9.10.23

Curta apresenta a trajetória de Manoel Cordeiro

O guitarrista Manoel Cordeiro
Foto: Divulgação/Frame 
Luz do Mundo introduz o público à biografia de um dos mais  importantes nomes da música paraense. O lançamento é nesta terça, 10, às 18h, na sala Vicente Salles, Memorial dos Povos/Fumbel.

Para entender o músico, compositor, produtor, arranjador e mestre da guitarra Manoel Cordeiro, é  preciso antes saber de onde ele vem, pois é esse o universo que ele traduz na música que faz e produz. 

Manoel Cordeiro comove quando lembra de suas origens. Ele conta que foi diretamente influenciado na música e na vida, pelas águas do arquipélago do Marajó, onde nasceu em 1955, mas exatamente no município de Ponta de Pedras. Ainda criança foi morar em Macapá (AP), onde mais uma vez se deparou com as águas doces, desta vez do rio Amazonas e, por fim, Belém, que é quase uma ilha. 

Toda essa água também se transformou em lágrimas de gratidão, quando em 2020 após contrair Covid-19, ele sobreviveu em uma enfermaria onde os outros 10 pacientes não tiveram a mesma sorte. Foram muitas as rezas e manifestação em apoio a sua vida, espalhadas pelas redes sociais. Ao invés de sair fragilizado da situação da Covid, Manoel voltou mais forte e com mais vontade de fazer brilhar a sua “Luz do Mundo”. 

O agradecimento, após sua recuperação da Covid

Esta foi a primeira música que ele tocou após sua recuperação, cantada pela Dra. Nayara Guedes, médica que cuidou dele no hospital, hoje sua grande amiga e que sempre é convidada a cantar a música com ele no palco, como no “Baile do Papai”, um show realizado em outubro do ano passado no Teatro do Sesi, que contou ainda com participações do filho Felipe Cordeiro e da cantora Layse. O início da apresentação é registrado no filme.

“Luz do mundo se tornou um hino paraense”, diz Felipe Cordeiro, que viu o pai compor a música quando ainda era criança. Composta junto com Ronery, para a banda Warilou, produzida por Manoel, gravada na voz de Breno Viana. Além dele, o filme traz depoimento do cantor Eloi Iglesias, que lembra do fenômeno da música Pecado de Adão, que ganhou apoio e produção musical de Manoel Cordeiro. Eram os anos 1980, momento logo após a Ditadura Militar no Brasil. 

Também estão no filme, a esposa de Manoel, Marly Sanches, numa cena de fé, durante as festividades do Círio; Dona Onete, cuja música Boi Guitarreiro rende homenagem a Manoel Cordeiro; e Pinduca, que enfatiza em seu depoimento foi graças a Manoel que ele foi parar no Garmmy Latino.

Produtor, compositor e maestro

O guitarrista com Eloi Iglesias

Manoel Cordeiro é multi-instrumentista, compositor e arranjador, sendo considerado um dos ícones da música amazônida, com uma obra que reúne ritmos da cultura regional tendo como instrumento principal, a guitarra. Autodidata, filho de mãe marajoara e cavaquinista, ele cedo se encantou pela música e aos 12 já ingressou em bandas de baile, na primeira metade dos anos 1970. 

O filme apresenta Manoel Cordeiro, como um dos maiores produtores musicais do Pará, maestro, guitarrista, compositor e parceiro de tantos outros cantores e compositores do cenário nacional nortista. Já são mais de 1.000 discos em que ele colaborou seja  como compositor, arranjador ou produtor. 

Autor, produtor ou arranjador de alguns dos mais famosos bregas da história da música paraense,  numa época em que se enfrentava grande preconceito ao ritmo, na cena musical brasileira. Hoje, é patrimônio cultural do Pará e vem sendo cada vez mais cultuado pelas novas gerações.

E é também reconhecido como um produtor com vasta experiência em sons latinos como zouk, merengue e cumbia. Além da mãe, cavaquinhista, seu avô era maestro no Ceará. É considerado uma das lendas vivas da música brasileira e um fiel escudeiro da sonoridade regional amazônica. 

Felipe Cordeiro, filho e parceiro musical

Entre 1976 a 1986, enquanto ganhava a vida trabalhando no Banco do Brasil para ajudar a criar seus irmãos e irmãs, ele retornou também aos estúdios, e na época recebeu um convite de Alípio Martins, para montar uma banda base que iria acompanhar vários artistas. Foram anos de muito trabalho, mas a carreira autoral seria recuperada no final da década de 2000.

Foi nesta época que deu início a parceria com o filho Felipe Cordeiro, também músico-compositor, voltando aos palcos. Esse retorno trouxe como resultado o primeiro disco solo, “Sonora Amazônia”, que faz um apanhado da carreira do artista em uma viagem instrumental, focando nas vertentes musicais dançantes da Amazônia, como a lambada, cúmbia e carimbó.

O blog teve acesso ao curta metragem. Assistam. Luz do Mundo deixa um gostinho de quero mais, afinal, uma trajetória como a de Manoel Cordeiro está longe de caber em menos de 22 minutos. A direção de fotografia, roteiro e direção são de Cícero Pedrosa Neto e San Marcelo, que também fez a montagem final do filme.

O filme contou com recursos de emenda parlamentar, do então deputado federal, hoje prefeito de Belem, Edmilson Rodrigues, e realização da Fadesp, Pro-Reitoria de Extensão da UFPA, Escola de Música da UFPA e Ministério da Educação, Governo Federal do Brasil. Apoio da Prefeitura de Belém, por meio da FUMBEL - Fundação Cultural de Belém.

Ficha Técnica

Produção 

Escaleta Produções 

87 Film 

Sapucaia Filmes 

Apresentando 

Manoel Cordeiro 

Elenco 

Felipe Cordeiro 

Layse 

Eloi Iglesias 

Dona Onete 

Pinduca 

Dra. Nayara Guedes 

Produção Executiva 

Cecília Nascimento 

Direção De Produção 

Marli Sanches 

Produção 

Andressa Soeiro 

Maria De Lourdes Nascimento  

Câmera (Círio) 

Felipe Negídio 

Montador e Finalizador

San Marcelo 

Drone 

Cicero Pedrosa Neto  

Direção de Fotografia, Roteiro e Direção 

Cicero Pedrosa Neto e San Marcelo

Serviço

Lançamento do documentário curta metragem “Luz do Mundo”, sobre a trajetória de Manoel Cordeiro. Exibição única nesta terça-feira, às 18h, na Sala Vicente Salles, no Memorial do Povos – Av. Governador do José Malcher, com a Tv Dr. Moraes (ao lado do Palacete Bolonha). Entrada gratuita, sujeita à lotação.

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