4.8.22

Festival Sonido anuncia programação da 5a edição

João Donato
Foto: Clever Barbosa
Depois da experiência de 2021, de acompanhar o Sonido em sessions pelo YouTube e pela TV fechada, o público voltará a curtir shows ao vivo no Mercado de Carnes Francisco Bolonha, no Complexo do Ver-o-Peso, em Belém, onde o evento será realizado de 26 a 28 de agosto.

O Sonido Música Instrumental & Experimental surge em 2015, promovendo grandes encontros neste ano não será diferente. A produção do evento divulgou hoje a programação da 5ª edição presencial, que  reúne artistas da cena paraense e brasileira, e aqui peço licença para destacar o que, na minha opinião, será uma das coisas que tornará inesquecível o festival deste ano, que é a presença de João Donato, em Belém. Abençoada curadoria! 

João Donato é um dos maiores mestres da música brasileira, está prestes a comemorar 70 anos de carreira e segue como uma referência internacional por sua bossa-nova jazzística misturado ao samba, baião, hip-hop e funk. Pianista, acordeonista, arranjador, cantor e compositor, ele deveria dispensar maiores apresentações, mas o fato é que talvez poucas pessoas saibam que canções "Simples Carinho", "Até Quem Sabe" e "Nasci Para Bailar", gravada, aliás, por Paulo André Barata, são dele. 

É que, segundo o crítico musical Tárik de Souza: "Durante muito tempo, João Donato foi um mito das internas da MPB. Gênio, desligado, louco, de tudo um pouco". O primeiro instrumento dele foi o acordeão, que ele ganhou aos oito anos e compôs sua primeira música, a valsa "Nini". E antes de completar 12 anos, o pai presenteou-lhe com acordeões de 24 e 120 baixos. 

Nascido em 17 de agosto de 1934, no Acre, em 1945, foi morar com seus no Rio de Janeiro, onde deu início a sua história na música brasileira, tornando-se um dos expoentes do movimento bossanovista, ainda que não tenha se deixado caracterizar  por essa vertente unicamente. Enveredando assim pela música de forma criativa, promovendo fusões de jazz e música latina. 

Nos anos 1950, mudou-se para os Estados Unidos, onde residiu por treze anos e realizou o que nunca tinha conseguido no Brasil: reincorporar a musicalidade afro-cubana ao jazz. Gravou o disco A Bad Donado, compôs músicas como "Amazonas", "A Rã" e "Cadê Jodel". Ao retornar ao Brasil, reencontra-se com a música brasileira, participando, como arranjador, de discos de Gal Costa e Gilberto Gil. Vais ser com certeza uma honra nossa ver seu show no Mercado Bolonha, num evento que privilegia a música instrumental brasileira sem fronteiras. Tô dentro!

Guitarrada e outras inovações da música instrumental

Clube da Guitarrada
Foto: Isabella Moraes
Outra atração parada dura será a do Clube da Guitarrada que em 2021 se apresentou de forma on-line e nesta edição presencial recebe os mestres Aldo Sena e Curica. Tem ainda Berra Boi com o guitarreiro Félix Robatto, numa parceria inédita nos palcos. E, se em 2019, eles eram atração do after, neste ano o duo Marapuama se apresenta ao lado da baixista Inesita. 

O trio Pirucaba Jazz volta a Belém, depois de ter sido atração do Festival Se Rasgum (2011), para encontrar a violonista Melina Fôro. O novíssimo projeto Realce, que une os produtores e multi-instrumentistas Mateus Estrela e Leonardo Chaves, mistura música eletrônica com rock, num encontro com a também multi-instrumentista Raissa Tyger, que tocará guitarra nesta apresentação.

Entre as novidades, a primeira banda instrumental negra LGBTQI+ com as baianas d'As Panteras Negras, a surf music e a sonoridade dos 50 e 70 do quarteto dos gaúchos As Aventuras e o rock psicodélico manauara do trio O Tronxo. Inspirado no blues, vem a guitarra amazônica do projeto Puget Blues, que reúne músicos da cena de Belém. 

