A Ocupação Território Paranoá – Eixo
Cerrado Amazônico realiza, de 23 a 27 de setembro, o Festival de Música e Artes Cênicas - Ágora da
Música Brasileira, contemplado pelo Edital de Ocupação do Teatro Plínio Marcos 2015, para o Complexo Cultural Funarte Brasília. Iniciativa do Coletivo Miasombra, de Belém em conexão com Goiânia, em parceria com A Trama – Associação de Teatro e Dança da Amazônia. A ocupação segue até dezembro, em Brasília.
O objetivo do Ágora da Música Brasileira é trazer à cena as novidades cênicas e musicais
das regiões Norte e Centro Oeste. Até dia 27, além de sessões de
cinema e pocket shows, ao ar livre, no Jardim da Funarte, bandas e companhias
do Pará, Goiás e Distrito Federal se apresentarão também no Teatro Plínio Marcos.
A semana vai começar o Cine Paranoá Mostra Sonora, que exibirá vários filmes que têm como temática, a música (19h). Na quarta-feira (23), o Cine Paranoá de desta exibe “Rua 57
n. 60 Centro” ( videodança – Porquá e Vida Seca), do grupo Vida Seca – Som de
Sucata de Goiânia. Do Pará, entra na
sessão, o documentário Pau e Corda: Histórias de Carimbó (doc. por Robson
Fonseca, Felipe Marcos, André Mardock), além de videoclipes de de alguma das
bandas que integram a programação, como Lia Sophia, Carne Doce, Boogarins, Strobo,
Félix Robatto e Emília Monteiro.
Na quinta-feira (24), o público confere três episódios da
série “Visceral Btasil”, que aborda música e artistas populares brasileiros
consagrados como referência por seus estilos únicos e criação sonora.
A equipe
do projeto viajou o país, trazendo à tona personagens de todas as regiões. Do
Norte, Márcia Paraíso (dir) e sua equipe visitaram as cidades de origem e
mostraram um pouco das trajetórias e modo de viver dos Mestres Vieira,
Laurentino e de Dona Onete, três ícones da cultura paraense.
Depois da sessão
de cinema, o público confere a aprsentação dos músicos Lucas Guimarães (PA),
Letícia Fialho (DF) e O Feliz Amor do Felino (DF).
Na sequencia, de sexta-feira (25) a domingo (27), o Jardim e o Teatro
Funarte Plínio Marcos recebem a apresentação das mais diversas performances e
sonoridades brasileiras, fazendo um recorte peculiar das produções artísticas
do Brasil, com expoentes que misturam com maestria o tradicional ao moderno, e
refletem sobres os dias em que vivemos, nesse início de século.
O repertório vai de bandas com formações tradicionais à
espetáculo multilinguagem e jam session. A escolha dos grupos foi feita a
partir da identificação de uma expressão cênica muito forte presente em todos
os artistas participantes, seja pela encenação, seja pela oralidade e até mesmo
a sonoridade. Na maioria são canções imagéticas, sons que fazem dançar e ao
mesmo tempo pensar, que instigam a performance ao vivo.
Um exemplo é a guitarrada paraense que traz três shows
legítimos. Pio Lobato e Felix Robatto, de uma geração que vem pesquisando e se
inspirando em Mestre Vieira, criador do ritmo, que
também se apresentará no último dia do festival.
Do Norte, ainda estarão no palco Lia Sophia, com sua música
contagiante que tem ganhando o país e o experimentalismo da banda Strobo, com
Leo Chermont, guitarra, e Arthur Kunz, bateria, além da cantora Emília
Monteiro, do Amapá, mas que reside em Brasília, e Lucas Guimarães, com um som
autoral que mistura poesia às imagens da infância no estado do Pará.
Da Região Centro Oeste, temos a força da banda das bandas do
Distrito Federal: Ciclone na Muringa, inspirada nas sonoridades nortistas e
nordestinas, O Feliz Amor do Felino, punkrock tupi, e a cantora, poeta e
compositora Letícia Fialho. As bandas de Goiânia temos: Boogarins, rock
lisérgico com longas improvisações ao vivo, e Carne Doce, que traz criações
originais num repertório político e envolvente.
