23.10.12

Fonoteca exibe documentário sobre Cartola

Nascido Agenor de Oliveira, ele foi um dos maiores compositores da música brasileira e por isso teve sua trajetória reunida no documentário “Cartola – Música para os Olhos”, dos diretores Lírio Ferreira e Hilton Lacerda, que ficará em cartaz na Fonoteca Satyro de Mello, no 4º andar da Fcptn, nos dias 25, 26 e 27 de outubro, de quinta feira a sábado, às 19 h. As sessões fazem parte do projeto Plano sequência, realizado pela equipe do Cine Líbero Luxardo em parceria com a Programadora Brasil e a Cinemateca Brasileira. 

Cartola nasceu no Rio de Janeiro, no dia 11 de outubro de 1908. Considerado por diversos músicos e críticos como um dos nossos maiores sambistas, o compositor nasceu no bairro do Catete, e passou a infância no bairro de Laranjeiras, indo morar na incipiente favela da Mangueira. Lá, o pequeno Agenor (o nome Angenor veio de um erro no cartório na ocasião de seu casamento) tomou gosto pela música, aprendendo a tocar cavaquinho e violão com seu pai. 

Das amizades feitas nessa época com figuras como Carlos Cachaça, um mundo ligado à boemia, à malandragem e ao samba se abriu ao jovem rapaz que aos 15 anos, após a morte de sua mãe, abandonou os estudos – tendo terminado apenas o primário, arranjou emprego de servente de obra, e passou a usar um chapéu para se proteger do cimento que caía, motivo pelo qual ganhou dos colegas de trabalho o apelido “Cartola”.

Junto com um grupo de amigos sambistas do morro, criou o Bloco dos Arengueiros em 1928, de onde surgiria a Estação Primeira de Mangueira. Cartola compôs também o primeiro samba para a escola: “Chega de Demanda”. Os sambas de Cartola se popularizaram na década de 1930, em vozes ilustres como Araci de Almeida, Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis e Silvio Caldas. 

Mas no início da década seguinte, Cartola desapareceu do cenário musical carioca e chegou a ser dado como morto. Pouco se sabe sobre aquele período, além do sambista ter brigado com amigos da Mangueira, contraído uma grave doença e ter ficado abatido com a morte de Deolinda, a mulher com quem vivia. Cartola só foi reencontrado em 1956 pelo jornalista Sérgio Porto (mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta), trabalhando como lavador de carros em Ipanema. Graças a Porto, voltou a cantar, levando-o a programas de rádio e fazendo-o compor novos sambas para serem gravados.

A partir daí, o compositor seria redescoberto por uma nova safra de intérpretes. Aos 66 anos, Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos-solo, e sua carreira tomou impulso de novo com clássicos instantâneos como “As Rosas Não Falam”, “O Mundo é um Moinho”, “Acontece”, “Quem Me Vê Sorrindo” (com Carlos Cachaça), “Cordas de Aço”, “Alvorada” e “Alegria”. No final da década de 1970, mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, onde morou até a morte, em 1980.

Serviço
"Cartola – Música para os Olhos”, de Hilton Lacerda e Lírio Ferreira (RJ, 2006, doc, cor/PB, vídeo, 88’) De 25 a 27 de outubro, às 19h, na Fonoteca Satyro de Mello, 4º andar do Centur. Entrada franca. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes da sessão na bilheteria do Cine Líbero Luxardo, no térreo. Realização: Governo do Pará e Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves Apoio Cultural: Programadora Brasil.

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