28.8.21

Mosaico Amazônico reúne contos de Paulo Ferreira

Repórter, redator e editor de jornais e revistas, Paulo Roberto Ferreira sempre andou pela Amazônia, ouvindo histórias reais de pessoas que sofrem sem perder a esperança. Em sua trajetória, ele foi atuante no Bandeira 3 e Resistência, jornais independentes que registraram muitas das tragédias que permanecem atuais em nossa região. 

“Os contos desse novo livro foram escritos a partir das minhas vivências, aqui na nossa região, a Amazônia. Histórias que eu ouvi ou foram inspiradas em pessoas que me despertaram grande fascínio. Mas algumas personagens cruzaram mesmo o meu caminho de repórter”, diz Paulo Roberto, em entrevista ao Holofote Virtual. 

Ilustrados por artistas como João Bosco, Norberto Ferreira, Walter Pinto, Paulo Emmanuel e Félix Paixão, seguem, na linha da ficção, temas já presentes na obra de Paulo Roberto, que já lançou também, “A censura no Pará – A mordaça a partir de 1964”, “Encurralados na ponte: o massacre dos garimpeiros de Serra Pelada” e “O Apagador de Floresta”.

Paulo explica que alguns contos já estavam esperando a hora para sair da gaveta.  “Foram iniciados há mais de 20 anos, mas ficaram aguardando uns retoques e foram lapidados lentamente, outros foram escritos  no silêncio da quarentena do coronavírus”. O autor diz que em algumas situações o cenário amazônico também foi determinante para despertar seu interesse, antes mesmo das personagens. “O conto ‘Medo de sonhar’, por exemplo, foi um desafio que me impus: escrever sobre o mundo das águas e seus labirintos”, complementa. 

Os livros de Paulo Ferreira estão à venda na Paka-Tatu e na Fox. O “Mosaico Amazônico” teve lançamento virtual, mas agora em setembro também vai ganhar um lançamento presencial, promovido pela Casa das Artes, da Fundação Cultural do Pará. “A pandemia limitou o contato do autor com o público, mas espero que gradativamente (e com todos os cuidados necessários) a gente possa ir voltando a ter contato direto com as pessoas”, conclui ele, que observa com atenção o movimento literário paraense.

“Sempre tivemos uma boa produção literária sobre a Amazônia, mas ainda pouco conhecida ou divulgada, quando comparamos com outras regiões do País. Mas atualmente existem mais pessoas e editoras apostando na produção dos escritores da região, como é o caso da Paka-Tatu, a Pará.Grafo, a Valer, a Empíreo e outras”, continua. 

O autor também comemora que hoje em dia os temas amazônicos já não causam tanto estranhamento na mídia especializada em literatura, como já foi mais preocupante. “Um bom exemplo é o caso do romance ‘Maria Altamira’, da Maria José Silveira, que é goiana, morou em Brasília e São Paulo e estudou no Peru. O livro, que tem cenários e personagens imbricados na barragem de Belo Monte, ganhou um bom destaque na mídia e nas redes sociais”, conclui.

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