11.10.21

Combú Reggae Fusion realiza edição inovadora

Este ano, pela primeira vez, o evento será mostrado em plataformas digitais trazendo como tema o “Eco Futurista Ancestral”, que discute as transformações na música, moda, teatro, artesanato, fotografia e grafite, além da culinária de raízes indígenas e caboclas do sagrado feminino. A programação começas às 11h, no espaço Flor do Combú, e segue segue por todo o dia.

A primeira edição do Combú Reggae Fusion pretende contribuir de forma decisiva para o crescimento da produção local através de micro e pequenos empreendedores e da formação de associações e cooperativas que impulsionam o trabalho de divulgação da produção local. A realização é da Clan Destino Produções, que reuniu um coletivo de artistas de diversas partes da região metropolitana de Belém para trabalhar o entretenimento com reponsabilidade social.

O evento conta com diversas parcerias. O @nossomundonatural, com Roberto Porto, professor, artista paraense e biólogo, promove a troca de experiência com o público, exercitando o pensamento crítico em relação ao destino correto do lixo e como as pessoas devem pensar o verde nas águas do Pará com o personagem “Árvore Ruana”. Já a parceria da Stan Up Paddle Superação oferece o esporte para a orla do Combú e os convidados vão poder, se quiserem, remar em cima das pranchas às margens do rio Guamá.  

O DJ e musicista Alan Selekta abre o evento com reggae no Vinil. Em seguida a programação conta com a presença do DJ VP Roots trazendo o melhor do reggae roots e ainda a apresentação acústica de Kataryna Avila, tocando as escolhidas da brega paraense. Já a noite tem Dj Elektra _ a Dj mais eclética do Pará vai agitar com muito funk, rap e reggae, a programação segue com a participação de atores na festa, representando a alegria e o meio ambiente. 

Parcerias, exposição e meio ambiente

Durante a programação do evento, além da parceria dos dançarinos da dança de salão Eduardo Murvin, o público pode conferir a exposição de artesanato em biojoia, arte desenvolvida pela artesã Izabely Nascimento via @pororoca_amuletos. Estão na mostra, a artesã Surya Chandra que trabalha a ecobiojoias- macramê e as fragrâncias das ervas naturais Cheiro do mato. 

A fotografia de Mateus Linhares que mostra o regional, urbano e cotidiano paraense. Já Isabela Paixão chega na parceria da grafitagem mostrando ao vivo durante o evento, como se faz um grafite de responsa.  Ela também expõe os trabalhos em prints e pinturas que podem virar tatuagem e faz do biólogo Roberto Porto, o modelo para exercitar seu “Body Paint”, que é a Pintura corporal, uma das formas de pintura onde os corpos são pintados com tinturas extraídas de plantas ou de outros meios. E Luiziana Matos leva o sabor da Amazônia em chocolate com os bombons @abracadabra_docesdalu, tendo como inspiração a Amazônia. A atriz Ronalda Salgado completa o time interpretando a cigana Samambaia que durante esta segunda-feira, vai trazer energias positivas aos convidados. 

O evento vai contar com a cozinha experiente e os drinks do restaurante Flor do Combú, luzes e fitas vão deixar o lugar mais zen; o som chega carregado de boas vibrações com som estéreo e nítido da melhor qualidade, tudo isso com o cenário luxuoso da cidade de Belém vista da ilha do Combú.  O Flor do Combú tem bar molhado, banho de piscina natural, chuveiro, redário e uma vista incrível! E ainda o “smoke zone”, área de fumantes ao ar livre. 

Na ocasião, a equipe vai lançar a produtora Clan/ Destino no cenário paraense, que promete agitar com diversos eventos espalhados pelo Pará. Os 100 primeiros convidados que chegarem vão ganhar uma pulseira neon artesanal para brilhar na festa. A produção recomenda entrada a partir de 20 anos. Respeitando os limites da pandemia, o número de convidados será limitado em cada evento, trabalhando o público-alvo, os que realmente gostam do cenário de rio e entretenimento exclusivo. Os ingressos serão limitados a 300 Vips.

Serviço

Combú Reggae Fusion 1ª Edição. Segunda- feira, pós Círio (véspera de feriado) 11 de outubro, a partir das 11h, no Flor do Combú. Ingressos via pix ou cartão de crédito ou débito. Saída de barcos na Praça Princesa Isabel, final da Alcindo Cacela (travessia menos de 5 minutos) / Barcos para travessia – 20 reais - ida e volta compra no guichê - aceita dinheiro ou débito. Informações: 91986226006.

9.10.21

Fafá de Belém celebra o Círio “A nossa fé é feliz!”

Varanda Fluvial
Fotos: Aryanne Almeida

Fafá de Belém celebra o Círio de Nazaré. Há 11 anos, a cantora criou a Varanda de Nazaré, espaço para receber convidados ilustres de todo o Brasil e mostrar a maior festa de fé em torno de Nossa Senhora de Nazaré. Em 2021, a escritora Djamila Ribeiro, o ator Paulo Vieira, a chef Kátia Barbosa, a ex-jogadora de vôlei Virna, a jornalista Glenda Kozlowski, a apresentadora Carol Costa, a presidente do MAM de São Paulo, Elizabeth Machado e Jacira Santana, mãe do ex-BBB, Gil do Vigor estão em Belém para aproveitar a atmosfera de fé que acontece nestes dias de outubro. 

Ontem (8), o Sarau da Varanda foi celebração, momento em que Fafá de Belém se apresenta e se confraterniza com os artistas e o povo paraense. Entre os convidados estavam Aíla, Dona Onete, Arthur Espíndola, Eloy Iglesias, Jef Moraes , Lucinnha Bastos, Sammliz, Joelma Kláudia, Adilson Alcântara e Marco Monteiro. Foram cerca de duas horas de transmissão ao vivo.

