14.1.17

Landa de Mendonça canta em espetáculo no Rio

Morando no Rio de Janeiro, a atriz paraense, estreou ontem (13), como cantora, na Casa Olho da Rua, espaço cultural em Botafogo, na 1a edição do “Divas: Mulheres cantam músicas de cinema”, projeto de empoderamento feminino de expressão artística. Além das cantoras envolvidas, toda equipe técnica do evento é comandada por mulheres. 

Lembro de ter visto aqui em Belém a Landa de Mendonça cantando, em projetos que somavam teatro, música e poesia, mas ontem ela literalmente subiu ao palco como cantora. A estreia, me disse a pouco, foi um sucesso. A próxima apresentação será no dia 27 de janeiro, às 20h, também no Olho da Rua.

No projeto "Divas', cada uma das cantoras convidadas, são três, escolhe uma trilha sonora de filme para interpretar. Landa Mendonça escolheu cantar as músicas da trilha sonora do filme “Noel, o poeta da vila”, drama biográfico dirigido por Ricardo van Steen sobre o Poeta da Vila, que foi projetado em um telão, enquanto o show rolava no palco. 

“Eu já tinha cantado Chico Buarque em Belém", relembra. Na época, a atriz integrava o grupo "Verbus", que apresentou “Sobre nós, sobre Chico, sobre todas as coisas”, ao lado de Carlos Vera Cruz e Thales Branche.  "Escolhi o Noel agora por uma dívida minha como artista por nunca tê-lo incluído em trabalhos com cena. E é lindo apresentar Noel às novas gerações. 

"Ontem vários jovens de vinte e poucos anos vieram me perguntar mais sobre ele”, comemora, ao lado dos amigos paraenses que abraçam com ela o projeto, a jornalista Daniela Damaso e o ator Carlos Vera Cruz, que também estão morando no Rio.

E depois da apresentação de ontem, novas ideias surgiram, ampliando o projeto. “Eu vou escrever um roteiro maior com Dramaturgia minha, feita com colagens de depoimentos dos que eram próximos de Noel. Quero reunir músicos lá de Vila Isabel, onde ele morava”, revela.

Atriz e cantora, ela assina a direção geral do show traz os músicos Rafael Oliveira (violões), João Felipe da Fraga (violino), Adyr Francisco (viola de arco) e Marcelo Amaro (percussão), além do maestro Mateus Araújo, casado com a atriz, na direção musical e arranjos. O espetáculo conta, ainda com participações de Luan de Almeida e Ana Paula Rodrigues.

“É um grande desafio como artista. Sou atriz e essa é a primeira vez que subirei ao palco como cantora. É uma honra trabalhar com o Mateus, importante referência para mim na música, um profissional que me abriu várias possibilidades de conhecimento sobre a música. Ensinou que música não é fundo para alguma coisa, é a própria personagem. E é essa a proposta do espetáculo”, explica Landa. 

Mateus foi regente titular da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, em Belém, entre 2005 e 2009 e atualmente integra o Departamento Artístico da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira, assumindo, desde 2011, o cargo de regente titular da OSB Jovem. 

“Quando viemos morar no Rio, trabalhei muito tempo como agente dele, pois precisava ter tempo para cuidar da nossa filha, ainda pequena”, diz Landa que também aproveitou o tempo para estudar artes cênicas na Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Pena, com o grande ator de cinema, TV e cinema, Anselmo Vasconcelos, e chegou a fazer alguns espetáculos, dentro da própria faculdade.

Landa diz que está em um momento especial. Investiu nesta apresentação. “Recebemos o convite e temos cachê, mas precisamos produzir cenário e figurino e também na divulgação do trabalho. Estou muito entusiasmada e querendo mais”, disse pra mim quando a abordei pelo facebook, assim que vi a notícia sendo postada em sua página esta semana.

Após o espetáculo em homenagem a Noel Rosa, também se apresentam as cantoras Nivia Terra, integrante do bloco “Filhos da Martins”, que escolheu a trilha sonora de “Cazuza, o Tempo não Pára”; e Renata Zé, da banda “Os Zéz”, cantando a trilha sonora de “À prova de Morte”, do consagrado diretor Quentin Tarantino. 

A arte de multiplicar talento no palco

“Ator tem que ser curioso, estar antenado e ver de tudo, tudo que é peça. Ouvir vários estilos de música e assistir diversos filmes. Além disso, nunca parar de estudar e de pesquisar”, disse ela em uma entrevista concedida quando chegou na capital carioca, ao blog Ver o Pop, do jornalista Sidney Oliveira, também radicado no Rio de Janeiro. 

A carreira de atriz é retomada trazendo junto seu dom natural para cantar. Olhar para trás é ter certeza de que escolheu o caminho certo, fortalecendo o caminho que se aponta em 2017. Para Landa, o ator precisa somar em sua formação, aprendendo a cantar, dançar e ser acróbata.

O primeiro espetáculo ela faz questão de citar, foi “Chapeuzinho vermelho”, que fez aos 4 anos, na escola aqui em Belém. O interesse pela atuação veio cedo, mas ela acabou indo estudar, primeiro, Direito. Foi só no ano 2000, que o teatro veio à tona e entrou definitivamente em sua vida, com a matrícula na Escola de teatro e Dança da UFPA.

A primeira montagem já na escola foi “Amor-te-mor”, dirigido por Wlad Lima e Karine Jansen, baseada no livro 100 anos de solidão, de García Marquez. Landa interpretou nada menos que Úrsula Buendía. Depois fez “Laquê”, do grupo Cuíra, também com direção da Wlad e também Cláudio Barros. Ao longo dos anos em que estudou na ETDUFPa, as várias aparições do grupo "Verbus", agitavam as noites em bares que abriam espaço às intervenções artìsticas em Belém.

DIVAS

Direção geral e voz: Landa de Mendonça
Direção musical e arranjos: Mateus Araujo
Violão: Rafael Oliveira
Violino: João Felipe da Fraga
Viola de arco: Adyr Francisco
Percussão: Marcelo Amaro
Participações especiais: Luan Almeida e Ana Paula Rodrigues
Arte Gráfica: Carlos Vera Cruz
Assessoria de imprensa: Daniela Damaso
Consultoria de figurino e cenografia: Darlon Silva
Produção: Kika Hamaoui

Serviço
Show “Divas, mulheres que cantam músicas de cinema”. Dia 27 de janeiro, das 20h às 22h, no Espaço Olho da Rua. Rua Bambina, 6 – Botafogo. Ingresso: R$ 20,00. Meia entrada R$ 10,00.

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