As baianas d'As Panteras Negras
Foto: 

Também de Belém,  e depois de passar uma temporada de 15 anos morando na Europa, onde tem carreira musical, Felipe Sequeira apresenta seu novo projeto, composto de um time de músicos da cidade das mangueiras para mostrar seu jazz e se reconectar com suas influências musicais amazônicas. 

Já a Orquestra Brasileira de Música Jamaicana promete colocar todo mundo pra dançar ao som de versões de grandes clássicos da música brasileira em ritmos jamaicanos criados nas décadas de 50 e 60. 

As festas afters do Festival Sonido já viraram tradição. Para abrir em grande estilo, no dia 25, sexta-feira, a partir das 19h, acontece o Esquenta no Vinil, com entrada gratuita no Ná Figueiredo e com os DJs sets de Carol Morena, uma das organizadoras do festival baiano Radioca e da dupla fundadora da produtora Se Rasgum: Renée Chalu e Marcelo Damaso e Gbandini. Já na sexta e no sábado (26 e 27/8), tudo vai rolar a partir das 22h, no Rebujo.

Tais noites contarão com a live do duo Forró Red Light, que tem batidas eletrônicas como ponto de partida para ritmos tradicionais e dançantes da música brasileira, além do lançamento do novo trabalho do DJ produtor paraense STRR, o projeto solo de Mateus Estrela, de Luh Del Fuego, codinome de Luciana Simões, vinda direto de São Luís (MA), e de Damasound (aka Marcelo Damaso). Os ingressos estarão à venda no Sympla (link para venda de ingressos).

Desdobramentos e oportunidades

Inesita
Foto: Ygor Negrão

O Festival Sonido é uma criação da Se Rasgum Produções que, há quase 20 anos, abre espaço para a música autoral na cidade, focando na construção de um público aberto a novidades, criando oportunidades, promovendo a troca entre artistas locais e nacionais, além de movimentar a economia local através da cultura.

Novidade deste ano é que, pela primeira vez, o Festival amplia seu alcance e se desdobra em mais uma edição que acontecerá nos dias 2 e 3 de setembro em Parauapebas, interior do Pará. A programação conta também com a realização de oficina de musicalização infantil ministrada pela musicista Ângela Rika, voltada para as crianças da comunidade do Bengui, em Belém.

Além de shows e festas, o festival também vai oferecer uma oficina de musicalização infantil ministrada pela musicista Ângela Rika, na Usina da Paz - Bengui, voltada para as crianças da comunidade. A oficina terá inscrições gratuitas. 

O 5° Festival Sonido tem o patrocínio Master do Instituto Cultural Vale e Banpará por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio Cultural da Secretaria Municipal de Economia, Fumbel, Prefeituras de Belém e Parauapebas. Realização Se Rasgum, Secretaria Especial de Cultura e Ministério do Turismo.

PROGRAMAÇÃO 

26, 27 e 28 de agosto - entrada gratuita

Belém, Mercado de Carnes Francisco Bolonha, Complexo do Ver-o-Peso

lotação sujeita à capacidade do Mercado 

26 de agosto - sexta-feira

A partir das 19h

Clube da Guitarrada + Mestre Aldo Sena + Mestre Curica

Berra boi + Félix Robatto

As Panteras Negras 

Marapuama e Inesita

27 de agosto - sábado

A partir das 19h

Orquestra Brasileira de Música Jamaicana

O Tronxo

Felipe Sequeira

Realce + Rayssa Tiger 

28 de agosto - domingo

A partir das 19h

João Donato e Trio

As Aventuras

Puget Blues

Pirucaba Jazz + Melina Fôro

ESQUENTA NO VINIL

25 de agosto 

A partir das 19h 

Ná Figueiredo - R. Gentil Bittencourt, 449

Entrada gratuita

SONIDO PARTIES

26 e 27 de agosto

A partir das 22h

Rebujo - R. São Boaventura, 171 - Cidade Velha

Ingressos no Sympla: xxxx

26 de agosto

Forró Red Light (DF)

Chico Corrêa (PB)

STRR (PA)

27 de agosto

DJ Jurássico (SP)

Damasound (PA)

Luh Del Fuego (MA)

Nat/Esquema

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