Na plateia, entre outros artistas, estava Paulo André Barata,  cujas canções estavam, claro, no repertório. Hoje (9), a anfitriã levou todo mundo num barco para viver a experiência do círio Fluvial. Tudo foi gravado e apresentado pelo Youtube, Neste domingo(10), tem mais. Fafá realiza o Rito de Fé, com apresentação do Coreto do Parque da Residência. Transmissão pelas redes sociais e Youtube da Fafá e da Varanda.  Todos os convidados para a Varanda de Nazaré foram testados previamente e estão com as duas doses da vacina contra a COVID. 

Na tarde de quinta-feira, os convidados foram almoçar no restaurante Rusty, na Ilha das Onças, um dos lugares turísticos mais interessantes de Belém. Ao chegarem no local, foram recebidos por Fafá, que emocionada, fez um belo discurso de boas-vindas. "Nós vivemos aqui, vivemos daqui. Essa é a nossa vida, a nossa cultura. Quando pensei em fazer a Varanda para falar do Círio de Nazaré, minha ideia fundamental era trazer pessoas para entenderem a gente. A nossa fé é feliz, ela agrega", ressaltou. Segundo a cantora, todos estão na procissão, independentemente de qualquer religião: "Mesmo quem não tem religião". 

A preocupação com o futuro da Amazônia também teve forte importância em sua fala: "Conto com vocês para falarem dessa terra. Se nós estivermos juntos, não vamos ver a destruição dessa floresta. Nossos caboclos e ribeirinhos precisam saber da importância deles. Fala-se muito em índio e Amazônia porque dá ibope. Mas ninguém está lá dentro para saber das comunidades indígenas, das comunidades amazônicas e o que é essa Amazônia", enfatizou Fafá. 

Kátia Barbosa, claro, ressalta a culinária do Pará. "Fico bem impressionada. A gente tenta reproduzir no Rio de Janeiro e não é igual. Não adianta! O caranguejo aqui é muito mais especial. O peixe é super fresco, não tem nem cheiro de peixe", brincou a chef. "Não é a minha primeira, nem a segunda vez em Belém. E com certeza, não será a última". 

A cantora Mariana Belém, filha de Fafá, não poderia faltar no grupo: "Não nasci em Belém, mas adoraria ter nascido aqui. Meu primeiro contato com sabores e cheiros foi aqui. Desde sempre, vivo muito a cultura do Pará como se fosse a minha. Fico feliz não só de estar aqui, mas poder mostrar para outras pessoas o que é Belém. Todos os meus amigos que vieram para cá, querem voltar na época do Círio". Para Mariana, não é possível explicar o Círio: "Só conseguimos mostrar o que acontece aqui, quando a pessoa vivencia esses dias". 

À noite, todos foram para o show de Fafá de Belém no Theatro da Paz, um dos locais culturais mais bonitos do Brasil, construído no Século XIX. Para sua volta aos palcos com presença do público, a cantora criou o show "Foi Assim". Na apresentação, com músicas dos compositores paraenses Paulo André e Ruy Barata, Fafá se emocionou, falou de seu começo na carreira e encantou a plateia que a todo o momento cantava junto com ela. Além disso, a cantora homenageou o músico Sebastião Tapajós, ícone da cultura do Pará, que faleceu no último dia 02. 

"Ela é uma força da natureza", exclamou Glenda Koslowski. "Maravilhosa, que voz, que presença! Mulher incrível", se derramou Virna. Djamila Ribeiro, Paulo Vieira e Carol Costa concordaram sobre as impressões do show: "Que apresentação linda! Tocante!". Jacira Santana ficou visivelmente emocionada com o espetáculo. Já Fafá, encerrou o show no clima que dá o tom de Belém do Pará nestes dias: "Feliz Círio! Viva Nossa Senhora de Nazaré!".

A Promessa de Iracema em realidade aumentada

"A Promessa de Iracema" traz imagens em realidade virtual, com ângulos inéditos, para uma verdadeira imersão na história de Iracema, em meio as emoções do Círio de Nazaré. É incrível.

Apertem os cintos. É mais ou menos isso. A gente mergulha no nosso ambiente ribeirinho, cultural, paraense até imergir na grande procissão do Círio de Nazaré. Para  experimentar a realidade aumentada você precisa de óculos especiais, pois o filme foi rodado por meio da tecnologia de realidade virtual, na qual imagem e som são captados em 360o, de modo que o espectador se sente dentro da história. O som é pós-produzido para que o espectador, quando colocar um fone de ouvido, sinta o movimento dos espaços e, por meio de óculos específicos, sinta que está dentro do filme. 

A experiência imersiva é resultado de uma coprodução entre a Casabarco Filmes e a Leão do Norte Produções,dirigido por Larissa Ribeiro e produzido por Rodrigo Antônio, paraenses formados pela Escola Internacional de Cinema e TV de Cuba. E Larissa traz a história de Iracema, uma jovem mãe da comunidade de Piriquitaquara, na ilha do Combu, que ao ver a filha entre a vida e a morte, por conta da picada de um escorpião, pede a intercessão de Nossa Senhora de Nazaré, e no domingo do Círio embarca em uma jornada para cumprir sua promessa.

"Eu queria muito poder contar uma história por meio dessa linguagem. Então temos uma narrativa, a história de Iracema que a gente acompanha, mas em 360 gruas, com uma câmera que já capta o ambiente por completo e grava o som com microfones especiais", continua.

Na pós- produção a equipe segue construindo e ampliando a capacidade de imersão tanto de imagem, com ajuste de cor, quanto de som. "Buscamos colocar as pessoas mais dentro do filme. A sensação de estar ali, você pode escolher pra que lado olhar, o que quer ver...  Tem um ângulo que fizemos na experiência, e deu certo, crianças gostam, alguém sobre no açaizeiro é muito legal ver em 360. Temos uns ângulos inéditos"” continua a documentarista.

O filme já passou nos principais circuitos de festivais do mundo todo: Buenos Aires International Film Festival; Festival Internacional de narrativas de não-ficção; ganhou o prêmio de melhor filme de curta-metragem no The Fine Arts Film Festival na Califórnia; foi exibido no 4º Ecrã Festival de Experimentações Audiovisuais, no Rio de Janeiro.

