16.1.17

Diego Santos lança CD em noite especial no Gilson

Diego Santos
A noite integra a programação de reabertura do maior reduto do choro e samba do Pará. Após a reforma, contemplada pelo Prêmio Funarte de Programação Continuada para a Música Popular 2015, os chorões, que ficaram sem a Casa do Gilson, por seis meses, agora estão rindo à toa. Além do lançamento do 1o e super aguardado álbum do violonista Diego Santos, o espaço reunirá, nesta sexta-feira, 20, a partir das 20h, outros nomes consagrados do choro paraense. Gratuito.

Biratan Porto, Paulinho Moura e Cardosinho marcam presença e apresentarão canções do disco "Terça de Cordas", recebendo como convidados, Andréa Pinheiro, Delcley Machado, Márcio Jardim, Nego Nelson, Marcos Puff e Lany Tavares.

O jovem músico Diego Santos acredita que não poderia haver lugar melhor para lançar seu primeiro disco, produzido com o edital Seiva 2016, da Fundação Cultural do Pará, e leva o próprio nome do artista. "É gratificante porque esse lugar é uma escola, um marco na minha vida. Foi onde conheci grandes músicos e percebi que precisava tocar de outra forma, estudar mais, e agora é o momento de agradecer a esse espaço e aos músicos que sempre me incentivaram a seguir em frente”, comemora o violonista de 32 anos, um dos destaques da nova safra de chorões do Pará que tem sua história entrelaçada a da Casa.

Com sete faixas instrumentais realizadas em parceria com Carla Cabral, Cardosinho e Leandro Dias, o disco demonstra a versátil formação musical de Diego: baião, lundu, samba, valsa e, claro, choro, ritmo que há dez anos acompanha o violonista, que já participa de projetos como "O Mercado do Choro", com disco lançado no final de 2016; e "Sapecando no Choro", que gravou “De encomenda”, em 2009. Diego participou ainda do álbum duplo Violões do Pará, lançado por Salomão Habbib e Sebastião Tapajós em 2014.  

Sobre as terças feiras na casa do Biratan Porto

Paulinho Moura
Lançado em 2004, o álbum Terça de Cordas é fruto dos encontros que aconteciam na casa do músico e cartunista Biratan Porto. Lá, durante anos, Paulo Moura e Cardosinho passaram as terças-feiras celebrando a vida entre doses de vinho, boa comida e muitos acordes. 

“Nos encontrávamos sempre às terças porque era o dia que a gente tinha livre. Vinha todo mundo para minha casa e cada um trazia um instrumento, outro trazia uma letra. Várias composições e parcerias surgiram e resolvemos registrar em disco”, conta Bira.

Paulinho Moura, outro músico fundamental para a história atual do ritmo no estado, é responsável pelo projeto “Choro do Pará”, que desde 2006 oferece oficinas gratuitas de cavaquinho, bandolim, flauta, violão 7 cordas e percussão, e formou uma nova geração de chorões no estado. 

O que a Casa do Gilson tem a ver com isso? Para Paulinho, muito.  “A Casa do Gilson é um espaço catalizador, onde ocorrem os encontros que fazem as coisas acontecerem. Todos os músicos de renome que visitam Belém vão para lá, assim como a nova geração passa e surge ali”, diz

Nego Nelson
O disco "Terça de Corda"  reúne 15 canções e traz participação de convidados ilustres, que voltam a tocar o fruto da confraria na Casa do Gilson: Andréa Pinheiro, Delcley Machado, Márcio Jardim, Marcos Puff, Nego Nelson e Lany Tavares. 

Nego Nelson começou seus estudos com Tó Teixeira, histórico mestre instrumentista e compositor, e é autor de uma centena de músicas, com repertório eclético, que passa por eruditos, valsas, carimbós, sambas, jazz, boleros, blues, bossas e ritmos latinos. 

Criador de 33 choros, Nego Nelson vai apresentar canções interpretadas por Andréa Pinheiro, que estão no Terças de Corda. Ele resalta a importância da Casa do Gilson.

"Ela manteve o choro em Belém. Esse movimento do choro não existe em qualquer lugar do Brasil. Tanto que agora, na reabertura, vemos uma garotada tocando, frequentando. Dá gosto”, diz Nego Nelson, reconhecido nacionalmente pelo seu virtuosismo.

Maior reduto do choro no paraense

Reduto dos chorões do Pará e dos que chegam por aqui
Em outubro de 1987, a Casa do Gilson surgia nos fundos da residência no bairro da Condor, em Belém. Naquele barracão com teto de palha, músicos amigos se reuniam aos finais de semana para tocar samba de raiz e os clássicos de Pixinguinha e Jacob do Bandolim. 

De lá para cá, são muitas histórias. Diversos artistas consagrados já passaram pelo espaço: Sivuca, Paulinho da Viola, gente do Época de Ouro, como César Farias, Ronaldo do Bandolim.

“Essa casa tem alma”, garante Gilson Rodrigues, responsável por insistir ao longo de quase 30 anos em manter sua casa aberta aos chorões. “Tenho a impressão que a minha vida toda foi em torno da música. Desde quando eu era garoto, meu pai tocava violão. É de família”, diz o artista, na tentativa de explicar o motor que manteve aceso o desejo de criar e manter um espaço independente dedicado às alegrias do encontro entre bandolim, cavaquinho e violão.

Registros em documentário e CD aos 20 anos

Em 2008, comemorando os 20 anos da casa, foi lançado um CD, com 33 faixas. O documentário “Casa do Gilson, Nossa Casa”, de Chico Carneiro (2003), mostra as atividades no espaço e o clima de amizade entre os músicos. Atualmente, a Casa do Gilson mantém a programação voltada às rodas de choro, samba e música brasileira. De sexta a domingo, grupos como Gente do Choro e Galo Garnizé fazem a programação do lugar.

Serviço
Programação de reabertura da Casa do Gilson. Shows de Diego Santos, lançando o primeiro álbum, e "Terça de Cordas", com  Biratan Porto, Cardoso, Paulinho Moura e os convidados Andréa Pinheiro, Delcley Machado, Nego Nelson, Marcos Puff, Lany Tavares e Márcio Jardim. Nesta sexta-feira, 20, às 20h. Entrada gratuita. Endereço: Av. Padre Eutíquio, 3172, bairro da Condor, Belém. Informações: 91 3272-7306 / 3271-0295.

(Holofote Virtual com informações da assessoria de imprensa)

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