14.10.22

"Cantigas de Lelê" sai em formato físico e digital

Já está nas plataformas digitais da música e na última quinta-feira, 13, também ganhou formato físico. Marcos Campelo fez audição coletiva de "Cantiga de Lelê", no Espaço Boiúna, reduto de músicos e da música paraense, com direito a relato do processo criativo das composições e pocket-show com parte do repertório, através do próprio artista e de alguns intérpretes presentes no CD. 

O disco traz um recorte de composições lapidadas ao longo de mais de 20 anos de trajetória musical, marcam o primeiro trabalho solo de Marcos Campelo, músico e compositor paraense, que vem muito bem acompanhado de participações especialíssimas de intérpretes paraenses, que foram parte ativa desse trajeto, seja nos festivais, circuito de bares, clubes e shows coletivos pela cidade.

São doze faixas cujo percurso de canções realçam parcerias marcantes e de suma importância para a cena musical de Belém. A apresentação do disco coube ao jornalista e crítico musical Edgar Augusto, que muito bem descreveu o álbum em todas as suas nuances, como pode ser lido abaixo:

AS CANTIGAS DE MARCOS CAMPELO

Por Edgar Augusto Proença

Marcos Campelo tem muitas cantigas. Todas boas, variadas, diferentes entre si. Coisa rara num tempo em que ninguém tem tempo para pensar, criar e produzir de forma arrojada, sincera, honesta. Mais do que burilar suas cantigas, gravando-as devagar, desde 2016, no APCE do Assis e no Zarabatana do Ziza Padilha, ele as tratou com invejável zelo. Reuniu os irmãos Meirelles (Beto, Baboo e Alcir) na flamenca “A Fênix”, com a parceria do saudoso Leandro Dias, exibiu o canto dolente de Renata Del Pinho em “A Praia”, ganhou versos de Jorge Andrade e a voz de Andréa Pinheiro no samba ligeiro “Água Grande” e ainda reviu Júlio Freitas , a base de voz e violão”, na faixa “Cantiga de Recanto”, adornada depois pelos mágicos Pardal e Kawage, e ainda usufruiu de momentos diferenciados com Mário Moraes (em “A Olho Nu”) e Rafael Noleto (“H’era”). 

Acho que “Cantiga de Lelê”, faixa de moldes festivalescos que intitulou o trabalho, constituiu-se num disco sério. Daqueles que, como antigamente, a gente se prepara para ouvir com atenção bebendo um drinque sentado no sofá e munido do encarte para acompanhar as letras. Gratificante constatar a ratificação do talento e sensibilidade de Marcos Campelo. A voz econômica e bem colocada tirou a notória inibição de um boa praça que já produzira tantos bons. Justo, aliás, os que o acompanharam nesta empreitada vitoriosa. Égua das cantigas!!"

Sobre Marcos Campelo

Paraense, nascido em Belém do Pará. É músico (violonista), compositor (letra e música) e produtor cultural. Inicialmente autodidata, aperfeiçoou seus conhecimentos nas oficinas de música na cidade e, posteriormente, ingressou no antigo SAM (Serviço de Atividades Musicais) da UFPa, hoje Escola de Música da UFPa, onde estudou musicalização com o prof° Paulo Coutinho.

É graduando de Licenciatura em Música na Universidade do Estado do Pará-UEPA, já tendo participado do I° Workshop de Música Livre com o maestro Tynnôko Costa e do Curso de Harmonização e Composição, dentro do Encontro de Arte da UFPa, ministrado pelo renomado maestro e prof° húngaro Ian Guest, autor de vários livros e métodos de música.

Foi um dos fundadores no bairro do Jurunas do movimento cultural CARAMUJO, que reunia artistas das áreas de teatro, artes plásticas, literatura e música, que buscavam espaços em favor da cultura paraoara no início da década de 90. Atuou no circuito de bares em Belém e no interior do estado como Vigia e Bragança, quando surgiram as primeiras composições autorais. Fez parte de um grupo de boi Roxinho de Amor, ao lado de outros compositores como Pedrinho Callado, Ziza Padilha e Eduardo Dias neste mesmo período.

Participou em 1993 dos projetos "Praça Aberta" da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves e da mostra e projeto "CLIMA DE SOM" da extinta CLIMA (Associação dos Compositores, Letristas, Intérpretes e Músicos do Pará), da qual fazia parte como associado neste mesmo ano. 

