As montagens do Primeira Campainha, que está em Belém , em circulação contemplada pelo Prêmio Funarte De Teatro Myriam Muniz/2014. O grupo apresenta os espetáculos "Sobre Dinossauros, Galinhas e Dragões", nesta quinta-feira, 2, em duas sessões, às 18h e às 20h, e "Isso é para Dor", na sexta-feira, 3, em mais duas sessões, também às 18h às 20h. No Teatro Universitário Cláudio Barradas.
A circulação é comemorativa dos cinco anos de fundação da companhia e além da região Norte, passa também pelo nordeste e sudeste do país.
Formado pelas atrizes Marina Arthuzzi, Marina Viana e Mariana Blanco, a Primeira Campainha é um coletivo independente respeitado na cena cultural de Belo Horizonte, absorvendo artistas de diversas áreas da comunicação, artes cênicas, dança e do audiovisual, que incrementam a estética de suas produções e os desdobramentos de seus projetos. O coletivo prossegue sua pesquisa em Teatro Fanzine e plagicombinação de linguagens e mídias, extremamente influenciado pela cultura pop apresentando novos formatos de processos e resultados criativos.
Nonada. Um monólito descendo do céu ao som de “Assim falou Zaratustra”. Nietzsche, Strauss e Kubrick? Elvis? Todos juntos, e nenhum deles. Há cinco anos a Primeira Campainha desabava sobre o teatro mineiro, não como o bloco negro do filme “2001, uma odisséia no espaço”, mas como um amontoado furta-cor de influências e referências.
Melodrama, cultura pop, contracultura e política. A mulher gritando de onde, aqui no século XXI? Em Belo Horizonte ou Amsterdã, para dentro dos portões laranja de uma garagem da Zona Leste belo-horizontina – local onde o grupo muito ensaiou durante esses anos. Espaços alternativos ou tradicionais. Qual é o lugar do teatro, hoje? Com quais artes e linguagens pode dialogar? O cinema, a TV, a internet e seu CTRL+C/ CTRL+V, com o mesmo cheiro de álcool de uma cópia mimeografada. A mesma lua, o mesmo conhaque, e com todo glamour.
Cinco anos podem ser apenas uma infância. Mas para este bando que há meia década levanta uma nuvem de purpurina em Belo Horizonte, é tempo de construção e desconstrução, invenção e reinvenção. Meia década de sobrevivência. E por quê? Por puro atrevimento, por ter mais o que fazer, e ter mais é que fazer. Por amor ao teatro, a amizade, a coragem.
Primeira Campainha bate papo após segunda sessão
Após as apresentações das 20h, haverá bate - papo com o público sobre o processo criativo da companhia enfatizando as duas montagens trazidas a Belém.
Sobre Dinossauros, Galinhas e Dragões (2010) - comédia existencial e absurda onde as atrizes constroem um almanaque de pós modernidade repleto de citações, clichês, referências à cultura pop, nerd, trash, cinematográfica e musical em formato de revista para aficionados (fanzine).
Um verdadeiro show de variedades, a peça aborda reflexões existenciais e filosóficas usando música, vídeo, vídeo game mesclando múltiplas referências. Desde fragmentos de autores célebres e virais da Internet, da televisão a Dostoievski, a trilogia se completa com uma grande brincadeira cênica.
Ficha Técnica
- Concepção, dramaturgia e direção: Primeira Campainha
- Assistência de Direção e Coreografias: Guilherme Morais
- Atrizes: Mariana Blanco, Marina Arthuzzi e Marina Viana
- Cenário e Figurino: Mariana Blanco, Marina Arthuzzi e Marina Viana
- Iluminação: Marina Arthuzzi
- Playbacks: Ernani Maletta
- Locução: Raul Neto
- Programação Visual: Ana Alyce Ly, João Santos e Tomás Arthuzzi
- Vídeos: Joacélio Batista e Luiz Felipe D’Avilla
- Consultoria Musical: Alex Queiroz, Humberto Augusto e Kiko Ferreira
- Consultoria Tecnológica e Circuit Bending: Daniel Herthel
Isso é para dor (2014) - O coletivo encontrou no Diário de Anne Frank o fio condutor para a montagem. No limite da agonia de uma espera melancólica, três mulheres - Benjamim, Shirley e Vonda, ensaiam sobre seu próprio estar em um mundo que desmorona.
Outras referências foram trazidas à cena, lidas, relidas e subvertidas: King Kong no alto do Empire StateBuilding, o discurso final de Charles Chaplin em “O Grande Ditador”, a morte da mãe de Bambi e o desfecho trágico de “O Lago dos Cisnes” foram utilizados para abordar a complexidade e os conflitos humanos. Um teatro de densidade e sátira, do pop e ao absurdo, do atemporal e ao contemporâneo.
Ficha técnica
- Prêmio Fundação Clóvis Salgado de Estímulo às Artes Cênicas de 2013
- Concepção: Primeira Campainha e Byron O’Neill
- Direção e dramaturgia: Byron O’Neill
- Atuação: Mariana Blanco, Marina Arthuzzi e Marina Viana
- Direção de Movimento: Guilherme Morais
- Preparação para ballet: Fernando Borges Barcellos
- Cenário e cenotécnica: Daniel Herthel
- Figurino: Cynthia Paulino e Mariana Blanco
- Maquiagem e visagismo: Gustavo Castro
- Iluminação: Jésus Lataliza e Sabará Orlan
- Trilha Sonora: G.A. Barulhista e Ricardo Koctus
- Programação Visual: Paulo Marcelo Oz
Serviço
Sobre Dinossauros, Galinhas e Dragões - 2 de junho, quinta-feira, às 18h e às 20h (duas sessões). Isso é para a dor - 3 de junho, sexta-feira, às 18h às 20h (duas sessões). Bate-papo com o público após as sessões das 20h. Classificação 12 anos. No Teatro Universitário Cláudio Barradas - Rua Jerônimo Pimentel, 546, Bairro Umarizal. Ingressos: R$ 20,00 (inteira), vendidos na bilheteria do teatro. Informações: (91) 9 8177.7504.
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