10.12.14

Improviso, criatividade, música e poesia no Carmo

O músico instrumentista MG Calibre e o ator, roteirista e diretor Adriano Barroso exploram, nesta quinta, 11, as possibilidades de diálogo entre som e poesia na conexão das duas linguagens artísticas com a criatividade e o improviso. A proposta faz parte da programação especial da mostra “[ENTRE] um lapso gostoso”, sempre às quintas, às 19h30, no Centro Cultural do Carmo.

O improviso de Calibre unido ao trabalho poético maturado por 20 anos, de Adriano Barroso, promete surpreender - ambos serão ousados no desafio de compartilhar a mesma cena, de forma inédita. Sem ensaios, os dois brindam com suas potencialidades individuais e as potencialidades de sons e letras para compor performances artísticas originais. “O Adriano sozinho já é uma performance, o meu trabalho sozinho também, então, eu sei que somos qualificados o suficiente para desenvolver alguma coisa na hora, juntos”, explica Calibre.

Com inspiração na proposta da arte urbana da mostra [ENTRE], de ser um movimento independente, o músico sentiu a confiança de criar e se envolver com a ambientação. “Eu gosto de ser verdadeiro e sentir as coisas do jeito que elas acontecem e pegar a vibe do momento. Isto foi o que me motivou a participar, a equipe envolvida, a atitude de cada artista convidado e, principalmente, a liberdade de criação e interação com a cidade de Belém e seus habitantes”, justifica.

Dentro do Centro Cultural do Carmo, ele ainda propõe a interação de sua música com as diversas linguagens dos artistas que compõem a mostra. “Meu trabalho também fará intervenção direta entre artista e ouvintes - juntos na descoberta, da mesma forma que eu vou descobrir o trabalho do Adriano, durante a apresentação. Minha performance musical terá uns momentos fragmentados de texto e outros buscando o pretexto na sonorização”.

Poemas viram livros na mão do autor
Adriano Barroso aproveitou a liberdade do movimento para apresentar dois projetos, na programação da mostra. Primeiro ele lançou seu documentário “Ópera Cabocla” e, amanhã, publica um livro de poesias, em edição limitada. “Serão vinte cópias artesanais, escritas à mão, uma a uma. Cada livro é um livro, uns serão bonitinhos, outros serão tortinhos”, diverte-se.

O projeto de publicar o livro “Tessitura da Carne”, que reúne 36 poesias de Adriano Barroso, em parceria com P.P. Condurú surgiu de um encontro artístico há dois anos. Juntos, eles trabalharam por três meses, Adriano refez os poemas e P.P. desenhou.

“Eu havia escrito um livro há 20 anos, poemas que engavetei e esqueci lá. Naquela época eu era muito amigo do Max Martins, que me orientava na escritura dos poemas, porém acabei enveredando para a prosa e os esqueci na gaveta sem intenção alguma de mexer neles. Um dia decidi mostrar os poemas e sugeriram que esse fosse o trabalho para fazer com o P.P.”, relembra.

Com esta iniciativa, “Tessitura da Carne” já tem algumas cópias vendidas, antes mesmo de seu lançamento. Aquelas que não forem adquiridas vão para o Bazar da mostra [ENTRE], no dia 18. “Se eu vender os vinte, acho que não vou produzir mais porque não sei se vou ter pique”, avisa o artista.

A programação da mostra “[ENTRE] um lapso gostoso” segue até o dia 23 de dezembro. No dia 18, às 19h30, será realizado um Bazar com obras de arte de artistas paraenses. O Centro Cultural do Carmo fica localizado na Praça do Carmo nº 40/48.

Serviço
Dia 11 de dezembro – 19h30. MG Calibre e Adriano Barroso. Vídeo Mapping de VJ Bode. Mostra com desenhos e painéis de P.P. Condurú. Vídeos Arte: "6.037 km" de Luciana Magno, “MIMOSO” de Juliana Notari e “Rizoma” de Ramiro Quaresma. Até o final da mostra, outras interações artísticas do grupo e convidados vão ocorrer no CCC, que está aberto a receber propostas de parceria para o espaço pelo e-mail centroculturaldocarmo@gmail.com




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