14.10.10

Cinema: Curro Velho exibe produções que levam a sério o público infantil

Programação especial para as crianças neste mês de outubro. Neste sábado (16), às 16h, no Teatro da Fundação Curro Velho acontece a exibição de curta-metragens de animação, da Programadora Brasil – do Ministério da Cultura. A sessão reúne animações feitas em diversas técnicas e formam um interessante panorama da produção no gênero.

Na animação paulista Disfarce Explosivo (2000), de Mário Galindo, há um clima próximo às situações cômicas que Mazzaropi ambientava no meio rural brasileiro. Tecnicamente bem produzido, o filme remete à animação "A Fuga das Galinhas", preservando um humor que, às vezes, soa ingênuo.

Em O Tamanho que não Cai Bem (2001) vemos um ótimo resultado de uma oficina realizada com crianças de uma escola de Porto Alegre. Esta animação tem na ingenuidade e no aspecto lúdico suas maiores forças. Outra qualidade: os desenhos dos personagens se alternam em alguns momentos, criando uma espécie de fluxo interno proporcional à transitoriedade da vida.

Uma das animações brasileiras mais premiadas nos últimos anos, Historietas Assombradas (para crianças malcriadas) (2005), de Victor-Hugo Borges, é composta por três histórias livremente adaptadas do folclore brasileiro. Produzido com uma técnica mista, o curta apresenta uma fluidez narrativa encantadora, fortalecida pela voz sóbria de Mirian Muniz. Com uma estética próxima aos filmes de Tim Burton, trata-se de um ótimo exemplo de como apresentar temas de nossa cultura sob uma narrativa dinâmica e não-didática.

Já em Alma Carioca: um Choro de Menino... (2002), de William Côgo, além da trilha sonora impecável, há também a evocação de um Rio nostálgico, sem a violência e a pobreza dos dias atuais. O excessivo idealismo, porém, se revela um mecanismo didático, ignorando contradições e controvérsias tão naturais a uma narrativa dramática.

Produzido pela TVE Brasil, Mitos do Mondo: Como Surgiu a Noite (2005), de Andrés Lieban, unifica as diversas raízes que formam o que se poderia chamar de "civilização brasileira". A animação tem como principal mérito apresentar a cultura indígena de forma não-depreciativa.

O Nordestino e o Toque de sua Lamparina (1998), de Ítalo Maia, foi produzido pelo Núcleo de Animação da Casa Amarela, no Ceará. Mostra o inusitado encontro de um sertanejo e um daqueles gênios típicos das histórias contadas no lendário “As Mil e Uma Noites”. Com um toque de humor, e trilha sonora adequada, o filme oferece um tratamento mais lúdico a um tema tão associado às mazelas sociais.

Serviço
Exibição de curtas metragens de animação, da Programadora Brasil – do Ministério da Cultura. Neste sábado, 16, às 16h, no Teatro da Fundação Curro Velho.

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