Em 1994 apresentou-se no Teatro Waldemar Henrique com o show Música Brasil. Posteriormente, já com composições próprias,  apresentou-se no Teatro Margarida Schivasappa em show coletivo denominado "De repente Quatro", ao lado dos parceiros de época Pedrinho Callado, Taca Nunes e Álvaro Kamara.

Em 1996 apresentou-se no projeto "Compositor se Toque", realizado aos domingos no anfiteatro da Praça da República. Em 1998, fez outro show coletivo "Canto de Casa", no Teatro Waldemar Henrique, ao lado de Ziza Padilha e Pedrinho Callado. No ano seguinte, em 99, fez parte de uma grande reunião do meio musical no show intitulado "Música que Cupim não Rói", no Teatro Margarida Schivasappa, ao lado de nomes como Paulo André Barata, Rafael Lima, Andréa Pinheiro, Lúcio Mouzinho, Maria Lídia e outros. No ano de 2000, apresentou o show "A olho nu", dentro do projeto "Canto Cabano",  no complexo Ver-o-Rio.

Participou da mostra musical beneficente ""Ver-a-Música", no Teatro do Gasômetro em 2001, ao lado de Almino Henrique, Nêgo Nelson, Alcyr Guimarães, Adilson Alcântara e Armando Hesket. Fez várias gravações em estúdio e participações em show de parceiros e amigos da área musical.

Participou de vários festivais de música na capital e em vários municípios paraenses e de outros estados. Fez apresentações em feiras culturais universitárias na UFPa, UFMa e USP, além de apresentação na noite cultural da 53° Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), realizada na UFBa, Salvador-BA, em 2001. Apresentou-se também no projeto “Pôr-de-Som” da Prefeitura de Belém, na Ilha de Mosqueiro, no mesmo ano.

Em março de 2004, apresentou o show denominado "SOLAR", ao lado de Delcley Machado, dentro da mostra musical do I° Seminário Cultural da Amazônia, realizado no CENTUR. Desde 1990, vem participando de vários shows, mostras e festivais de música na capital e em vários municípios paraenses e de outros estados.

Fez parte do coletivo musical "Comboio", ao lado de Edilson Morenno, Pedrinho Callado, Adilson Alcântara, Renato Lú, Mário Mouzinho e Zé Old, criado por ocasião das comemorações dos 400 anos de Belém, no ano de 2016, tendo se apresentado no Conexão Cultura, programa da rádio, tv e portal Cultura da FUNTELPA, no espaço Cultural Apoena e no Toca Restô. Teve música editada no SONGBOOK do SERVIFEST, lançado em 2002 e teve músicas gravadas por:

- Júlio Freitas no CD do 2° SERVIFEST

- Fabrício dos Anjos no CD intitulado "Desvelo"

- Tadeu Pantoja no CD "Verbo Guardado"

- Renato Lú no CD "Coração Caliente"

- Elaine Ayres no CD "Novos Talentos" da GRAVASOM

- Karina Nini (SP) no CD "Pelo Retrovisor"

-Dayse Addário (CD e DVD “Por Dentro da Noite Prata”)

- CD de coletâneas de festivais (PA, PB e TO)

-Silvinha Tavares (CD “Simpatia”)

-Delcley Machado (CD “Temporal”)

-Lúcio Mouzinho (CD a ser lançado)

Campelo também traz experiência na gestão do Teatro Margarida Schivasappa, da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, no qual foi gerente de 2007 a 2011 e, entre 2011 e 2021 do Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso, na linguagem de música, como analista da linguagem musical. No período desenvolveu projetos, foi produtor e participou da avaliação e desenvolvimento artístico dentro da programação regular de música. Atualmente desenvolve atividades no projeto Centro de Difusão Musical (CDM) na unidade Sesc Casa da Música.

Ouçam e vejam mais:

https://onerpm.link/977349199177

https://mapacultural.pa.gov.br/agente/22357/

Ficha Técnica 

“CANTIGA DE LELÊ”

Gravado no APCE Estúdio (2016) e Zarabatana Studio (2021)

APCE (2016)

Técnico de Gravação: Assis Figueiredo

Supervisão Técnica: Fernando Pacha

Faixas: 01, 02, 05, 08 e 12

Zarabatana Studio (2021)

Técnico de Gravação e Mixagem: Carlos Vale

Supervisão Técnica e Masterização Digital: Ziza Padilha

Projeto gráfico e Fotografias: Carol Abreu

Direção e Produção Musical: Ziza Padilha

Direção Artística e Produção Executiva: Marcos Campelo

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