21.2.11

Um andarilho da fotografia no Café Fotográfico desta segunda no Fotoativa

Rafael e Seu Juquinha. Foto: Alexandre Sequeira
Pautada por uma poética no trabalho de campo, a dissertação de mestrado do fotógrafo e professor Alexandre Sequeira, intitulada “Entre Lapinha da Serra e o Mata Capim: fotografias e relações de trocas simbólicas”, será tema do Café Fotográfico desta segunda-feira, 21, no Fotativa, a partir das 19h30.

A pesquisa de Alexandre foi realizada em um pequeno vilarejo do interior de Minas Gerais e como em seus trabalhos anteriores, sai com sua câmera pendurada nos ombros e estabelecendo laços afetivos tendo a fotografia como canal de aproximação e troca dentro da comunidade.

Neste trabalho, ele se relaciona com um senhor de 84 anos, Seu Juquinha, e seu neto Rafael, de 13. De acordo com Alexandre, o senhor trata de sua relação com o pequeno vilarejo, tendo como referência, o passado, “enfatizando a importância da fotografia como documento de algo que aconteceu; como algo que adere o fiel registro do referente”.

Já seu neto está ligado a imagens fantasiosas, comuns ao universo infantil e relata sua relação com a vila tendo os olhos voltados para o futuro, “considerando sempre a fotografia em sua incompletude, como algo incapaz de dar conta do elemento retratado, do fato ocorrido e, por esse motivo, sempre aberta a infinitas novas interpretações a cada nova apreciação”.

“Entre Lapinha da Serra e o Mata Capim” é o mais recente trabalho de Alexandre Sequeria, realizado com pesquisa de campo, algo que ele já realizou também aqui no interior do Pará, num vilarejo chamado Nazaré do Mocajuba. 

Com esta pesquisa, chamada "Impressões de um Lugar" Alexandre vem participando de congresso, colóquios e mostra de fotografia no Brasil e no exterior. Em dezembro passado, por exemplo, ele participou do TEDxAmazônia, onde contou a história que viveu em Nazaré do Mocajuba. Veja aqui.

Em maio de 2010, o fotógrafo foi entrevistado pelo Holofote Virtual, enquanto estava em Londres realizando uma exposição e falou sobre suas pesquisas. 

Natural de Belém, no Pará, o artista realiza na região amazônica, há cerca de uma década, trabalhos nos moldes da estética relacional – termo cunhado nos anos 90 pelo crítico de arte francês Nicolas Bourriaud, para explicar um campo das artes contemporâneas, no qual o artista se dirige a um outro, não necessariamente um artista, e envolve essa pessoa no processo de desenvolvimento de um trabalho artístico.

Serviço
Café Fotográfico com Alexandre Sequeira. Nesta segunda-feira, 21, a partir das 19h30, no Fotoativa – Praça das Mercês, n. 19. Mais informações: 91 3225.2704.

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