14.9.15

Fernando Meirelles conversa sobre cinema e ópera

Dentro da programação paralela do XIV Festival de Ópera do Theatro da Paz, nesta segunda-feira, às 18h30, o cineasta paulista Fernando Meirelles, diretor cênico da ópera “Os Pescadores de Pérolas” recebe o público, no palco do Theatro da Paz, para a palestra “O Cineasta que Caiu na Ópera”. A entrada é gratuita.

O próprio Fernando escolheu o título da palestra que ele diz ser, na verdade, um bate papo. “Vou começar falando muito rapidamente sobre a experiência de dirigir uma ópera, e já abro para as perguntas do público. E assim, poderei responder aos questionamentos do público. O que perguntarem, eu responderei. Vai ter ópera, mas também cinema e até outros assuntos”, disse o diretor.

A produção do Festival de Ópera convidou Meirelles para dirigir “Os Pescadores de Pérolas” em abril deste ano, logo após o sucesso da minissérie da Rede Globo, “Felizes para Sempre?”. O convite chegou até ele por meio do maestro paulista Mauro Wrona, diretor artístico do festival, com quem Meirelles teve uma parceria rápida num único recital há muitos anos, na Faculdade de Arquitetura de São Paulo. À época, Fernando tocava violino – “Muito mal”, segundo ele - e Mauro já era um promissor cantor.

“Já havia visto algumas óperas, e gosto muito de música clássica”, diz, mas ser convidado para dirigir uma ópera não era bem um plano de vida profissional para o diretor. 

“A primeira coisa que pensei foi que se tratava de um engano. E Wrona me mostrou que era muito séria a proposta. Pedi duas semanas para pensar e depois disse sim. A princípio, achei que iria ter muita dificuldade, mas comecei a perceber que me lembrava muito o cinema”, relembra.

“No teatro, eu tenho a boca de cena, e no cinema, o enquadramento. Tenho luz, som, cenas, então, começa a ser uma questão de decupar planos e colocá-los na ordem certa. Aos poucos, vi que era um mistério que tinha soluções. Aos poucos, essas soluções deram as caras”, diz. E Fernando pode se orgulha do trabalho feito: o público está encantado com o que anda assistindo no Theatro da Paz, e a crítica especializada tem tecido grandes elogios para a junção de cinema e ópera que Meirelles trouxe ao festival, neste ano.

Apesar da formação de arquiteto, Meirelles tem sua experiência profissional centrada no cinema e na televisão. Pelo filme “Cidade de Deus” foi indicado ao Oscar de 2002, de melhor diretor, e voltou à Academia de Artes e Ciências de Hollywood, três anos depois, com mais quatro indicações por “O Jardineiro Fiel”, que acabou dando o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para a inglesa Rachel Weizs. Abriu o Festival de Cannes de 2008, com “Ensaio Sobre a Cegueira”, filme sobre o livro homônimo do escritor português José Saramago, e o Festival de Londres de 2012 com “360”.

Fernando é um dos diretores da produtora O2 Filmes, que tem um segmento de distribuição, a O2 Play, e, por meio desta, 17 salas de cinema, em oito cidades brasileiras, vão exibir simultaneamente com Belém, direto do Theatro da Paz, a récita de “Os Pescadores de Pérolas” desta terça-feira, dia 15, às 20 horas. “Foi a forma que pensamos de ampliar o raio de exibição da ópera. De levá-la a mais pessoas”, conta Fernando.

Não há mais ingressos à venda para a ópera “Os Pescadores de Pérolas”, mas a TV Cultura do Pará transmite o espetáculo, ao vivo, nesta terça-feira, 15, às 20h, para Belém e interior do Estado. Também neste dia, na última récita, 17 salas de cinema de oito cidades brasileiras vão poder acompanhar a transmissão da ópera, diretamente de Belém. As cidades são Brasília (DF), João Pessoa (PB), Florianópolis (SC) e Santos (SP), com uma sala cada; Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS), com duas; Rio de Janeiro (RJ), com cinco, e São Paulo (SP), com quatro. 

Serviço
Palestra “O Cineasta que Caiu na Ópera”, com o cineasta Fernando Meirelles, hoje, 14, às 18h30, no palco do Theatro da Paz. Entrada gratuita.

(Com informações da assesoria de iprensa do Festival de Ópera. Fotos: Agência Pará)

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