24.1.17

Temporada Minni Paulo com três noites de jazz

Minni Paulo
O contrabaixista vai tocar músicas do primeiro e do último disco, "Floresta das Chuvas" e "Voar", respectivamente, além de músicas novas. No palco, ele tem músicos como o pianista Robenare Marques, o saxofonista Elias Coutinho e o baterista Tiago Belém, formando o Quarteto Equilibrium. É assim que o improviso e a alma do jazz vão tomar a Casa do Fauno nesta sexta-feira, 27 de janeiro, e ainda nas sextas de 10 e 24 de fevereiro. Os shows iniciam sempre às 22h. A entrada é R$ 10, 00. Na Rua Aristides Lobo, 1061, entre Benjamin e Rui Barbosa. Reservas de mesa pelo fone 98705.0609.

A temporada de Minni Paulo, no iniciozinho de janeiro miou, quer dizer, molhou. A forte chuva que caiu sem parar na sexta-feira, 13, em Belém do Pará, impediu a estreia. O palco da casa fica no charmoso quintal, até então sem cobertura. Mas agora vai. No repertório, além das músicas do primeiro e do mais recente trabalho, o contrabaixista já disse que vai mostrar coisas totalmente inéditas. Duas músicas, que foram feitas esta semana, por exemplo. De não novas, só uma ganhou nome, ao menos até este momento em que escrevo esta matéria. Pergunto então como a chamou. “Antilhesa”, disse o músico. 

Lançado em 1998/1999, “Floresta das Chuvas” teve 10 mil cópias vendidas e deve ganhar mais uma edição em 2017. "Vou relançá-lo junto com o Voar, o novo trabalho", promete Minni Paulo.  O primeiro disco da carreira é festivo. A primeira faixa certamente a mais tocada, “Festa do Curiarú” é o maior exemplo disso, intensa e esfuziante, dá vontade de sair pulando. Segue assim com “Dança Nativa”, “Caboca Cheirosa”, “Saudades do Amazonas”, para ganhar um ar de calmaria em “Aranaí”, e ir fechando com “Madrugada”, “Yanomami” e “Refelado Coração”.

Quarteto Quilibrium
Do Voar, disco ainda não lançado, mas cujas composições, Minni apresentando ao público nas diversas apresentações que vem realizando em espaços de teatro e bares da cidade. As inéditas “Voar”, que dá nome ao disco, e “Wapary”, estão dentro, mas Minni também avisa que desta vez vai incluir outras também do disco. 

Trazendo experiências múltiplas na carreira, com fases trabalhando na Europa, Minni é referência da música instrumental feita no norte do país.  

O músico integra a geração que virou os anos 1970 para 1980 ao som da música instrumental, em Belém. Nesse período integrou o grupo O Sol do Meio Dia, ao lado de vários outros instrumentistas, entre eles os violonistas Rafael Lima e Albery Albuquerque, e o percussionista Zé Macedo. Os quatro, aliás, subiram juntos ao palco em 2016, tocando canções do Sol do meio Dia. Isso foi em junho, no “Música Plural”, do Albery Project, show que aliás chegará ao quintal da Casa do Fauno, no dia 30 de março. Também será uma grande apresentação.

De volta ao quintal da Casa do Fauno
Em Belém, além de ser pioneiro no gênero, Minni Paulo também fomenta o circuito realizando, desde 2003, o Baiacool Jazz Festival, que além de ações formativas na área da música, já trouxe para apresentações em Belém e em Salinas, atrações como o saxofonista Leo Galdeman, o violonista Toninho Horta, o baterista François Morin, o  multi Hermeto Pascoal, o trompetista Marcio Montarroyos e o pianista Jeff Gardner, entre outros. Além de reunir os músicos conterrâneos, claro. 

Em 2017, o Baiacool está previsto para maio, em Belém. Minni, que também é produtor, diz que ainda está fazendo captação de recursos, que faz por meio de leis de incentivo. O evento continua sendo referência no mapa da música instrumental no país, e na região norte, um dos poucos festivais de jazz existentes. Esperemos que este ano não nos falte!

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