"A estreia oficial em 2021 é essa e estamos muito felizes e emocionados, porque foram dois anos para fazer chegar esse filme ao público, e mais falando do Círio, com toda a nossa relação afetiva", continuou a diretora."Depois desses dois dias de distribuição gratuita do cardboard pela cidade, durante este Círio, a intenção é que ele fique acessível durante toda a quadra Nazarena , em pontos de distribuição", diz Larissa Ribeiro. 

Para ela, assim como para todo o paraense, o Círio é um momento muito especial. Como realizadora, ele sempre foi uma inspiração na busca de histórias. Mas sempre me perguntei em como levar a experiência do Círio, o sentimento, suas histórias próprias, esse pulsar de sensações que ele é capaz de trazer, mesmo para quem nunca participou e também pra gente que cresceu com o mês de Outubro sendo um momento marcante", reflete a diretora.

A Promessa de Iracema 

https://youtu.be/L-HyljsKPQE

https://youtu.be/KE0wgkCjdLw

7.10.21

Sebastião Tapajós deixa legado, amigos e saudades

Fotos | Tapajazz Belém 2021
Por Sérgio Malcher

No último sábado, 2 de outubro, o violonista Sebastião Tapajós partiu deixando um legado gigantesco, além de muitos amigos que se despediram do músico com inúmeras homenagens e manifestações de carinho pelas redes sociais, além de histórias que ficaram para contar. Hoje (7), algumas delas, o próprio violonista conta no programa Cultura Instrumental, que vai ao ar às 20h, na Rádio Cultura do Pará, logo depois da Voz do Brasil, com produção de Osvaldo Bellarmino Jr. e apresentaçao de Linda Ribeiro. A seguir, depoimentos de Carmen Ribas, Badi Assad, Guilherme Taré e Gilson Peranzzetta, que me ajudaram a falar um pouco das ultimas homenagens prestadas ao Tião.

Nestes quase dois anos de pandemia, mais isolado, por necessidade, mas contra a vontade dele, o violonista festejou os 79 anos de forma virtual, assim como viu sua trajetória ser exibida numa exposição em plataforma digital. "Ele acabou se submetendo às 'coisas da tecnologia’ como ele dizia, por entender o alcance que o mundo digital proporciona a ele, que passou a se conectar com as pessoas da Alemanha, da Inglaterra, de Portugal, Japão, que o reverenciavam cada vez que ele se colocava no mundo virtual", diz Carmen Ribas, produtora que realizou inúmeros shows e projetos com Tapajós.

Em agosto, o músico recebeu homenagens no 2ª Tapajazz Mostra Belém, evento que traz um recorte do festival idealizado em Alter do Chão, Santarém. "Esse festival foi idealizado para homenagea-lo. Ele era e continuará sendo seu patrono. Sempre que pensamos em uma edição, Tião tinha reservado um espaço especial", diz o produtor Guilherme Taré. O show no Teatro Margarida Schivasappa, encerrando o evento no dia 14 de agosto tinha uma outra homenagem, à Santarém, que completou 360 anos, terra onde o músico fincou pés para depois alçar vôo.

No palco, Taré, colocou Sebastião Tapajós tocando com o pianista Gilson Peranzzetta, com Badi Assad  e Armandinho Macedo, marcando um grande reencontro. Além deles, o músico tocou com Ney Conceição, músico que sempre diz que deve a Sebastião ele ter levado a sério a música na cidade dele; com Nilson Chaves, Alfredo Reis, Lenilson Albuquerque entre tantos outros músicos paraenses, incluindo aí toda a Amazônia Jazz Band. 

“Sebastião Tapajós foi um grande mestre não somente do violão brasileiro, mas como da música brasileira no que há de melhor. Eu tive o grande privilégio de conhecê-lo pessoalmente e estar com ele durante o Tapajazz, em Belém em agosto. Um homem de uma simpatia gigante, apesar de todas as dificuldades de saúde que já enfrentava. Sempre com um sorriso no rosto e um olhar matreiro de eterno menino. Bom, agora ele se transformou em mais um anjo para a grande Orquestra Celeste. Evoé e avoe mestre! Com todas as deusas e deuses do panteão”, disse Badi Assad ao blog.

Foram dias realmente emocionantes, registrados no vídeo disponível no canal de Youtube do Tapajazz Mostra Belém.  Todos eles se manifestaram nas redes sociais falando um pouco de seus sentimentos e relação de amizade com Tião. Entre os pontos em comum, a sua generosidade foi uma das qualidades ressaltadas pelos amigos.

“Acho que qualquer pessoa que falar dele, vai falar desse homem generoso, tanto do ponto de vista pessoal, quanto do talento dele, que ele emprestava e com o qual empurrava as pessoas para os palcos, foi isso que ouvi recentemente do (Gilson) Peranzzetta, quando ele esteve no Tapajazz. Ele dizia que foi graças ao empurrão generoso do Sebastião que ele se tornou compositor, solista, concertista e um dos maiores pianistas do Brasil. Gilson dá o crédito por isso ao Tião”, continua Carmen Ribas, com detalhes do próprio Peranzzetta, a seguir.

"Lembro que  ensaiamos pra fazer um show, montamos repertório e rumamos para Belém. Eu havia saído de um trabalho de 10 anos com Ivan Lins, no qual eu arranjava mas não era solista. E em Belém fizemos três músicas, mas de repente eu vejo o Sebastião pegando o violão e saindo do palco. Perguntei para onde ele estava indo e ele me disse que  ‘agora é tua vez’. Eu disse, mas eu não ensaiei nenhum número solo. Ele me respondeu ‘te vira’.  E eu tive que fazer um número solo de piano, devo isso a ele, que agora tá na orquestra lá do céu e lá, vão ter lá que mudar aquele suingue e vão ter que estudar muito pra tocar as músicas do Tião”, finalizou. 

Observador, o músico costumava dizer que todo mundo ganhava um dom de Deus e que era preciso aproveitar as oportunidades. “Ele dizia que Deus dá o dom, e que se a pessoa não pega a oportunidade, certamente esse Dom iria para outra pessoa, então ele sempre aconselhava ‘pega o talento que Deus tá te dando, pega as oportunidades que Deus está te dando’. Tião teve oportunidades que pegou pra ele e viveu intensamente, quantas vezes foi ovacionado no exterior, em teatros do mundo”, conta a produtora Carmen Ribas.