Além dos shows, no Jardim, teremos vindos de Goiânia, o
acontecimento, Por Acaso, uma jam session de música e dança, e ainda o grupo
Vida Seca, som original criado a partir de recicláveis que nos traz teatro,
música e muita sucata. O espetáculo Dúplice, que com mais de uma centena de
apresentações em seu repertório desde a criação em 2007, promete fazer com que
a arena do Teatro Funarte Plínio Marcos se transforme em uma verdadeira Ágora,
sobre a lida bruta brasileira.
Conheça as atrações
Adicionar legenda |
Boogarins (GO) - Banda de rock
psicodélico formada no ano de 2012, em Goiânia, pelos amigos de
escola, Dinho Almeida (vocais e guitarra rítmica) e Benke Ferraz (
guitarra solo). Depois entraram Hans Castro (bateria) e Rapahel
Vaz (contrabaixo).
Em 2014, Ynaiâ Benthroldo entrou no lugar de Hans.
O primeiro disco da banda, o EP As Plantas Que Curam, foi gravado em
casa, nos antigos moldes lisérgicos, carregado de originalidade e vontade de
serem ouvidos chamou atenção da gravadora Other Music, de Nova Iorque (a mesma
de Iggy Pop) que assinou com o quarteto e em 2013, saiu o
primeiro álbum da banda As Plantas que Curam.
Ciclone na Muringa (DF) – a banda traz influências dos
ritmos nordestinos, da poesia urbana, das crenças brasileiras, contribuindo
para a manutenção das culturas brasileiras, com raízes no Mangue de Aracaju e
coração no cerrado, Ciclone na Muringa veio mostrar a riqueza da música
brasileira, unindo o peso do rock aos ritmos regionais, que vão do baião ao
maracatu, passando também pelo samba, o funk, o ragga, dentre outros.
Carne Doce |
Carne Doce (GO) - Sertão e cidade. Delicadeza e selvageria.
No universo da Carne Doce, de Goiânia, os contrastes vão além do nome da
banda.
Fruto da interação do casal Salma e Macloys, o grupo nascido em Goiânia
em 2013 – hoje acompanhado de João Victor Santana, Ricardo Machado e
Aderson Maia – teve seu primeiro álbum eleito um dos melhores nacionais em
2014. Temas dicotômicos se cruzam com
naturalidade. Vocais ora suaves, ora rasgados, surgem como imposição
estética, carregados de questionamentos morais e declarações de amor.
Dúplice (GO) – Um espetáculo que surgiu a partir de um
processo colaborativo, dentro do qual os dois intérpretes-criadores estiveram
submersos em experiências corporais, sonoras e cênicas que envolveram
linguagens da dança contemporânea, do teatro-físico, clown e pantomima, bem
como da percussão vocal.
Paralelamente, diálogos e reflexões acerca da condição
e atitudes humanas perante a sociedade, afunilando para o comportamento do
artista cênico, o artista de palco. O espetáculo também pode ser observado pela
qualidade rítmica que lhe é conferida, tanto em seu aspecto sonoro-musical -
desenvolvido ao vivo pelos próprios intérpretes, aludindo ao beat-box e a percussão
vocal - como no próprio enredo linear (ou ainda, circular) que se desenrola
como num processo sucessivo e ascendente de conflitos entre dois seres humanos.
Emília Monteiro (AP) - há 20 anos residindo no Distrito Federal,
Emília Monteiro é a entrevistada do mês de setembro. Ela participa da
programação do Festival Ágora da Música Brasileira, fazendo um passeio sonoro
pelo Brasil, com especial ênfase nos ritmos do Norte do país. Do Amapá,
vem o batuque e o marabaixo, e do Pará, o carimbó chamegado e o lundu,
o zouk love, originário das Antilhas, que chega ao Norte do Brasil via
Guiana Francesa.
