21.4.19

Arthur Nogueira, em um espetáculo de delicadezas

Itinerâncias, patrocinado pelo Banco da Amazônia, com produção da Senda Produções, e abraçado pelo Parque Musical, projeto de ocupação do Teatro Gasômetro (Secult), que une as cenas local e nacional, foi um presente ao público que aliás, lotou todo o espaço. Arthur Nogueira nos brindou, neste último sábado (20), com a palavra, a canção nutrida de poesia.

Havia tempo que não ouvia Arthur, ao vivo. Desde que partiu de Belém, venho acompanhando seus movimentos potentes pelo sudeste, onde atualmente reside, por meio das redes sociais e plataformas digitais. Ontem, porém, posso dizer que fiquei, como muitos ali, impactada.

O artista usa a voz como poucos, domina a situação, sem exageros, sente-se à vontade em um palco, que esteve durante toda a noite iluminado por memórias afetivas, festa da trajetória e, o melhor que considero, o reconhecimento da plateia. Contou muitas histórias, como ter conhecido a casa em que viveu Rimbaud, o poeta francês, Arthur também como ele, em Charleville-Mézières.

Na primeira parte da apresentação mostrou trabalhos de discos anteriores e algumas canções mais recentes. Na segunda, recebeu Fernanda Takai, que é outra delicadeza. No momento em que fizeram quatro músicas juntos, foi  de muita descontração. A cantora e autora tem um ótimo senso de humor, e foi muito bacana o bate rebate do papo entre os dois.

A eterna menina do Pato Fu carrega com ela toda a poesia também. Tivemos, ainda Pratagy, artista que segue sua cena autoral em Belém e foi apresentado por Arthur, como um de seus grandes parceiros na atualidade.

Não deixou, claro, de reverenciar Antonio Cicero, parceiro dos mais relevantes em sua vida, com quem fez “Sem medo, nem esperança”, gravada por Gal Costa, sendo isso um marco em sua trajetória. O show contou ainda com o excelente instrumentista Jacintho Kawage, no piano elétrico, Lucas Torres, na guitarra, e Bruno Valente, no violoncelo.

Arthur, que completou uma década de carreira, a partir do lançamento do primeiro CD, em 2009 (Mundano), faz aniversário amanhã (22), 31 anos, a maior parte deles vividos nesse mergulho poético com a música.

Acabou de lançar um EP “Coragem de poeta”, com canções de artistas que o inspiram e também os novos álbum e show da Fafá de Belém, “Humana”. Vai iniciar agora a curadoria de um projeto reunindo poetas e "cantautores", em São Paulo.

“Pretendo começar a compor para um novo disco também e quem sabe lançá-lo no ano que vem˜, me contou ele em entrevista para o Holofote Virtual, antes do show de sábado. Segue aqui o link para quem não leu.  (http://holofotevirtual.blogspot.com/2019/04/arthur-nogueira-fala-sobre-o.html). 

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