Os últimos projetos com ele foram apoiados pela Lei Aldir Blanc. Em junho, a exposição virtual sobre sua trajetória e, além da participação no Tapajazz - Mostra Belém,  em agosto, foi o músico do projeto “Concertos para Juventude”, exibido com transmissão online, no Teatro do SESI.  

“Eu me sinto grata por tudo que aprendi ao lado dele durante todo esse tempo, e fiquei feliz por ter conseguido, mesmo nesses tempos de pandemia, ter estado ao lado dele produzindo. E ele me estimulava muito. Todos os dias eu acordava com mensagem de bom dia e uma pergunta: ‘o que vamos aprontar hoje?’. E a gente sempre estava aprontando alguma coisa”, comenta.

Músico tinha agenda até 2022

A 8a edição do Tapajazz em Alter do chão, já contava com participação do músico, em novembro deste ano, e outro show já estava previsto para dezembro, em Belém. Havia algumas agendas já traçadas até 2022, quando ele completaria 80 anos. 

“Era tempo de celebrar os 80 anos que estavam chegando, e ele próprio já sentia as limitações do Parkinson e da idade, e ai queria aproveitar cada segundo, estar em atividade permanente, não largava aquele violão pra nada, acordava agarrando ele e dormia praticamente com ele também”, lembra Ribas. 

Sebastião vai deixar saudades, mas também fez uma escola. Há inúmeros trabalhos de jovens violonistas inspirados na obra desse seu violão único. Natural de Alenquer, na região Oeste do Estado, ele ganhou notoriedade, sendo reconhecido por sua singularidade e virtuosismo ao violão. O músico transcendeu a barreira do regionalismo em suas composições, e será sempre considerado um compositor não apenas paraense, mas também brasileiro e universal.

Sebastião começou a estudar música com seu pai, ainda na infância. Em 1964 ingressou no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, depois mudou-se para Espanha. Nesses dois países estudou com o mestre compositor e violonista Emilio Pujol. O violonista já lançou mais de 50 discos e é consagrado no Brasil e no exterior.

Na lista dos discos imperdíveis, há inúmeros álbuns, como o primeiro, Apresentando Sebastião Tapajós e seu Conjunto (1963); Xingu (1979), Amazônia brasileira (1997), gravado com Nilson Chaves; Da minha terra (1998), com Jane Duboc, cantora nascida em Belém (PA), e ainda Solos da Amazônia (2000), Valsas e choros do Pará (2002) e Suíte das Amazonas (2011), gravado com Ney Conceição e Trio Manari. Antes de partir, Sebastião Tapajós ainda teve tempo de gravar um novo disco, com produção de José Maria Bezerra e que em breve deve ser lançado. Inéditas do mestre, valsas, vamos aguardar. Até mais, Sebastião.

Para ouvir o Cultura Instrumental, pela web:

http://www.portalcultura.com.br/playerhtml/index2.html

Para ver o show de Sabstião no Tapajazz Mostra Belém 2021:

https://www.youtube.com/watch?v=bINhfHqT5M8&t=7s

Tem Festival Lambateria pelo Youtube e no SESI

Contando com sete atrações e condução de Félix Robatto, o Lambateria In Concert mantém a tradição de ser realizado na sexta que antecede o Círio, 08 de outubro de 2021, e desta vez terá como palco o Teatro do SESI. O espetáculo começa às 20 horas com transmissão pelo Youtube do Sesi e da Lambateria.

É bom, porem, dizer que quando a bilheteria abriu para a retirada dos ingressos para conferir o show presencialmente no teatro, os 300 lugares disponibilizados ao público esgotaram em menos de duas horas. Quem não conseguiu poderá conferir o espetáculo pelo Youtube do Teatro do SESI.

“Depois de um Festival online com 8 horas de transmissão ano passado, nós queríamos retomar o contato com o público, que nos acompanhou nas lives durante a pandemia, mas achamos que ainda não é o momento de reunir centenas de pessoas. Assim decidimos trocar os vários shows por um espetáculo que passeia pela diversidade musical dos bailes dançantes paraenses que tocam na Lambateria e vamos realizar um sonho antigo que é apresentar a Lambateria no Círio no Teatro e o SESI, sempre parceiro, abriu suas portas”, explica Félix Robatto, criador da Lambateria e artista que irá conduzir o evento, que será animado por muita latinidade, Guitarrada, Lambada, Brega, Tecnobrega e Carimbó.

Bela

Seguindo a tradição de ser uma grande vitrine da música paraense, o Lambateria In Concert vai trazer nomes que estiveram na ativa durante a pandemia, produzindo e lançando trabalhos novos. Sete artistas participam do espetáculo: Félix Robatto, que será o mestre de cerimônia da festa, Bruno Benitez e Bella, representando a latinidade, Lucyan Costa representando a nova geração do Brega, que recentemente foi declarado Patrimônio Cultural e Imaterial do Pará, Marcos Maderito, da Gang do Eletro, apresentando seu Tecnobrega, e duas atrações da nova geração: o guitarrista Gabriel Pompeu e o lançamento da banda infantil Tapiokids.

“Como este ano teremos um espetáculo no teatro, mais cedo, vamos trazer uma turminha mais jovem para o palco, uma vontade antiga. Nós acreditamos que o que mantém viva nossa cultura é a renovação do público, é conversar com diferentes gerações e é o que faremos este ano. 

Estamos super felizes de receber o guitarrista Gabriel Pompeu, que com 11 anos já é muito conhecido por seu virtuosismo na guitarra e que pela idade nunca pudemos chamar pra Lambateria. Também vamos ter o prazer de lançar uma banda infantil que tem um repertório de música paraense: a Tapiokids, formada por sete crianças que cantam e tocam instrumentos. Vai ser um espetáculo bem bacana, conversando e conectando diferentes gerações da nossa música”, explica Sonia Ferro, produtora da Lambateria.

