.
O circuito Wiyae apresentará um repertório de arranjos elaborados com utilização de instrumentos musicais não indígenas e o trabalho composicional e artístico de uma indígena da atualidade, mostrando as novas perspectivas sobre identidade cultural desses povos.
O grupo Wiyae, que significa canto na língua Tikuna, foi criado especialmente para o projeto Sonora Brasil. É formado por Djuena Tikuna, nascida em Umariaçu, nas “fronteiras” do Brasil, Peru e Colômbia, Djuena —“a onça que pula no rio”— canta a cultura do seu povo, mantendo viva a sua história; Magda Pucci, que é cantora, arranjadora, compositora, educadora musical e pesquisadora das músicas de vários povos há 23 anos. Ela é também diretora musical do Mawaca, grupo de São Paulo que recria músicas de diferentes tradições do mundo.
Também fazem parte do grupo, Diego Janatã, artista maranhense que tem viajado por diversas comunidades indígenas, por todo o Brasil, pesquisando e registrando a musicalidade dos povos das florestas e também o som dos tambores das comunidades quilombolas e tradicionais do Maranhão e de outras partes da Amazônia, e Gabriel Levy, que é arranjador, compositor, educador e produtor musical.
Gabriel é acordeonista do Mawaca e já atuou em shows e álbuns ao lado de importantes artistas brasileiros dos mais diferentes estilos. No repertório, além de músicas do povo Tikuna, estão composições próprias e músicas de outros povos indígenas recolhidos em pesquisas, que serão apresentadas a partir de recriações e arranjos artísticos. O projeto continuará a circular no Pará nos meses de outubro e novembro.
Sobre o Sonora Brasil
Uma curadoria formada por profissionais do Sesc de todo o país é responsável pela escolha dos temas e grupos que integram a programação do Sonora Brasil. O tema “A Música dos Povos Originários do Brasil” será apresentado por meio de quatro circuitos, com dois grupos diferentes em cada, mostrando um pouco da diversidade musical e estética dos povos indígenas.
Os circuitos são compostos pelos grupos tradicionais: Teko Guarani, do povo Mbyá-Guarani (RS) e Nóg gã, Kaingang (RS); Dzubucuá, do povo Kariri-Xocó (AL) e Memória Fulni-ô, Fulni-ô (PE); Opok Pyhokop, do povo Karitiana (RO) e Wagôh Pakob, do Paiter Surui (RO); e pelo grupo Wiyae que reúne os trabalhos da artista indígena Djuena Tikuna (AM) e da cantora e pesquisadora Magda Pucci (SP) do grupo Mawaca.
“Há 22 anos, o Sonora Brasil desperta o interesse do público para expressões musicais identificadas com a história da música brasileira, apresentando grupos que estão fora dos grandes centros culturais. Durante dois anos os artistas se revezam pelo país, percorrendo todas as regiões, em extensa programação cultural”, explica Gilberto Figueiredo, analista de cultura do Departamento Nacional do Sesc.
Até o fim de 2019, os 63 artistas dos dois temas farão 350 apresentações, em 97 cidades. O tema “Líricas Femininas” circulará pelas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste enquanto o tema “A Música dos Povos Originários do Brasil” seguirá pelas regiões Norte e Nordeste. No ano seguinte os grupos invertem as regiões fazendo com que todos circulem por todo o país.
“O Sonora privilegia temas que mantenham as raízes da música brasileira e que não tenham uma abordagem recorrente na mídia. Este ano estamos indo além, reforçando a importância do olhar diferenciado para a música feminina e indígena”, conclui Gilberto.
Serviço
Sonora Brasil - A Música dos Povos Originários do Brasil - Grupo Wiyae.
Castanhal
Dia:05/09/2019
Hora: 19h
Local: Sesc em Castanhal (Av. Barão do Rio Barão, 10 – Nova Olinda)
Belém
Dia: 06/09/2019
Hora: 19h
Local: Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso (Boulevard Castilho França, 522/523)
Nenhum comentário:
Postar um comentário