Outubro é sinônimo de
Círio de Nazaré e cultura popular. A cidade fervilha com programações e
atividades em todo canto, como o Arrastão do Pavulagem que ocorre neste sábado,
13, logo após a Romaria Fluvial. Prepare-se para viver grandes emoções.
No bairro da Campina, a sede do Instituto
Arraial do Pavulagem entra no climão da festa nazarena um mês antes, acreditem.
Percussionistas, dançarinos, pernas de pau e demais integrantes que formam o
Batalhão da Estrela já vêm de uma verdadeira maratona de ensaios, iniciados em setembro.
Ao visita-los, na
semana passada, pude ver de perto um pouco desta adrenalina. No fundo da sede,
artesãos pintavam, incansáveis, levas e levas de roc roc, um brinquedo popular,
típico desta ocasião, e que vai servir para engrossar a sonorização da festa.
Sim. Porque é uma festa.
Mais à frente, o músico Ronaldo Silva, um dos
fundadores do Arraial do Pavulagem e coordenador do instituto, conversava com
parceiros que vão ajudar na empreitada. Enquanto isso, aos poucos, chegavam
representantes do Corpo de Bombeiros, da Guarda Municipal. O músico Allan
Carvalho recebia o cantor e compositor Arthur Espíndola, que também vai participar
do evento.
Era dia de reunião, de conversar sobre o papel de cada um neste
cortejo, que vem acontecendo, há 12 anos, sempre no segundo sábado do mês,
iniciando na chegada da santinha na escadinha do Cais do Porto, no início da
subida pra Presidente Vargas.
Ela segue na reta, em romaria, com os
motoqueiros. O cortejo dela até o domingo da procissão, está só começando. Mas
o do público à pé, que a aguarda nesta chegada, desvia e pega o rumo das
ruas do comércio para chegar na Praça do Carmo. Não tem dúvida. O Arrastão do
Círio já é tradição, mas também traz novidades.
Este ano, por exemplo, vai destacar a importância
do carimbó. “O ritmo é conhecido no mundo inteiro e aqui ele não toca nas
rádios”, comenta Ronaldo Silva, músico, pesquisador cultural e um dos fundadores
do Arraial do Pavulagem.
A proposta é construir uma grande e tradicional
rodaque contagie completamente o público. Anote aí. Ela será montada na chegada
do cortejo à Praça do Carmo. Em um palco, Lia Sophia e Luê Soares estarão lá
para cantar os sucessos “Ai menina” e “Fita Verde”. Além disso não vão faltar a
tradicional valsa dos corrós-corrós e o show da banda Arraial do Pavulagem.Mas
tem mais.
Desde o ano 2000, a cobra de miriti, um dos
principais símbolos do cortejo, foi retirada em 2011 e substituída por
girândolas. Um possível retorno do elemento chegou ser pensado. Mas aí, a ficha
caiu. “A gente percebeu que a inspiração não é a cobra e sim o miriti”, diz
Ronaldo.
Assim, o cortejo, este ano, será tomado por
barquinhos de miriti – concebidos pelas mãos dos arquitetos da cultura popular
– numa representação simbólica de prosseguimento da Romaria Fluvial que traz
pelas águas da Baía do Guajará, a padroeira dos paraenses.
“Quando a santa
chegar na escadinha e seguir pela Presidente Vargas, os ‘barcos’ vão passar
para o nosso cortejo”, adianta Ronaldo.
Serviço
Arrastão do Círio. Neste sábado, 13, a partir das
9h, na Escadinha do Cais, na Praça Pedro Teixeira, em frente à entrada da
Estação das Docas. O evento segue em cortejo pelas ruas do Centro Comercial em
direção à Praça do Carmo, na Cidade Velha. O patrocínio é da operadora Vivo,
por meio do programa Conexão Vivo.
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