O Lambateria In Concert foi o encontro do Festival Lambateria com o In Concert, projeto do Teatro do SESI, que vai proporcionar ao público que curte a música paraense, uma programação especial para a sexta que antecede o Círio com a opção de acompanhar presencialmente ou pela internet. 

“Durante a pandemia adaptamos as nossas programações e daí nasceram os espetáculos 'In Concert'. Unir esse projeto à Lambateria é uma forma de reforçar a valorização dos nossos artistas locais e dar a oportunidade para revelar novos talentos. Temos certeza que será uma programação imperdível!”, explica Ana Cláudia Moraes, gerente do Teatro do SESI.

Lucyan Costa

A Lambateria, criada.  em junho de 2016, é uma festa de música paraense realizada toda quinta-feira, em Belém, se firmou como programação cultural da cidade. Pelo palco, já passaram grandes artistas que representam a música paraense como Lia Sophia, Dona Onete, Felipe Cordeiro, Pinduca, Gang do Eletro, Strobo, Lucas Estrela, Mestre Solano, Aíla, Orquestra Pau e Cordista de Carimbó, Nazaré Pereira, entre outrosl. Entre as atrações nacionais estão Orquestra Contemporânea de Olinda (PE), Flávio Renegado (BH) e Figueroas (AL). 

Idealizada pelo guitarrista e produtor musical Félix Robatto, a festa tem relação com seu trabalho de pesquisa sobre a música latino-amazônica. “Eu já realizava uma festa semanal de música paraense, mas queria fazer algo mais completo, que pudesse reviver os climas dos bailes dançantes do Estado. Foi assim que surgiu a Lambateria”, relembra o músico.

Em março de 2020 por conta da pandemia, tudo parou. Este ano, a retomada aos palcos ocorreu com uma temporada no Espaço Cultural Apoena. Então pega a dica: vai ter festa toda quinta-feira desse mês de outubro.  Nesta temporada, Félix Robatto e DJ Rebarbada estarão no comando das quintas, que também contará com a presença de convidados.

Autoral e clássicos 

Maderito

Mais do que um show, a Lambateria no Círio é um momento de confraternização, quando encontramos amigos e parentes para curtir juntos nossa cultura, por isso, tão importante quanto conhecer as novidades da cena, é relembrar clássicos que mexem com nossa memória afetiva. O Lambateria In Concert está sendo preparado para divertir e emocionar.

“Além de música autoral, dos trabalhos lançados durante a pandemia, os artistas vão apresentar clássicos da música paraense. Depois de um ano e meio mantendo contato somente pelas lives, a gente quer reencontrar nosso público, olhar no olho, cantar junto. Esse espetáculo é para matar saudade, para levar alegria e extravasar depois de tudo que passamos”, conta Félix, relembrando os momentos difíceis proporcionados pela pandemia.

Este ano, a Lambateria vai fazer uma homenagem ao fotógrafo paraense Thiago Araújo, falecido em 2015 aos 28 anos. Durante o espetáculo, serão exibidas fotos de Thiago, que tinha um grande trabalho de registro da cultura paraense. Algumas das fotos estão no livro “Asas de Menino”, que traz textos de Ismael Machado e curadoria fotográfica de Marcelo Lelis, e que estará à venda.

“Este livro traz imagens lindas de Belém, da cidade, do povo, da cultura, do Círio e é um ótimo presente pra essa época do ano. Por isso, resolvemos fazer essa homenagem pro Thiago e retomar a venda do livro que terá a venda totalmente revertida para a família Araújo”, conta Sonia.

Com a vacinação caminhando e muita cautela, aos poucos nossa vida está voltando à rotina que tínhamos antes da pandemia. O Lambateria In Concert vai contar com público presente correspondendo a 75% da capacidade do teatro e o acesso será permitido somente para quem tomou ao menos a primeira dose da vacina contra a Covid-19, já que será cobrada a apresentação do cartão de vacinação no acesso ao teatro. Além disso, serão seguidas as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), como o uso obrigatório de máscara nas dependências do teatro.

Serviço

Lambateria In Concert com Félix Robatto, Bruno Benitez, Bella, Gabriel Pompeu, Lucyan Costa, Marcos Maderito e Tapiokids. Nesta sexta, 8, a partir das 20h, no Teatro do SESI (ingressos esgotados) e pelo Youtube Teatro do SESI e Lambateria. 

Realização: Teatro do SESI e Lambada Produções

Apoio: Laboratório Beneficente de Belém e Marquei

Circuito de homenagem aos Originais de Peixe-boi

Foto: Ana Ribeiro

Idealizado pelo banjista Gabiru Cigano (Gabriel Pinheiro) e pelo Mestre de carimbó Ronaldo Curuperé, com participação da maraqueira Maristela de Corrêa e do saxofonista Luan Monteiro, o projeto homenageia Os Originais de Peixe-boi, no circuito que começa hoje (7)  passando por diferentes espaços culturais do município de Belém e da Ilha de Mosqueiro.

A ideia é reproduzir neste circuito, o célebre disco de estreia do grupo, "Os Originais de Peixe-boi - O Badalado Conjunto de Carimbó", de 1977. E junto a isso, vem toda uma história, dessas que vale a pena e são, na verdade, obrigatórias, que sejam revisitadas. 

Com notável harmonia rítmica de instrumentos naturais, o grupo “Os Originais de Peixe-boi”, tem grande influência na comunidade carimbozeira, no município de Peixe-boi (PA). A história do conjunto começa nos anos 1970 e parte da chegada de Orlando Lobato, conhecido como Mestre Orlando do Carimbó, em 1969, na região. 

Em 23 de setembro de 1977, o grupo formado pelo Mestre Orlando, o saxofonista Cardoso, o banjista Rui Cavalcante, Miguel Lima no ganzá e Leonardo, Raimundo e Nelson nos tambores, entrou no estúdio para a gravação do álbum “Os Originais de Peixe-boi – O Badalado Conjunto de Carimbó”.  O LP nasce no período em que as gravações dos discos de carimbó estavam em alta.

