23.4.15

Artistas e produtores culturais reunidos no Centur

Os rumos da política cultural no Estado do Pará é o tema central da reunião marcada para esta quinta-feira, 23 de abril, às 15h, no auditório do 4º andar, do CENTUR, reunindo o setor artístico e cultural paraense e a Fundação Cultural do Pará. A reunião é aberta e a todos os interessados em discutir e saber mais sobre as estratégias de fomento à cultura no estado. E dando continuidade ao assunto  terá início, a partir das 19h, no CCBEU, o primeiro encontro do Ciclo de Debates Culturais, também com entrada franca.

A discussão não é nova, mas os diálogos têm sido poucos, às vezes nenhum, é o que dizem os produtores e artistas que vem se encontrando em reuniões frequentes para estudar políticas culturais, formando uma rede de atuação na área, buscando fortalecimento entre si, mas também tentando o diálogo com o poder público responsável por gerir os recursos destinados à cultura no Estado do Pará.

Enquanto a Secretaria de Estado de Cultura, de Paulo Chaves, vem se mantendo fechada e arredia ao diálogo com artistas e produtores culturais organizados, o retorno positivo da Fundação de Cultura do Pará, ao concordar em realizar esta reunião, acendeu uma luz no fim do túnel.

Vindos de todas as áreas e linguagens, nesta quinta-feira, 23, profissionais do teatro, cinema, circo, artes visuais, literatura, cultura popular, cultura negra, música, entre outros, pretendem ler um manifesto para abrir a roda de conversa com  Dina Oliveira, que assumiu um cargo estratégico, criado de forma polêmica, no início do ano, quando o governador Simão Jatene instituiu a reforma administrativa que extinguiu alguns órgãos de cultura os fundindo a essa nova instituição jurídica chamada Fundação Cultural do Pará. 

Para os produtores e artistas, a decisão do governador é um retrocesso, pois desfez uma estrutura de fomento cultural antes existente com o Instituto de Artes do Pará (IAP), a Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves (FCPTN) e a Fundação Curro Velho (FCV). 

“A reforma demonstra uma vontade de enxugamento da máquina, o que nos coloca diante de um dilema sobre como atender as demandas da classe artística”, diz o professor e compositor Cincinato Marques. 

Além de terem sido pegos de surpresa, artistas e produtores reclamam da falta de comunicação do poder público com o setor da produção. O governo ainda não explicou, por exemplo, como esse enxugamento da máquina será mais eficiente e como será realizada a política cultural do estado daqui por diante. 

“Em conversas eventuais, a Dina Oliveira nos indicou que a verba da fundação é pequena e deverá ser usada em reformas estruturais. O restante deverá ser encaminhado a produções no interior, como se os produtores da RMB não precisassem mais de apoio”, diz a produtora Narjara Oliveira. 

A produtora Lorena Saavedra atenta a necessidade de estudos da área para que a sociedade civil  ande juntamente com órgãos públicos para melhor desenvolvimento da cultura. 

“Não existe procedimento cultural sem a participação da sociedade civil. Precisamos trabalhar em parceria com os órgãos públicos. Precisamos de representantes da Fundação Cultural e Secult presentes em nossas reuniões e vice-versa. Só assim vamos garantir uma política cultural fundamentada”, explica Lorena. 

Produtores e artistas também querem esclarecimento sobre projetos mantidos por meio de convênio com o Ministério da Cultura, como a Incubadora Pará Criativo e o Núcleo de Produção Digital, que funcionavam no extinto IAP, hoje Casa das Artes.

As dúvidas são muitas, por isso produtores e artistas estão em busca de informações concretas, baseadas no funcionamento do Sistema Nacional de Cultura que engloba o Plano e Fundo de Cultura. Entre as demandas do grupo também estão: a participação popular na elaboração das políticas, por meio de conferências, debates e audiências públicas, a transparência no orçamento com metas e resultados e reformas da lei de incentivo. 

Serviço
Reunião aberta para discutir os rumos da política cultural no Estado do Pará. Nesta quinta-feira, 23 de abril, às 15h, no auditório do 4º andar, do CENTUR. Entrada aberta e conversa franca. A partir das 19h, haverá o primeiro encontro do Ciclo de Debates Culturais, no CCBEU (Padre Eutíquio, 1309). Entrada franca. 

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