16.5.19

Antígona na adaptação do grupo GRUTA de Teatro

Fotos: Marcelo Lélis
“A Vida que sempre morre que se perde em que se perca?”, adaptação da tragédia grega de Sófocles está em cartaz de quinta, 16, a sábado, 18, às 20h, e domingo, 19 de maio (19h), no Teatro Waldemar Henrique, Ingressos a R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia), ou R$ 20,00 antecipadamente, na lista amiga.

No repertório do grupo há 30 anos, o espetáculo está de volta para comemorar o meio século da companhia de teatro, com direção de Henrique da Paz. Traz em cena Monalisa da Paz, que também assina a assistência de direção, Waléria Costa e o próprio Henrique da Paz, autor da adaptação, além de novos integrantes, os atores Paulo Marat e Leoci Medeiros.

A peça original vai contar a história de Antígona que desobedece a um decreto de Creonte, e decide enterrar seu irmão Polinice, morto durante uma batalha, mas paga esse ato com sua própria vida. Na adaptação do diretor e ator Henrique da Paz, o espetáculo discute temas atuais como o abuso do poder e a condição da mulher, na sua luta em busca de empoderamento numa sociedade machista, autoritária e conservadora.

Em 1989, quando Lula perdeu para o Collor nas eleições para presidente, "A Vida..." foi uma resposta do Gruta às circunstâncias. A adaptação de Henrique da Paz foi a maneira que o grupo encontrou para se expressar.

“Eu queria dizer alguma coisa contra aquela situação a que o país estava submetido. O texto era emblemático para aquele momento e é assim agora, quando estamos vivendo um outro momento obscuro da história, e resolvemos nos posicionar novamente com o mesmo espetáculo”, diz Henrique da Paz.

O espetáculo estreou em 1990, logo após as eleições que fizeram de Collor presidente do Brasil. “Acho importante voltar com este espetáculo. Estamos rememorando o teatro dos anos 1970 e 1980, e de como a gente vive e resiste de fazer teatro na cidade”, diz Monalisa da Paz. Para ela , Antígona representa muito bem o caso da vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio.

O diretor avisa que há mudanças visuais e de elenco, mas a essência de um teatro reflexivo, que assume sua postura de agente social, que leve as pessoas a pensarem, permanece. 

“Embora estejamos fazendo tragédia grega e como na primeira montagem, demos as costas para os Deuses, eles não entram na história. Os elementos da tragédia, como o uso da máscara, estão presentes, mas tiramos deuses, como o autor da peça original também queria, e repassamos aos próprio homens a responsabilidade pelos seus atos, e não mais aos Deuses. O figurino traz a camiseta e o jeans, embora a gente mantenha os panos coloridos fazendo alusão às vestimentas gregas da época”, diz Henrique. 

Sófocles desacreditava do sistema político e religioso da Grécia. “Ele tira de cena a predestinação e a culpa dos Deuses, e os faz mais humanos. De uma maneira geral, a peça é uma forma de protesto, retomamos a função social do teatro, de preparar o povo para a revolução ou melhor a ensaiar a revolução”, encerra o diretor, citando Augusto Boal.

FICHA TÉCNICA
Direção Geral: Henrique da Paz 
Assistente Direção: Monalisa da Paz
Iluminação: Sônia Lopes
Assistente de luz: John Rentes 
Máscaras: Aldo Paz 
Fotos: Marcelo Lelis

Elenco: 
Waléria Costa - Antígona
Paulo Marat - Creonte
Monalisa da Paz - Ismênia
Leoci Medeiros - Hêmon
Henrique da Paz - Tirésias

Serviço
Data: 16, 17, 18 e 19 de maio. 
Hora: 20h de quinta a sábado e 19h no domingo.
Local: Teatro Waldemar Henrique 
Valor: R$ 30,00 inteira e R$15,00 meia
Reservando com antecedência você entra na lista amiga e paga R$20,00
Contato: 981630775

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