12.9.22

Tapajazz Belém reúne a fina flor do instrumental

O time desta ano está repleto de grandes nomes da cena da música instrumental do Rio de Janeiro, Pernambuco e Pará. O Tapajazz Mostra Belém será realizado nesta semana, de 15 a 17 de setembro, no Teatro Margarida Schivasappa, com início às 19h30. O ingresso pode ser trocado por 1kg de alimento não perecível, a partir das 14h de cada dia de evento, na bilheteria do teatro. E para que não estiver na capital, é só acessar o canal de Yotube Oficial do TapajazzOs três dias terão transmissão ao vivo! 

Nascido às margens do rio Tapajós, em Alter do Chão, Santarém-Pa, o Tapajazz vem há três anos trazendo sua mostra para a capital paraense, onde já promoveu apresentações de músicos como Toninho Horta, Armandinho Macedo e Badi Assad, entre outros, além do saudoso Sebastião Tapajós, patrono do festival e que esteve presente em todas as edições, até agosto de 2021, quando recebeu inúmeras homenagens no palco do Teatro Margarida Schivasappa. Idealizado pelo produtor Guilherme Taré, o festival também foi reconhecido em 2021, como Patrimônio Cultural de natureza Imaterial do Estado do Pará e em 2023 completará 10 anos. 

Este ano, a programação está diversa e conta com Andrea Pinheiro, que se apresentará com o Trio Lobita, e Jane Duboc, que será acompanhada pela Amazônia Jazz Band. Além delas, que reforçam a presença feminina a cada vez mais exigida dentro do festival, teremos outros grandes nomes da música instrumental como o violonista Nego Nelson, que abre o festival, e o guitarrista Delcley Machado, ambos do Pará, além dos convidados nacionais, o violonista Zé Paulo Becker (RJ), o pianista Amaro de Freitas (Recife-Pe), o violoncelista Jaques Morelenbaum (RJ), e o Grupo Wakerê, que reúne músicos franceses, guianenses e amapaenses.

Nego Nelson / Foto: Divulgação 
(enviada pela produção)
Nego Nelson faz o show de abertura na quinta-feira (15), apresentando repertório que passeia pelos seus 50 anos de carreira, momento este amplamente celebrado com o lançamento do álbum “Passeio no Cumbu”, em 2021. O músico já produziu músicas para teatro, filmes e documentários, participou de festivais e fez shows com diversos artistas de renome nacional como Leny Andrade, João Donato, Leila Pinheiro, Fafá de Belém, Billy Blanco, Arismar do Espírito Santo, Maestro Laércio de Freitas e outros.

Em seguida, o público confere a apresentação de outro violonista brasileiro, Zé Paulo Becker, que traz na trajetória 15 álbuns gravados, 05 com o Trio Madeira Brasil e 10 de sua carreira solo. Em 2022, lançou 5 singles nas plataformas e está prestes a lançar seu novo álbum Outro Mundo.

Parceiro de composição de Paulo César Pinheiro, Aldir Blanc, Pedro Luís, entre outros, Zé Paulo Becker já foi gravado por Ney Matogrosso, Roberta Sá, Marcos Sacramento e pelo Trio Madeira Brasil, por exemplo, e como violonista, antes de enveredar pela música popular brasileira ganhou o Concurso Nacional de Violão Villa-Lobos(1990) e ficou em terceiro lugar na edição internacional (1992). Em 2009 venceu o III Festival de Música Instrumental de Guarulhos.

Masterclass - Depois de sua apresentação, o músico permanece em Belém para ministrar uma Masterclass, no sábado, 16, a partir das 14h30, no espaço Na Figueredo. A ação é gratuita e aberta a todos os interessados, mas as vagas são limitadas pela lotação permitida no local.

Do choro ao jazz até a música latina

Foto reprodução/site da banda
A segunda noite do Tapajazz, nesta sexta-feira, 16, vai contar com a apresentação do  Wakerê, projeto musical que reúne músicos franceses Marie Levaillant (teclados), Erwan Che Viento (sax) e Clement Beguet (trompete); músicos guianenses Georges Mac alis Ti-Jo (percussão afro caribenha) e Nathalie Gallas (voz); e brasileiros, Paulinho Queiroga (bateria), Nelson Dutra (baixo), Deize Pinheiro (voz), Bone Jeová (trombone), Nena Silva (percussão afro) e Fineias Nelluty (guitarra e voz). O resultado é um intrínseco trabalho de entrega e sensibilidade e que une as culturas musicais do Amapá (Brasil) e da Guiana Francesa e suas influências afro-caribenhas.

Eles encerrarão a noite, mas quem abrirá a programação será o Trio Lobita, grupo formado por Paulinho Moura (violão de 7 cordas), Tiago Amaral (clarinete), Andréa Pinheiro (voz ) e André Souza (músico convidado - pandeiro). Há 13 anos, o grupo celebra a produção e execução do choro no Pará. Em 2018, o grupo lançou o álbum duplo “Na Marola”, com composições autorais e de outros compositores paraenses.