A programação em tributo ao grupo inicia no dia 07 de outubro (quinta-feira), no Espaço Cultural Green House às 19h, com participação dos grupos de Carimbó Vozes de Fulô e Manipará no 1° Circuito de Carimbó Urbano e Batuque de Rua. No segundo dia do circuito (08), a partir das 20h, os músicos levarão o carimbó dos Originais para o Bar Taba d'Comédia. Nesse mesmo dia, haverá a primeira transmissão do cortejo online do Auto do Cirío deste ano. 

No dia 09, o circuito estará passando no Espaço Colaborativo Realejo às 18h. O encerramento das homenagens ao grupo "Os Originais de Peixe-boi" será em Mosqueiro,  na Barraca Churrasqueada da Ilha  que está situada na Praia do Bispo,  no dia 10 de outubro (domingo) às 15h. 

Além de realizar o percurso musical, o projeto produzido por Racquel Prudente e Ana Ribeiro pretende elaborar e organizar um acervo histórico do grupo através de material audiovisual e escrito. Assim, dispondo para toda a comunidade que tem interesse em conhecer um pouco mais sobre a trajetória do grupo. 

Anotem os endereços

Realejo Espaço Colaborativo: Avenida Alcindo Cacela, 699. Próximo a Antônio Barreto.

Taba D`Comedia - Dr. Malcher, 293 , entre Joaquim Távora e Joaquim Nabuco, na Cidade Velha.

Green Garden - Conselheiro Furtado 3941, Canudos.

Em Mosqueiro

Barraca Churrasqueada - Praia do Bispo

1.10.21

Felipe Cordeiro lança videoclipe do single Flecha

Fotos: Julia Magalhães
O single tem produção musical do próprio Felipe Cordeiro e de LEO D, e é a primeira de novas faixas que o artista soltará ainda em 2021. Flecha, porém,  chega ao público em formato de videoclipe gravado entre Alter do Chão (oeste paraense) e Belém do Pará e que mistura psicodelia, dança tropical e as águas doces do norte do Brasil, e já está em todas as plataformas do artista. 

"Fecha já vem audiovisual, o que é muito interessante, tem letra muito imagética imagens ritualisticas amazônicas e um ambiente de sincretismo com a natureza, era importante ter a Amazônia ali presente. A música já estava quase pronta quando eu inscrevi o projeto na Aldir Blanc pra fazer o clipe, e quando foi aprovado aguardei pra lançar tudo junto”, diz Felipe.  

O músico se posiciona como um dos principais artistas brasileiros na conexão de uma música moderna e urbana recheada de sotaques locais, um dos nomes fortes da cena Pop Tropical ao lado de Baiana System, Duda Beat e Heavy Baile entre outros. Em seu novo trabalho ele diz que a Amazônia foi a grande inspiração, trazendo versos que refletem sobre o tempo cíclico, os rituais dos povos tradicionais e de como estamos no meio de uma grande transformação, caótica e renovadora. 

"Queria que fosse um clipe que tivesse essa pegada bem amazônica e no sentido mais florestal, fazendo esse link da dança pop que se dança na Amazônia e na América Latina como um todo, com nossas matas e águas, que são os motores, o princípio desse ser amazônico", explica Felipe que contou com uma equipe enxuta, entre profissionais de São Paulo, Belém e de Santarém.

A direção e edição do clipe é de Lucas Escócio, com roteiro dele e de Felipe Cordeiro e assistência de fotografia de Cezar Moraes. A produção é de  Edvaldo Souza, com produção executiva de Tyara de La- Rocque. As imagens, em Alter do Chão, são de Diego Orix. No elenco, mais três pessoas: a produtora cultural e idealizadora da mostra de cinema indígenas de Alter do Chão, Jéssica Motta, a indígena da etnia Borari, Luiara Tainnan, o ator e produtor Vinícius Villare, além de Felipe Cordeiro.

Novas músicas serão lançadas até dezembro

Atualmente residindo em São Paulo, Felipe comenta o quanto o período da pandemia foi desafiador. "Eu normalmente estou em São Paulo,  mas sempre estive presente em vários lugares do Brasil, em Belém também, mas na pandemia foi diferente, tudo fechou, foi tudo muito desafiador. No final do ano passado teve a Covid do meu pai que ficou entre vida e morte, foram momentos delicados, ainda é, mas estamos caminhando para uma situação mais estável e de esperança"” diz ele que é filho do guitarrista e Mestre Manoel Cordeiro. 

E por conta da pandemia, ele diz que ainda é cedo para falar de shows no plural, mas adianta que vem novidades aí. "O que existe é lançamento de músicas. Até final do ano, vem mais coisas aí, entre novembro e dezembro, com colaborações de artistas que eu admiro no nordeste, são dicas”, diz ainda que guardando segredo.

Acompanhe o trabalho do artista:

www.instagram.com/ofelipecordeiro/

https://www.facebook.com/OFelipeCordeiro

Exposição traz mosaicos para refletir memória

Mosaicos de Belém – da Pedra-do-peixe ao Ver-o-peso traz obras em mosaicos para refletir sobre o passado e o presente. Neste domingo, 3 de outubro, na 37a edição do Circular, o público poderá conferir a exposição, presencialmente, no Espaço Valmir Bispo dos Santos, entre 09h30 e 16h30. Entrada gratuita.  

Quatro ícones da paisagem histórica de Belém, uma das mais antigas metrópoles da Amazônia, foram escolhidos por Vania Santos, do Antiquário dos Azulejos,  para falar do tempo contado por patrimônios edificados. Com o apoio da Lei Aldir Blanc, o projeto apresenta oito mosaicos dedicados ao Complexo Ver-o-Peso, centro histórico da capital do estado do Pará: Praça Siqueira Campos (Praça do Relógio), Pedra do Peixe, Mercado Municipal Bolonha de Peixe (Mercado de Ferro) e o Solar da Beira.