Félix Robbato (PA) – o guitarrista e percussionista Félix
Robatto apresenta o show Equatorial, que traz o repertório de seu primeiro
disco solo.
“Equatorial, Quente e Úmido”
é um disco pop, com referência forte da música latina. O trabalho mostra uma
música contemporânea paraense construída a partir de elementos da guitarrada,
surf music, música latina e pop. Acompanhado pelos músicos Adriano Sousa
(bateria), Adalberto Júnior (baixo), SM Negrão (teclado) e Ytanaã Figueiredo
(percussão), que participaram da gravação do disco, Félix promete um show
dançante com duração de 2 horas. O show caracteriza-se como classificação
livre. O repertório também traz alguns sucessos de sua ex-banda, o La
Pupuña.
Lia Sophia (PA) – A Guiana Francesa é seu local de
nascimento. O Amapá, a ponta do mapa que une o Brasil ao Caribe, terra da
família e da infância. O Pará, dos ritmos da Amazônia, lugar aonde começou a
carreira como cantora e compositora. Dessa mistura de raízes latinas e
caribenhas vem Lia Sophia, que vem sendo citada com freqüência por jornalistas
e críticos de música como um dos grandes nomes da nova música brasileira.
Eleita por Nelson Motta como a grande revelação de 2012, a cantora lançou em
fevereiro de 2014 o seu mais novo CD, batizado com o próprio nome e atualmente
está em turnê de lançamento deste disco pelo país.
Feliz Amor Felino |
Lucas Guimarães (PA) – Lucas Guimarães, 25, é uma das
promessas da nova safra da música paraense. Vindo da região nordeste do Pará,
ele trouxe nas costas o violão, carregando cosigo a calma e a delicadeza de
quem veio de lugar e tempo outros.
O primeiro CD “Caliandares”, lançado este
ano, faz alusão ao barco que, na década de 1970, era o principal meio de
transporte, tanto para cargas quanto para passageiros de Abaetetuba para Belém
do Pará. A relação com o interior foi o elemento que, desde o primeiro momento,
atribuiu um caráter peculiar às composições de Lucas, agregando lirismo e
doçura à sonoridade do músico..
Mestre Vieira (PA) - Nascido em Barcarena, no interior do
Pará, Joaquim de Lima Vieira, o Mestre Vieira, inventou um ritmo que tem
despertado o interesse de pesquisadores e músicos de várias partes do
mundo. Aos 80 anos, o músico possui 15
LPs gravados entre 1979, ano de lançamento do célebre “Lambada das Quebradas”,
e o ano 2000. Em Guitarreiro do Mundo , Mestre Vieira revisita ritmos
como o baião, o choro e o samba, sem deixar de lado as características da
guitarrada, com misturas de cúmbia, lambada e brega. Em um momento especial,
Mestre Vieira deixa a guitarra de lado e pega seu cavaquinho, com o qual toca
sucessos como Cúmbia do Ceará. Retomando a guitarra, o músico ainda brinda o
público com Loirinha, Motoqueiro e De Norte à Sul.
O Feliz Amor do Felino Ferido (GO) - Banda aliterante,
inquietante, alucinante, irritante, pedante, auto-falante, pata de elefante e
tromba de iguana. Músicos interessados e ousados, instigados e passados. O
grupo faz show para um público ensandecido e bem vestido, afinal, dizem eles,
elegância é fundamental.
Ciclone na Muringa |
Pio Lobato - Audacioso em seus projetos musicais, o músico
foi contemplado pelo Rumos Itaú Cultural em duas edições consecutivas, nos anos
de 2001 e 2003. Em 2003, criou e produziu o grupo “Mestres da Guitarrada”, que
estabeleceu uma nova visão do gênero no país.
Atualmente, toca com Dona Onete e
leva a carreira solo fazendo experimentações sonoras que o consolidaram como um
dos grandes nomes da cena musical brasileira.
