17.2.11

Red Bag é hibridismo cênico, sexualidade e performance no Reator

O território da experimentação é uma zona de prazer artístico, que fica evidente no espetáculo que vai estrear neste final de semana em Belém. 

Falando de sexo e misturando várias linguagens cênicas, como o teatro, a performance e a manipulação de bonecos, além do som, do vídeo, da cenografia e da luz, “Red Bag” entra em cartaz nesta sexta-feira, 18, somente para adultos, no Reator.

Criado por Jeferson Cecim com a colaboração de Nando Lima, Leo Bitar, e Patrícia Gondim, é um hibrido de formas animadas, que mescla com bom humor e sagacidade temas contemporâneos da sexualidade humana, com uma perspectiva que soma linhas expressionistas, tendências pop, e recursos low-tech, com os quais o manipulador, objetos, bonecos, e recursos de som, luz e imagens se interpenetram e criam imagens por vezes cruas, por vezes sensoriais, como um sonho molhado.

Além disso, a montagem realiza um desejo antigo do ator manipulador Jeferson Cecim, que nos anos 90, com o Grupo Usina de Animação, já pensava em fazer algo neste sentido. Mais de 15 anos se passaram e no laboratório do Estúdio Reator, a cena finalmente é descortinada com o reforço da sonoplastia de Leo, a luz de Patrícia e cenografia e projeção de vídeo de Nando.

Assim, a performance entra no teatro, enquanto a sonoplastia define a dramaturgia e o vídeo penetra na encenação, grifando o caráter e proposta não convencionais do próprio espaço, criado por Nando Lima em 2010.

"Não estamos buscando grandes espetáculos no sentido mais tradicional do teatro. O Reator é um laboratório, onde se pesquisa linguagens: luz, som, boneco, cenografia. É um espaço de encontro dessas pessoas que estão buscando esse tipo de arte experimental”, afirma.

As experimentações de “Red Bag” iniciaram em novembro do ano passado, sem muita pretensão. “Fomos experimentamos objetos, luz, som e, a partir disso, criamos um roteiro. Ouvíamos músicas que o Léo trazia e o material foi surgindo na cena, como uma brincadeira mesmo”, explica Jeferson.

“Misturamos todas as linguagem de forma que uma acaba se inserindo no espaço da outra”, diz Patrícia, a iluminadora. “Eu nem digo nada”, brinca Leo Bitar, que buscou para a trilha músicas que vão de Roberto Carlos a Rolling Stone, Caetano Veloso a Serge Gainsbourg e Yoko Ono entre outros.

O espetáculo foi criado sem roteiro prévio. O mote é o sexo, mas não necessariamente o erotismo ou a pornografia. Tudo é construído de maneira leve e atraente aos olhos e ouvidos.

Os dois personagens femininos são representados por bonecas e pela cena há objetos que mudam de forma, como um colchão que também pode ser uma poltrona. Além é claro, da protagonista, a bolsa vermelha, de onde tudo sai e depois retorna.

“O material utilizado é muito diverso. Tem algumas coisa que eu comecei a fazer para um outro trabalho, como as cabeças que ficaram por aí e eu trouxe para o Reator e acabamos usando”, lembra Jeferson.

Além de propostas tecnológicas inovadoras, “Red Bag” traz de volta à cena de Belém, Jeferson, cuja trajetória elenca trabalhos como “Bonecos em Revista” e “Pop Show”, para citar alguns marcos de sua produção nos anos 90. O último trabalho dele, apresentado aqui, foi “Do Barro ao Boneco”, realizado em 2008, a partir Bolsa de Pesquisa e Experimentação Artística do IAP.

Depois disso, Cecim morou em São Paulo, de onde retornou, há dois anos. “Lá além de trabalhar com Cia Pessoal do Faroeste, eu apresentei ‘Do Barro Boneco’ e fiz uma exposição, que na verdade se aproximava da performance. Quando voltei para Belém, queria continuar a trabalhar meus solos”. E assim está sendo. Em “Red Bag”, Jeferson Cecim se expõe mais ao público, na condição de manipulador, abrindo possibilidades performáticas às cenas de boneco e ator.


Ficha técnica

Direção - Coletiva
Sonoplastia - Leo Bitar
Iluminação - Patrícia Gondim
Video e cenografia - Nando Lima
Recepção - Andréa Rocha - Produtores Criativos
Agradecimentos - Telma Lima

Serviço
"Red Bag" fica em cartaz às sextas e sábados, sempre às 21h30, nos dias 18 e 19 e 25 e 26 de fevereiro, no Estúdio Reator - Trav. 14 de Abril, 1053, entre Gov. José Malcher e Av. Magalhães Barata. Ingresso: R$ 20,00. Informações: http://www.reator.art.br/ 8129-5349/ 8112-8497. Apoio Cultural: Coletivo Produtores Criativos, Holofote Virtual e Intimídia.

2 comentários:

Anônimo disse...

como faço para entrar em contato com a iluinadora patricia gondim?li o nome dela e faz mais de uma década que não a vejo.podes me ajudar.
desculpe se esse não é o meio mas espero que me entendas.Obrigado.
paulo rodrigues bastos

Holofote Virtual disse...

querido envie um e-mail para holofotevirtual@gmail.com mando o contato da patricia pra vc.