18.12.22

Festival coleciona emoções na edição dos 10 anos

Após dois dias de evento, a programação do Psica 10 Anos vai encerrar neste domingo (18), no Espaço Náutico Marine Club, localizado no bairro do Guamá, esperando cerca de 10 mil pessoas esse terceiro dia. Ontem, foi mais um dia memorável com Lia de Itamaracá, que fez uma belíssima apresentação, emocionado-se e emocionando o público. Hoje, o domingo também promete. Os ingressos individuais estão à venda em festivalpsica.byinti.com. 

Dançarina, compositora e cantora, reconhecida como a mais célebre cirandeira do Brasil, intitulada como Patrimônio Vivo do estado de Pernambuco, Maria Madalena Correia do Nascimento quando pisa no palco chama atenção por sua presença e personalidade forte, com 1,80 metros. No próximo dia 12 de janeiro, ela completa 79 anos vividos na ilha de Itamaracá, onde nasceu e onde começou a participar de rodas de ciranda com 12 anos de idade. 

Após sua apresentação, estivemos com ela no camarim, onde mais uma vez ela nos ensinou sobre a ciranda da vida e do amor pela cultura. O vídeo está no meu Instagram (@holofote_virtual). O festival segue assertivo, em sua essência, ao escalar tal mestra para essa edição especial. Em 2017, tive a honra de conhecê-la pessoalmente e de apresentar a ela e seu grupo, ninguém menos que Mestre Vieira. Estávamos em Niterói para o Interculturalidades/Território das Artes (UFF/FUNARTE). Foi um poderoso encontro que presenciamos e ontem, espero tê-lo estendido pelas páginas do songbook que Lia levou em mãos.

Mistura de ritmos e cenas marcam o último dia

Hoje tem mais Psica. É o encerramento e o show do Madame Saatan é aguardado com expectativas pelo público. Muita gente que viveu a época da banda, mas também muita gente curiosa e até empolgada, pois verá pela primeira vez a banda que já se tornou uma lendária, no palco. 

Focando no estilo rock/heavy metal, o Madame Santana surgiu em 2003, durante a composição da trilha sonora da montagem de Ubu – Uma Odisseia em Bundalele, espetáculo inspirado na obra de Alfred Jarry. Chegou a lançar, e chegou a lançar três álbuns, “O Tao do Caos” (2004), “Madame Saatan” (2007) e “Peixe Homem” (2011). 

Até 2011, fizeram shows e participaram de diversos festivais em todo o Brasil, destacando-se na cena independente do Metal Nacional, até que em outubro de 2012, um acidente de trânsito que atingiu o baixista Ícaro Suzuki, muda também o destino do grupo.

Esse show especial e que tem clima de um possível retorno da badan é, portanto, plateia obrigatória para quem acompanha a história do rock paraense.  Também estarão no palco deste domingo,  Luedji Luna (BA), Flora Matos (DF), BK’ (RJ), MC Naninha (RJ), Surreal Crocodilo Arthur da Silva, Rawi (Santarém), Ogro Jazz Band (RJ), Filhos de Maiandeua (Maracanã), Victor Xamã (AM), Viviane Batidão, Reggaetown convida Negro Edi, Bruna BG e Bruno BO e Badsista (SP) completam a programação da noite.  

Diretamente de Salvador, Bahia, um dos maiores nomes do Axé, Daniela Mercury, vai fazer do palco de 10 anos do Festival Psica uma verdadeira micareta ao som de hits de carnaval como “O Canto da Cidade” e “Swing da Cor”, além das canções do novo álbum, o recém-lançado “Baiana”. 

Na cidade desde o sábado, a cantora já andou por aí e fez uma visita especial a Dona Onete. Ao regravar, em 2017, a música Banzeiro, da cantora e compositora paraense, musa do nosso carimbó chamegado, Daniela roubou a cena do carnaval, no ano seguinte, em Salvador, Bahia, arrastando multidões em trios e blocos. 

“O show será uma adaptação da apresentação que estreei em Portugal do álbum novo ‘Baiana’. Falo adaptação porque esse show tem 2h25 de duração e no festival teremos 1h30. O meu show é muito dançante e rítmico", disse Daniela. 

"Vou com a banda completa e os bailarinos. Do novo álbum estão no repertório as músicas ‘Mulheres do Mundo’, ‘Baiana’, ‘Soteropolitanamente na Moral’ e ‘Bombinha’. Vou cantar também ‘Banzeiro’, ‘Nobre Vagabundo’, ‘As Rendas do Mar’, ‘O Canto da Cidade’, ‘Oyá por Nós’, ‘Rainha do Axé’ e muito outros grandes sucessos do meu repertório. Se preparem para dançar”, adiantou.

Conterrânea de Daniela, Luedji Luna vem se consolidado como um dos maiores nomes da Nova Música Popular Brasileira (MPB). Ela traz ao Psica as músicas do também recém-lançado “Bom Mesmo É Estar Debaixo d’Água Deluxe”. 

“Já já a gente se encontra no Festival Psica. Convido a todos para a gente se encontrar e cantar as canções do ‘Bom Mesmo É Estar Debaixo d’Água’. Para mim é uma honra imensa fazer parte desse line-up, nesse festival que é capitaneado por pessoas amazônicas, pretas e periféricas do Norte”, vibra Luedji.

A programação do Festival Psica tem como objetivo valorizar a cultura amazônica e periférica de todo o país, dialogar sobre decolonialidade, a partir das cidades do interior e de suas manifestações culturais de resistência secular, e promover acesso à cultura. “São artistas que refletem as bandeiras que o Festival Psica levanta ao longo desses 10 anos como um movimento cultural de música periférica, preta e nortista”, explica Gerson Júnior, diretor e criador do Psica.

Veja também papo com a cantora e cirandeira, no instagram: https://www.instagram.com/reel/CmUjaP7joDh/?utm_source=ig_web_copy_link

Sobre a Psica Produções

O Psica, muito além de um festival multicultural, é um movimento artístico preto e periférico nascido na Amazônia que vem alcançando influência em todo o Brasil. A Psica Produções também é responsável por um selo, a Psica Gang, que reúne 17 artistas da música e das artes visuais e que este ano assinou contrato de distribuição musical com a Warner Music Brasil.

Serviço

Festival Psica 10 Anos. Local: Espaço Náutico Marine Club - Avenida Bernardo Sayão, Nº 5232 - Guamá. Mais informações @psicaproducoes


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