6.4.11

Rafael Lima marca presença do Teatro Margarida Schivasappa

O cantor apresenta  o show “Visceral”, nesta quinta-feira, 07, no Teatro Margarida Schivasappa do Centur, a partir das 20h30. Acompanhado por excelentes músicos, o artista promete uma noite de canções inéditas, sem deixar de lado obras que marcam sua trajetória.

E tudo o mais poderá ser uma grata surpresa. “Para se ter idéia, outras canções, até ontem, no ensaio, ainda eram incorporadas à apresentação”, disse o músico. Não bastasse ter voz para todos os ritmos e em suas letras, a temperatura e a cor amazônica, o artista também arrebatou uma banda de primeiríssima que fará de “Visceral” um dos momentos inesquecíveis de sua carreira. 

No baixo, está o excelente MG Calibre, com quem Rafael fse apresentou no Festival de Jazz de Montreux, na Suiça (1994). Nos efeitos e na percussão está outra fera, Zé Macedo, que integrou na  década de 1970, junto com Rafael, Minni Paulo e outros músicos, a Banda Sol do Meio Dia, a primeira a aparecer na cena da música instrumental paraense (para saber  mais dessa história, acesse a Revista PZZ). O show conta ainda com o regente da Amazônia Jazz Band, Ricardo Aquino, no vibrafone e marimbas, e com o professor e saxofonista Marcos Puff.

Além de inéditas como “Ferina”, “Cantilena” e “Sonho Cabano”, que farão parte do primeiro CD que o músico está gravando no Brasil, pelo selo Ná Figueredo, também estão no repertório músicas já conhecidas de seu público, mas que ganharam novos arranjos apresentação. Tudo bem visceral, como propõe o nome do show.

“Fiz Sonho Cabano quando voltava de uma ocupação de uma das fazendas do Daniel Dantas há cerca de ano e meio passado. Estava participando da ação junto ao MST ”, conta o artista que traz na veia o sangue cabano.

Rafael já tem cinco Cds lançados, todos gravados fora do país, sendo um duplo, ao vivo, feito em Berna , na Suíça; outro gravado ao vivo no festival de Montreux e os outros registrados em estúdios entre a Suíça, o Canadá e São Paulo, caso do primeiro trabalho “Arribadas” (1989/1993). Clique aqui para baixar e ouvi-lo.

Edição esgotada, agora só na internet
Novo CD - O sexto trabalho conta com a participação de outros grandes músicos e parceiros. Além de Calibre, Zé Macedo, Ricardo Aquino e Marcos Puff, que estarão no show, a gravação tem ainda Príamo Brandão (baixo), Márcio Jardim (perc.), Lenilson (teclados), Minni Paulo (contrabaixo acústico) e Toninho Abenatar (sax). A previsão de lançamento é para já, no mês de maio. Vamos ficar na torcida.

“É o primeiro Cd que gravo no Brasil, aqui em Belém. A relação com o Ná é boa como, digamos, tomar açaí e deitar numa rede pra tirar uma sesta. Estou há mais de um ano nesse projeto”, diz.

Irreverente, polêmico muitas vezes, mas acima de tudo um artista genial, Rafael Lima consegue canalizar boa parte dessa energia para seus trabalhos. “Sempre acho que tento fazer coisas novas, não canções novas. Ainda continuo achando que tem muita regionalice por aqui, como diria meu parceiro, o grande Juracy Siqueira que, aliás, tem música minha e dele nesse show”, disse ao Holofote Virtual.

Com foco na Amazônia, Rafael não separa sua música do debate políticoe avisa. “Em tempos de xenofobias baratas, vide o Amazonino Mendes, tocarei uma canção que chama-se 'Manauara', canção que fiz em 2004, nunca gravada, que fala de uma mulher nascida literalmente no meio da mata, e daí viajamos pelas mazelas e belezas de nossa querida floresta”.

No Cena Musical (TV e Rádio Cultura/PA), com Juçara e Calibre
Trajetória - O fato é que a música de Rafael Lima tem cruzado diferentes fronteiras e enfrentado as mais diversas platéias, mundo afora, em festivais de música, normalmente voltados para o jazz, mas com uma visão progressiva, ou o jazz/fusion, por exemplo, como a música de Miles Davis, Jaco Pastorius, Weather Report, Egberto Gismonti, Hermeto Paschoal, entre outros. E isso, seja na América do Norte, na Europa, ou no Caribe. 

É dentro desse contexto que se pode citar alguns eventos que Rafael Lima vem se apresentando ao longo desses anos: Montreux Jazz Festival, Suíça 1994; Stelli sotto State, Milão, Italia, 2005; Festival Latino Americano, MIlão Italia 1992; Otawa International Jazz Festival, 1989; Festival de Jazz de Barcelona, 2004; Varese Jazz Festival, Varese, Italia, 2005; Blue Sky Festival, Crareedon, Canadá, 1989; Festate World Music, Chiasso, Suíça 1991; Festival contra o Racismo e a Xenofobia, Locarno, Suíça, 1993; Festival de Cinema de Locarno, Suíça 199; Mariposa Festival, Berye/Toronto Canada 1987; Jazz in the Garden, Lausanne, Suíça 1997; KWT Jazz Festival, Toronto, Canadá, 1987; Les Toniques Festival Lausanne, Suíça 1998; Podring Jazz Festival, Biel, Suíça, 1995; Cully Jazz Festival, Cully, Suíça, 1996.

No Brasil, alguns fatos são relevantes na carreira do artista como a Bienal do Livro de Paulo, 1986; Projeto Pixinguinha Nacional, 1984; Fórum Social Mundial, c/ Walter Freitas, Porto Alegre, 2003; "Vereda Brasil", show de Rafael Lima e Walter Freitas, 2002/2003, Belém, Florianópolis, Porto Alegre; "Um grito na mata" show de Lima e Walter Freitas, Belém, 1990; "Prata Alumiã" show de Rafael Lima e Walter Freitas, Belém e Macapá, 1993; Produção do CD "Zarabatana" de Macário Lima, 2005; Produção do show "Música no Pulmão da Terra" de Macário Lima e Amigos, 2007. 

No ano passado, Rafael Lima apresentou, também no Schivasappa, o show 'Reinavam com o castiçal', opereta inspirado em trechos de diálogos, que foram transformados em música, do livro 'Primeira manhã' (1968), do romacista brasileiro Dalcídio Jurandir. No palco, foi acompanhado da filha Juçara Abe, que desta vez, por não estar em Blém, não acompanhará o pai. O show "Reinavam..." trouxe ainda composições autorais inspiradas nos livros de “Chão dos lobos” (1976) e “Chove nos campos de Cachoeira” (1941), também de Dalcídio. 

(Nesta matéria, colaborou Elis Marchioni)

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