3.10.12

Amor Palhaço inicia temporada no Pauta Miníma

Fotos (Palhaços Trovadrores): Gilson Borges

“Pauta Mínima” é um projeto que abre nova página na história do Grupo de Teatro Cuíra do Pará, um dos mais antigos de Belém com atuação ininterrupta. Iniciando nesta quinta-feira, 04, traz para o público o espetáculo "Amor Palhaço", dos Palhaços Trovadores. Até domingo, 07, sempre às 20h, no Teatro Cuíra, com ingresso a R$ 20,00.

Mas este é apenas o primeiro espetáculo da programação, montada a partir da seleção em edital, entre os meses de julho e agosto e que ainda vai trazer para o público, até dezembro deste ano, mais seis espetáculos. Todos já estrearam na cidade com exceção de Ritos, de Michele Campos, que será apresentado aqui, pela primeira vez.

Além deste inédito e de “Amor Palhaço”, ganharão residência no Teatro Cuíra, recebendo apoio técnico, ajuda de custo e 50% da bilheteria, o Grupo de Teatro Universitário, que chega com sua montagem “Encantados S.A.” (25 a 28 de outubro) e o Usina Contemporânea de Teatro, que traz de volta “Parésqui”, de 2007 (01 a 04 de novembro).

Ainda em novembro, o público poderá ver o Dirigível Coletivo de Teatro, que vai apresentar “O pequeno Grande Aviador” (15 a 18 de novembro) e o Ecoarte, com o seu “Eu me confesso Eneida” (29 de novembro a 02 de dezembro). Encerrando a temporada, a Cia BAI, mostra o divertido e dramático “Pro ensaio geral” (06 a 09 de dezembro) e a atriz-performer Michelle Campos de Miranda, traz para Belém o inédito “Ritos” (13 a 16 de dezembro).

Amor Palhaço - Espetáculo de clown que fala do amor de forma lírica e engraçada, “Amor Palhaço” não tem um texto, não conta uma história de forma linear. 

É todo estruturado em uma narrativa fragmentada, que mistura trovas amorosas e canções populares que “puxam” cenas recheadas de lirismo e graça. Pioneiros na arte do clown ligado ao teatro em Belém, os atores dos Palhaços Trovadores promovem, a cada espetáculo, o encontro do povo com sua cultura.

As apresentações acontecem em espaços públicos, como praças e ruas, e também em teatros. A estrutura de Amor Palhaço tem apenas um fio condutor: um palhaço a procura de sua amada que se chama Maria. Ele nunca a encontra, mas não cessa de buscá-la. Essa procura começa na infância, chega à fase adulta e continua na velhice. É a representação da eterna busca do amor, que não acaba nunca, mesmo diante das adversidades.

As trovas e canções ganham papel importantes, construindo as cenas, como já é característica dos Palhaços Trovadores desde seu primeiro espetáculo. 

O grupo utiliza sempre, como texto, a forma poética da trova em seus trabalhos, justificando inclusive seu nome, e trabalha elementos da cultura popular – estruturas cênicas, como o boi-bumbá, a pastorinha, cantigas de roda, brincadeiras populares, etc. Um mergulho no imaginário popular, sobretudo o amazônico.

As canções são executadas ao vivo pelos palhaços, que tocam instrumentos melódicos e percussivos e cantam, fazendo também toda a sonoplastia das cenas. Neste trabalho, entretanto, há uma combinação de músicas mecânicas, com efeitos eletrônicos, e músicas cantadas ao vivo.

Oito anos após ter sido montado, em 2002, “Amor Palhaço” está de volta à cena de Belém, depois de uma circulação em julho deste ano por cinco cidades situadas ao longo da rodovia Belém-Brasília. Esteve em Imperatriz, Carolina, Palmas, Goiânia e Brasília.

Ficha técnica - Elenco: Alessandra Nogueira (Neguinha), Cleice Maciel (Pipita), Sônia Alão (Pirulita), Suani Corrêa (Aurora), Patrícia Pinheiro (Tininha), Jorge Torres (Ricárdio), Adriano Furtado (Geninho), Marcelo David (Feijão), Marcelo Villela (Tchelo), Marton Maués (Tilinho), Isac Oliveira (Xuxo), Armando de Mendonça (Macaxeira). Roteiro: coletivo. Adereços: Adriano Furtado. Sonoplastia: Isac Oliveira. Direção Geral: Marton Maués. 

Pauta mínima é fruto da história - Na década de 1980, momento de grande efervescência do teatro em Belém, um grupo de jovens atores, vindos diversos grupos, resolveu partir para a produção independente e formou, em 1982, o Grupo Cuíra do Pará

Em 2006, ao conquistar o próprio espaço, situado na esquina da Travessa 1º de Março com Riachuelo, passou a realizar inúmeros projetos que resultaram em grandes espetáculos, assinados pelo grupo. Ao longo dos anos o Teatro também vem recebendo produções de outras companhias de teatro, tornando-se hoje referência na cidade. 

Mas não satisfeito apenas com o próprio umbigo desta vez o Grupo Cuíra se abre às produções locais não somente como espaço, mas como um parceiro que oferece ferramentas a mais de sustentabilidade à produção teatral da cidade, muitas vezes prejudicada pela falta de pautas para apresentações.

Zê Charone, que dirige o projeto Pauta Mínima, é atriz e produtora do Grupo Cuíra e como tal sabe como é viver se teatro em Belém do Pará. “É uma área com muitas dificuldades”, costuma dizer. O Grupo Cuíra já tem 30 anos de existência e só em 2006 conseguiu o espaço próprio, mas para chegar até aqui muitas coisas aconteceram. O amor pelo teatro, porém, sempre foi a força motora principal de tudo. 

"Foi assim que o grupo conseguimos realizar inúmeros espetáculos. Há três décadas atrás nós éramos um bando de jovens querendo mudar o mundo e continuamos querendo isso. 

Tirar uma pessoa de casa para ir ao teatro, digo o teatro feito pelas pessoas da terra, ainda é um grande desafio em Belém. Mas com o Pauta Mínima queremos virar mais ainda este jogo”, continua. 

“É uma luta para mudar esse mercado. Temos produções muito boas aqui em Belém, por isso acredito que vamos conseguir”, conclui. O Pauta Mínima foi contemplado pela Fundação Nacional de Artes (FUNARTE), do Ministério da Cultura (MinC) - Governo Federal.  Tem direção de produção de Zê Charone; produção de Cleide Quadros, direção de palco, de Suely Brito e apoio técnico, de Thiago Ferradaes.

Serviço 
Pauta Mínima, com o espetáculo Amor Palhaço, de 4 a 7 de outubro de 2012, às 20h, no Teatro Cuíra (Rua Riachuel0, com 1º de março – Campina). Mais informações à imprensa: 91 8134.7719 (Luciana Medeiros)/ 91 8848.4005 (produção)/ E-mail: projetopautaminima@gmail.com. Ingresso R$ 20,00 (meia R$ 5,00).

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