Em seguida, entra em cena o pianista Amaro de Freitas, de Recife (Pe), um dos principais nomes da cena atual do jazz, com o posto de revelação do jazz internacional.  Nos últimos anos, ele circulou por turnês no Brasil e exterior, em festivais como a edição nacional do Montreux Jazz Festival. 

Entre suas parcerias estão Lenine (no projeto “Em Trânsito”) e Milton Nascimento e Criolo (é de Amaro o piano em duas faixas do EP “Existe Amor”: “Cais” e “Não Existe Amor em SP”). O músico lançou os álbuns “Sangue Negro” (2016) e “Rasif” (2018), e mais recentemente, Sankofa, citado em listas nacionais e internacionais de “melhores do ano” em 2021. O disco teve a colaboração de Jean Elton (baixo) e Hugo Medeiros (bateria), que formam com o pianista, um Trio desde 2015.

Encerramento apoteótico com 

Jaques Morelenbaum
Foto: Roberto Cifarelli
O terceiro dia do Tapajazz, 17 de setembro, nos leva a apoteose da edição. A noite abrirá com Delcley Machado, guitarrista e compositor com 35 anos de carreira, reconhecido pelo virtuosismo e técnica pessoal instrumental e segue com a apresentação do músico, compositor e arranjador Jaques Morelenbaum, que vem pela primeira vez a Belém com seu trabalho solo e o seu CelloSam3aTrio. 

O músico lançou o primeiro álbum em 2014, intitulado "Saudade do Futuro - Futuro da Saudade" (Biscoito Fino/Mirante), e agora lança o novíssimo álbum “Flor do Milênio” – selo Sesc -, que está em todas as plataformas de difusão musical desde março de 2022. Carioca, em 48 anos de carreira, já tomou parte em 875 álbuns, colaborando, como violoncelista, compositor, arranjador, regente e produtor, com importantes nomes da Música Brasileira como Antonio Carlos Jobim, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Egberto Gismonti, Gal Costa, Milton Nascimento, Chico Buarque, entre tantos outros. 

Jaques tocou com as cabo-verdianas Cesária Évora e Mayra Andrade, entre outros artistas internacionais e já ganhou três prêmio do Grammy Latino, na categoria World Music, como produtor do álbum "Livro", de Caetano Veloso; de Melhor Disco de Música Brasileira, pelo álbum "Noites do Norte", também de Caetano Veloso, e de Melhor Longa Metragem de Música Pop por sua co-produção do Acústico MTV de Julieta Venegas.

Nesta mesma noite também teremos um encerramento com a Amazônia Jazz Band e Jane Duboc. Não é a primeira vez que ela vai se apresentar acompanhada da Amazônia Jazz Band. O primeiro encontro surgiu ainda em 2016, quando Jane Duco foi convidada para ser cantora solista no concerto de gravação do DVD da big band.  

Em 2017, a cantora esteve na capital paraense para a apresentação de lançamento da obra, exibida em 2020, na programação do Palco Virtual do Theatro da Paz, em meio à pandemia. Desta vez, ela estará novamente ao vivo. Reconhecida como uma das grandes cantoras da música brasileira, ela traz no repertório grandes sucesso da carreira.

A Amazônia Jazz Band foi formada, em 1994, com elementos remanescentes da extinta Big Band, grupo artístico da Fundação Carlos Gomes, até assumir um caráter profissional ao ser encampada pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult-Pa), em 1996. A qualidade técnica conquistada ao longo do tempo, aliada a versatilidade do repertório e a grande receptividade do público paraense, são características que marcam a trajetória da AJB.  O repertório vem se renovando e diversificando constantemente. É o que ouviremos ao vivo em 17 de setembro, a última noite do Tapajazz Mostra Belém. 

Jane Duboc
Foto: Lucinéia Alves 
Jane Duboc tem uma trajetória repleta de boas histórias que permeiam esses 50 anos de carreira musical. Aos 17 anos, ela foi morar nos Estados Unidos, por conta de uma bolsa de estudos, e retornou seis anos depois ao brasil e seguiu carreira na música. Na década de 70, excursionou com Egberto Gismonti e participou do VI Festival Internacional da Canção defendendo com Sérgio Sampaio a música "No ano 83"; e com Raul Seixas, tocando e cantando "Let me Sing". 

Em 1980, ela gravou o primeiro disco solo "Languidez", trazendo a música "Manuel, O Audaz", de Toninho Horta e Fernando Brant. Já em 1987, consagra-se nacionalmente com uma fase romântica. Além de cantora e compositora, ela também é escritora, já lançou livros para o público infantil e, mais recentemente, lançou seu primeiro romance.

Serviço

Tapajazz Mostra Belém – De 15 a 17 de setembro, às 19h30, no Teatro Margarida Schivasappa do Centur – Belém-Pa. O ingresso será trocado por 1kg de alimento não perecível, na bilheteria do teatro. Patrocínio: Equatorial Pará. Apoio: Governo do Estado, Fundação Cultural do Pará e Lei Semear; Casa do Saulo. A realização é da Fábrica de Produções.

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https://www.youtube.com/channel/UCD19QAt29Wrozm4zVWcpz3Q

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