O seu trabalho solo é um
laboratório de ideias de onde surgem encontros incomuns. Com sua leitura
particular do carimbó, guitarrada e da eletrônica, ele também atua em trilhas
sonoras, entre elas a participação na do filme “Deus é Brasileiro”, de Cacá
Diegues e no “Ribeirinhos do asfalto”, da cineasta paraense Jorane Castro.
Por Acaso – Mais que banda, é uma jam session de música e
dança. Artistas e não artistas, desavisados e a cidade são convidados para
improvisar músicas e danças junto aos cicerones-provocadores pelo grupo de
dança e pelo grupo musical Vida Seca. A ideia é estabelecer um diálogo estético
e sensível com a cidade e seus artistas promovendo intervenções urbanas
abertas, democráticas e seriamente celebrativas. Para quem vem para o improviso
na dança, o aviso é pra trazer corpos disponíveis.
Strobo (PA) - O duo nasce em janeiro de 2011 com objetivo de
aliar à música instrumental uma roupagem pop, utilizando a tecnologia para
misturar timbres sintéticos e acústicos sem restrição. Com nítida influência de
elementos da house music e do rock a banda compartilha de possibilidades que se
devem em grande parte às vivências musicais dos dois integrantes, que vão do
jazz ao carimbó.
Vida Seca (GO) - O grupo Vida Seca possui uma trajetória
artística de 10 anos, período em que vem desenvolvendo pesquisas sonoras com
materiais reutilizáveis, do lixo, da sucata, e de onde mais for possível
aproveitar. Um década dedicada aos espetáculos, oficinas, intervenções, e
também à reflexões sobre o consumo, o descarte, o lugar das coisas que criamos,
que esquecemos e talvez possamos relembrar, recriar.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
23 de setembro QUA
Ágora da Música Brasileira
19h. Cine Paranoá – Sessão Sonora (Jardim Funarte) Gratuito
- Rua 57 n. 60 Centro ( videodança – Porquá e Vida Seca)
- Vida Seca – Som de Sucata em Goiânia (doc. Vida Seca)
- Pau e Corda: Histórias de Carimbó (doc. por Robson Fonseca, Felipe Marcos, André Mardock)
- Exibição de Videoclipe das Bandas que integram a programação. ( Lia Sophia / Carne Doce / Boogarins / Strobo / Félix Robatto / Emília Monteiro)
Ágora da Música Brasileira (Jardim Funarte) Gratuito
19h. Cine Paranoá – Sessão Sonora
- Dona Onete a Encatadora de Botos (doc. Visceral Brasil)
- O Estilo Laurentino (doc. Visceral Brasil)
- Mestre Vieira (doc. Visceral Brasil)
- Rua 57 n. 60 Centro ( videodança – Porquá e Vida Seca)
- 20h. Lucas Guimarães (PA)
- 20h 40 Letícia Fialho (DF)
- 21h 30 O Feliz Amor do Felino (DF)
25 de setembro SEX
Ágora da Música Brasileira (Teatro Funarte Plínio Marcos)
R$ 20,00 (show) (inteira) R$ 60,00 (passaporte dia)
(inteira)
- 16h. Discotecagem + Feira Criativa
- 18h. Vida Seca (GO)
- 19h. Ciclone na Muringa (DF)
- 20h. Dúplice (GO)
- 21h. Pio Lobatto (PA)
Ágora da Música Brasileira (Teatro Funarte Plínio Marcos)
R$ 20,00 (show) (inteira) R$ 60,00 (passaporte dia)
(inteira)
- 16h. Discotecagem + Feira Criativa
- 19h. Strobo (PA)
- 20h. Carne Doce (GO)
- 21h. Félix Robatto (PA)
- 22h. Por Acaso (GO)
27 de setembro DOM
Ágora da Música Brasileira (Teatro Funarte Plínio Marcos)
R$ 20,00 (show) (inteira) R$ 60,00 (passaporte dia)
(inteira)
- 16h. Discotecagem + Feira Criativa
- 17h. Mestre Vieira (PA)
- 18h. Emília Monteiro (AP/DF)
- 19h. Boogarins (GO)
- 20h. Lia Sophia (PA)
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