21.8.22

UFPA realiza colóquio em homenagem a Saramago

“José Saramago: palavra, pensamento, ação” será realizado de 22 a 24 de agosto, no Centro de Eventos Benedito Nunes, no Campus Guamá, reunindo convidados internacionais, nacionais e locais para discutir o legado da obra e do pensamento humanista de José Saramago. 

Único escritor de língua portuguesa agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, José Saramago nasceu no dia 16 de novembro, mas as celebrações em torno de seu centenário de nascimento já iniciaram em junho com a exposição “A Oficina de Saramago”, aberta na Biblioteca Nacional de Portugal. O Colóquio "José Saramago: Palavra, Pensamento Ação, realizado pela UFPA em parceria com a Fundação José Saramago, é o segundo evento desse calendário oficial

A cerimônia de abertura, às 16h,  contará com a apresentação da Orquestra Sinfônica Altino Pimenta, da Escola de Música da UFPA, sob a regência do maestro Miguel Campos Neto e da maestra Cibelle Donza, com participação da solista Dayse Addario. Na sequência, será composta a mesa oficial de abertura com as presenças do reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho; do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues; da vice-cônsul de Portugal em Belém, Maria Fernanda Pinheiro; da presidenta da Fundação José Saramago, Pilar del Río; e do curador do Colóquio, Carlos Reis.

Após a live 
Teatro Cláudio Barradas
Foto: Holofote Virtual/LM

A partir das 17h, haverá a conferência “José Saramago: a ficção como lugar de resistência”, que será proferida por Carlos Reis. No final do primeiro dia, também haverá o lançamento e sessão de autógrafos do livro Literatura e Compromisso, que reúne textos de doutrina literária e de intervenção social, de autoria de José Saramago, com seleção, introdução e notas de Carlos Reis, coedição da Editora da UFPA (ed.ufpa) e da Fundação José Saramago.

“Em um dos textos, José Saramago fala sobre esses conflitos por terra na Amazônia e dessas violências cometidas contra os trabalhadores rurais, o que mostra que ele era um pensador antenado com o que acontecia no mundo”, comenta Emmanuel Tourinho que também adianta em primeira mão:

“Na terça-feira, 23, vamos realizar dentro da programação do colóquio, o pré-lançamento, no Brasil, do livro “A intuição da ilha - Os dias de José Saramago em Lanzarote’, livro que Pilar del Río escreveu durante a pandemia e que será lançado oficialmente no final desta semana, em São Paulo. O livro já está em pré-venda no site da editora.

Parceria entre UFPA e Fundação José Saramago

O Reitor, Pilar e Beatriz, 
no Teatro Cláudio Barradas.
Foto: Holofote Virtual/LM

Pilar del Río é jornalista, tradutora e escritora. Foi tradutora para a língua espanhola de vários romances de Saramago e recebeu o Prêmio Luso-Espanhol de Arte e Cultura (PLEAC), instituído por um protocolo de cooperação entre os Ministérios da Cultura de Portugal e Espanha. Publicou Los andaluces (Editorial Epidauro, 1979), em coautoria com Juan Teba, além das crônicas de A Intuição da Ilha (Intineraria Editorial, 2022).

Na última sexta-feira (20), ela já estava em Belém e participou de outra iniciativa da UFPA, em parceira com a Fundação Saramago, que recebeu convidados e jornalistas no Teatro Universitário Cláudio Barradas, para acompanharem, presencialmente, “Por um direito que respeite - Uma justiça que cumpra", uma conversa entre a presidenta da fundação José Saramago e a antropóloga e professora da UFPA, Beatriz Matos, esposa do indigenista Bruno Pereira, assassinado junto ao jornalista Dom Philips, no Vale do Javali, no Amazonas. 

O evento foi transmitido ao vivo mas ainda pode ser visto no canal de Youtube UFPA oficial. Tem cerca de uma hora de um relato esclarecedor de Beatriz, estimulado pela delicadeza e indignação de Pilar, ao entrevistá-la. Foi a primeira entrevista que Beatriz deu na presença de um público. Pilar iniciou a conversa de forma delicada. "Para começar, antes de mais nada, como estás?”, indagou. "Aos poucos estou recobrando a rotina com meus filhos”, responde Beatriz que diz viver uma ambiguidade e que agora, após tudo que houve, até o funeral, a consciência da ausência de Bruno se acentua. 

Durante o relato de Beatriz, Pilar ressaltou inúmeras vezes ser incompreensível e inaceitável que pessoas sejam mortas por estarem fazendo o seu trabalho, um trabalho a favor de toda uma sociedade. O evento antecedeu o Colóquio, que abre nesta segunda-feira, 22, e logo após a transmissão da live, o Reitor Emmanuel Zagury Tourinho falou ao Holofote Virtual.

Beatriz Matos e Pilar del Río
Foto: Holofote Virtual/LM

Ele ressaltou a importância dessa parceria e colaboração entre a universidade a Fundação José Saramago, que vem somando, desde 2013, com o trabalho desenvolvido pela Reitoria para edificar a Universidade Federal do Pará, como uma universidade envolvida com os grandes problemas e questões da região amazônica e do Brasil. 

“Enfrentamos os desafios que todas as sociedades contemporâneas enfrentam de construção de uma sociedade com justiça e Direitos Humanos respeitados, então tem sido muito boa essa interação com a fundação José Saramago e estamos felizes de contar com a presença da Pilar del Río neste evento com a Beatriz Matos, e também nesta semana com o colóquio, que celebra o centenário de nascimento de José Saramago”, disse.

Pílar del Rio e Carlos Reis ainda ficam no Brasil para mais duas ações, após as atividades em Belém. Na quinta-feira (25), haverá uma homenagem da Cia das Letras, em São Paulo, no Sesc Pinheiros, onde o livro de Pilar será lançado oficialmente; e no Rio de Janeiro, de 30 de agosto a 1º de setembro, quando o Real Gabinete Português de Leitura realizará o programa “À Luz da Claraboia” , uma homenagem a José Saramago, reunindo escritores, acadêmicos, jornalistas e editores, para celebrar a obra do Prêmio Nobel de Literatura. 

Programação do Colóquio na UFPA

https://centenariosaramago.ufpa.br/colóquio/programação

A entrada é franca até a lotação do auditório.

Convidados 

 https://centenariosaramago.ufpa.br/colóquio/convidados

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