Mestre Jaci e Priscilla Duque Foto: Uirandê Gomes |
No último dia 20 de abril, o grupo de Mestre Jaci, criado em Icoaraci, “Os Caçulas da Vila”, completou 22 anos de atuação, alegrando rodas da Cultura Popular. Ainda engatinhando e aprendendo nas vivências entre a capital e as comunidades, o carimbó da Cobra Venenosa, por sua vez, completou, no dia 2 de maio, 6 anos existindo e entoando um canto de liberdade e ousadia no Carimbó Pau & Corda contemporâneo.
A poética de Mestre Jaci, atualmente com 69 anos, é uma viagem pela Baía do Guajará e seus braços de rios que lhe abastecem. Um olhar sensível à realidade de um pescador urbano que passou a vida entre o rio e o asfalto. A dura realidade de quem vive a depender dos rios, a devoção aos Santos padroeiros, as praias e ilhas encantadas e a charmosa Vila de Icoaraci ganham ritmo nas composições desse poeta pescador de sonhos.
Jaci é contemporâneo do Mestre Verequete, filho de pescador e professora, criou-se em cima da canoa tirando matapi - usado para pegar camarão - e rede para garantir a sobrevivência da família. Foi o primeiro vocalista do grupo “Irmãos Coragem”, trabalho liderado por seu tio “Dodó”, e um dos grupos mais tradicionais em Icoaraci na década de 1970. O Mestre se orgulha por ser pescador artesanal e por passar boa parte de seus dias às margens da Ilha de Caratateua, conhecida como distrito do Outeiro.
Mestre Jaci e “Os Caçulas da Vila” foram atração no III Festival Se Rasgum (2008), também se apresentou nas duas edições do projeto “Mestres Urbanos da Vila de Icoraci”, em 2017 (independente) e em 2018, contemplado pelo edital Pauta Livre, no Teatro Experimental Waldemar Henrique. Em 2017, foi um dos mestres titulados pelo Prêmio Carimbó Nosso Patrimônio (IPHAN). Além disso, em 2018, Mestre Jaci foi premiado pelo extinto Ministério da Cultura (MINC), no edital “Selma do Coco de Culturas Populares”.
“Para celebrar nossa parceria - pois com muito carinho e respeito trabalho desde 2017 com o Mestre -, e a resiliência desses dois projetos que podem se dizer opostos complementares da raiz ao hype, convidamos vivos e ‘encantades’ amazônicos das águas, ruas, matas e igarapés para viver carimbó à beira da água doce, sob a luz da lua, saudando mais um lugar de afeto, o “Espaço Cultural e Solidário Maré Sonora”, para os encontros de carimbozeirxs, poetas e outrxs sonhadorxs que ousam se manter vives, vibrantes e esperançosos de novos dias”, afirma Priscila Duque, do grupo Cobra Venenosa, uma das atrações neste sábado.
Ele também fundou e criou o Carimbó Tamaruteua junto com amigxs e parceirxs que tocavam juntos desde 2013: Lu Bessa, Priscila Duque, Tom Vasconcelos, Karol Teixeira e outrxs. Entre suas músicas estão: É Tamaruteua!, Carimbó Tamaruteua Bate!, Chico Braga é Demais! Porrada Seca!... Lançou nas plataformas digitais: Carimbó Tamaruteua: carimbó é vida!(2019) e LP (Luizan Pinheiro): canções urbanas, praianas, existenciais…..Lado A (2021).
Outro convidado é Mateus Moura, artista e educador. Gosta de compor e aprende muito no processo, principalmente em roda. “Com o Cobra Venenosa já viajei pelo Brasil e rolaram altas sintonias. Cotijuba é um lar antigo, para onde sempre retorno e faço oferendas. Nessa participação prometo saudar mestres como Chico Braga e sumidades como Matinta Pereira. Também apresentarei músicas inéditas!” anuncia o artista.
Serviço
O quê? Inauguração do Espaço Cultural e Solidário “Maré Sonora” com Mestre Jaci, Cobra Venenosa + convidados (Mateus Moura e Luizan Pinheiro) + Roda aberta;
Quando? 07 de maio (sábado);
Onde? Praia do Vai-quem-quer (Ilha de Cotijuba);
Que horas? A partir das 20h.
(Holofote Virtual com Assessoria de Imprensa)
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