Vânia Santos, que já desenvolve há muitos anos esse trabalho com mosaicos feitos com diversos materiais, inclusive casa do ovo, contou neste projeto com um coletivo de 6 aprendizes ligados aos cursos de arquitetura, artes visuais e patrimônio: Anaís Carvalho, Anna Beatriz Cardoso, Anna Clara Cardoso, Katharine Silva, Sophia Lins e Ynara Afonso. Na equipe de artistas/artesãos, Santos também contou com a parceria do mosaicista Moisés Andrade e da ilustradora e pintora amadora Denise Amorim, e ambos ainda atuam na produção do projeto.

"O mosaico é uma arte decorativa milenar, composta por fragmentos de diversos materiais para reproduzir temas diversos e em diferentes suportes”, explica Vania. Cada elemento arquitetônico foi representado em dois quadros na técnica mosaico, em base de madeira medindo 50x80 cm. E, para compor os quadros, oito artistas utilizaram fragmentos de azulejos, pastilhas de vidro, massa de modelagem caseira, arame, casca de ovo e palha de aço.

O percurso do projeto Mosaicos de Belém, que iniciou com pesquisa histórica e imagética sobre os quatros monumentos escolhidos, envolveu treinamento de novos mosaicistas em técnicas distintas, oficina com público infantil do Beco do Carmo, vídeos explicativos sobre como produzir mosaicos, exposição virtual e presencial e documentação em fotos e vídeos dos monumentos e das etapas do projeto.

Além dos mosaicistas (experientes e aprendizes), a equipe de Mosaicos de Belém – da Pedra-do-peixe ao Ver-o-peso contou com Janine Valente (Fotos, Video e Design), Marília Melo (Curadoria), Rodrigo Neves (Roteiro), Victor Santos (Edição de vídeo), Nina Darcier (Pesquisa, Narração e Comunicação) e Joice Santos (Comunicação). O Edital Patrimônio Cultural Material, Lei Aldir Blanc 2020, foi organizado sob a supervisão do Instituto Nova Amazônia-Inã, parceiro da Secretaria de Estado de Cultura do Pará – Secult.

Serviço

A exposição Mosaicos de Belém – da Pedra-do-peixe ao Ver-o-peso estará aberta para visitação no casarão do Espaço Cultural Valmir Bispo Santos, dia 3/10, das 09h30 às 16h30, durante a 37ª edição do Circular. O Espaço Valmir está localizado na Rua Padre Prudêncio, 681, entre Carlos Gomes e Gama Abreu. Acompanhe os produtos e novidades do projeto nos perfis do @antiquariodosazulejos e @espacoValmirBS no Facebook e no Instagram @azulejosantiquariodos e @espacoculturalvalmirbispo.

3o álbum de Aíla traz o amor como tema principal

A música pop da Amazônia pulsa bem dentro da alma em “Sentimental”, terceiro disco de estúdio da cantora e compositora paraense Nascida no bairro da Terra Firme, em Belém, a artista traz a música periférica do Norte num álbum que é uma avalanche rítmica - com brega, calypso, brega funk, pisadinha, pagodão - fincada na cultura brasileira. 

As letras  são gostosas e diretas, com refrões chicletes e forte apelo popular. Com direção artística e musical da própria Aíla e um time de produtores de destaque, como Baka, Iuri Rio Branco, Gabriel Souto e Félix Robatto, “Sentimental” tem participações de Rincon Sapiência (SP), Luísa Nascim (RN) e Keila (PA).

“Neste novo disco, eu quis falar de amor, o tema mais popular de todos os tempos. O amor romântico, o amor doído, o amor debochado. A desilusão, o flerte, as mil facetas que envolvem a emoção e os encontros da nossa existência. Somos complexos e contraditórios, e isso é lindo”, afirma a cantora. “Foi um ano denso e muito maluco pra mim e acho que pra todo mundo. Em paralelo a tudo isso, imergi profundamente na vontade de me conectar ainda mais com as pessoas, ir lá no fundo mesmo, entender o que o povo gosta de ouvir, o que as pessoas curtem acordar dançando e ir dormir chorando”, comenta.

'Sentimental’ traz muito da música periférica, que nasce nas bordas do país, e também do lugar em que Aíla cresceu. “Onde eu nasci, na periferia de Belém, a gente ouve carro-som no mais alto volume, fim de semana é o som torando com muito brega, lambada, e as festas de aparelhagem rolando soltas com o tecnobrega mais acelerado do que nunca. O resultado é um disco dançante, vibrante, bem amazônida, bem brasileiro”, revela.

Aíla quer seu novo álbum na boca do povo. Por isso fez esse disco com a cara do Brasil. "Eu quero mostrar, cada vez mais, que o som da Amazônia é pop também, e pode tá no topo da música brasileira", diz a artista. ‘Sentimental é popular, traz emoções à flor da pele, e é exatamente aí que a gente se conecta”, acredita. “Quero que as canções grudem na cabeça das pessoas e que todo mundo possa cantar junto comigo”, deseja.

A capa do disco é uma obra de arte à parte, tão especial quanto o som. A identidade visual (design) é assinada pelos artistas paraenses Roberta Carvalho e Lucas Mariano, a direção criativa do ensaio fotográfico é feita por Vitor Nunes, com foto de JR Franch, ambos da Região Norte também. Nela, a cantora aparece flechada num look rosa cintilante, digno de uma musa pop. 

Aíla acredita que a criação da imagem de um álbum merece tanta dedicação quanto à produção musical, por isso uniu uma equipe potente e majoritariamente amazônida, juntos fizeram a leitura perfeita para o conceito visual do novo trabalho. “Assim como a gravação de uma música, uma imagem envolve também muitas camadas. Sempre fui muito ávida em ter parceiros que me ajudassem a reverberar através da imagem o que eu queria dizer com o meu som”, afirma.

E assim aconteceu. Tanto na capa quanto no conteúdo, Aíla entrega um álbum caprichado e super pop. “A maioria dos ícones super pops no Brasil, quando são mulheres, são mulheres que super afirmam a sua heterosexualidade. E quando eu me posiciono como mulher lésbica ainda existem portas que se fecham ou que te colocam numa caixinha, como se uma artista lésbica só pudesse cantar canções sobre questões de gênero”, reividica a artista. “Meu som é pra todo mundo, aberto pra todo tipo de gente, e com este novo disco, mostro que uma artista LGBTQIA+ pode sim cantar para todos os públicos”, conclui.

PRÉ-SAVE: https://ffm.to/aila-sentimental



(Holofote Virtual com assessoria de imprensa)

Puget Blues lança “Amazônico” nas plataformas

O álbum chegou às plataformas digitais com apoio do Edital de Música da Lei Aldir Blanc e Secult-Pa. Já podemos ouvir, mas além disso, fica a dica: quem quiser ver a performance ao vivo, é só chegar neste sábado, 02 de outubro, no Black Dog English Pub, onde a banda se apresenta, a partir das 22h, encerrando a semana do Festival BlackJazz.

O grupo é formado pelo guitarrista Zé Puget, o contrabaixista Jeová Ferreira e o baterista e produtor Carlos “Canhão” Brito Jr. Em 2019, eles realizaram uma série de apresentações na cidade e começaram a preparar os arranjos das novas músicas, um trabalho que foi interrompido com a Pandemia, mas retomado com a oportunidade de gravar o álbum "Amazônico".

São 8 faixas que trazem a fusão de ritmos como shuffle, latin jazz e a música caribenha que circula na Amazônia, resultando num vigoroso som instrumental  de guitarra. O trabalho vem sendo mostrado em shows que a banda já vem realizando na cidade, como a participação no evento Mapa do Afeto, do Circular Campina Cidade Velha, em agosto, na Praça das Mercês, projeto também apoiado por um edital da Lei Aldir Blanc.

A produção visual do álbum "Amazônico" é assinada pelo desenhista e designer Igor Diniz, responsável pelos desenhos do encarte e na capa, com fotografia de Otávio Henriques e concepção artística de Carlos "Canhão" Brito, que também assina a produção executiva do projeto. 

“Há uma simetria da concepção visual da capa, com a ideia de fazer um instrumental com referência no Blues, mas com os pés na nossa região. Ouvi, hoje, ‘Olho da Jaguatirica’, olhando para capa e percebi isso”, reflete Zé Puget. “A referência do Blues neste trabalho está na forma de tocar e frasear, de explorar melodias e harmonias e a Amazônia é nosso dia a dia, nosso jeito de falar, da música que está em nosso DNA, não tem como tirar isso da gente, nem quando se toca um Blues”, complementa o guitarrista.

Puget é um músico especializado na linguagem do blues. E foi a partir de um movimento de blues existente em Belém do Pará, nos anos 1990, que ele passou a estudar e se aprofundar na linguagem do ritmo que surgiu nos EUA, com influência da música africana. Ele então percebeu as inúmeras possibilidades de conexões entre o blues e a música amazônica, também influenciada pela fundamental contribuição dos povos africanos e afrodescendentes na região, como o Batuque, Marabaixo, Carimbó e o Lundu.

Parcerias musicais unem o trio neste novo trabalho

O grupo foi formado em 2012, contando com Zé Puget e Jeová Ferreira para a primeira formação, mas passou por diversas outras formações até chegar a este formato de trio. 

“Entre  idas e vindas, tenho uma parceria musical de mais ou menos 20 anos com o Puget. Os álbuns anteriores apesar de serem gravados com dedicação, foram menos pretensiosos e produzidos mais porque "queríamos gravar e ver como soa", e são bons! Em parte porque o Puget tem uma assinatura guitarrística própria e quando grava, sabe realmente o resultado que quer alcançar”, diz o contrabaixista Jeová Ferreira. 

O músico e arte educador tem também uma longa trajetória na cena da música paraense. Integrou o núcleo fundador da banda “Coisa de Ninguém”; e como Baixista e Guitarrista já se apresentou com grupos como Cravo Carbono e Cais Virado. Ele conta que o Puget Blues conseguiu traçar intuitivamente uma rota que o traria a este momento. 

“Foi tudo isso que provocou esse resultado atual, com a maturidade de músico de todos nós e a visão de pré-produção do "Canhão" para esquadrinhar as coisas. Eu e Canhão,  assumimos a função de cama, de base sólida e enxuta para deixar o Puget livre e tranquilo na função de guitarra solo”, continua Jeová. “Temos um disco de música instrumental, com uma guitarra de assinatura peculiar, e que passeia por diversos sotaques com moldura blueseira”, conclui Jeová Ferreira.

Parcialmente ao vivo em meio à pandemia

"Amazônico" foi gravado parcialmente ao vivo, captado e mixado por Dan Bordalo, no Stúdio Casarão Floresta Sonora, e foi masterizado por Thiago Albuquerque, no Studio Z, em meio à pandemia, com direito a pausas por causa do lockdoown, em 2021. 

“O trabalho reune um momento musical carregado  de emoções fortes, não foi um processo fácil, mas atravessamos essa tormenta, e fizemos um trabalho  bonito, sincero, estamos feliz, está no mundo", comenta o produtor e baterista, músico atuante há 30 anos na cena musical paraense. 

Canhão integrou o Grupo de Percussão da Fundação Carlos Gomes, a banda A Euterpia, Até Jazz, Big Band Sesc Mariana (SP), Mestre Vieira, VK-Trio e Albery Project.

Em novembro tem show sendo confirmado para o lançamento do clipe da música Veneno de Escorpião, uma das faixas que integra o álbum. Gravamos num cenário urbano rodeado por uma paisagem de florestas e rios. Em breve também chegará às plataformas visuais da música.

Serviço

O Puget Blues é uma das atrações do Festival do Black Jazz do Black Dog English Pub, neste sábado, 02 de outubro, a partir das 22h. Na Rua Bernal do Couto, 791. 

Para ouvir o álbum: 

https://open.spotify.com/artist/2Zny4AW293QtGOLm9fSBla?si=IMQ84W-3RSWt1XOgl3Vnzw&dl_branch=1&nd=1

Contatos: 

(91) 98531.8816 | producaopugetblues@gmail.com 

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